MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

sábado, 20 de outubro de 2018

AMAI OS VOSSOS INIMIGOS...


UM REINO SACERDOTAL - POVO INTERCESSOR.

MATEUS 5, SERMÃO DO MONTE, RESUMO.

43. Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. 44. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; 45. para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. 46. Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo? 47. E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo? 48. Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.

"AMAI" AOS VOSSOS INIMIGOS - AGAPATE (verbo - uma ação) - não desejar o mal daqueles que lhe fizeram mal; não retribuir o mal com mal; não intentar o mal àqueles que nos fizeram mal; a ideia aqui não é de "sentir amor", de gostar de alguém que nos ofendeu, mas de não revidar, de fazer o bem a todos, mesmo àqueles que nos odeiam.

Se eu disser que "amo", que "sinto amor" por um criminoso estou mentindo e a verdade não está em mim, porque é impossível existir esse sentimento num cristão, visto que alguém que dotado para amar a justiça não pode folgar com as injustiças, mas somente com a verdade (alétheia - verdade na esfera moral) - 1 Cor. 13: 6.


ÁGAPE, AGAPÁO: AS BOAS OBRAS.


Nós ocidentais temos uma certa limitação para compreender o significado de algumas palavras usadas na Bíblia. Uma dessas palavras é o "amor", substantivo e o verbo "amar", como em: "amai os vossos inimigos"... Não se trata de ter sentimentos afetuosos a quem nos ofende; Cristo não nos pede para sermos masoquistas, isto é, Ele não quer que gostemos ou que "sintamos amor" por alguém que nos bateu, ou que nos assaltou, ou que nos insultou, ou que nos desonrou; mas sim que pratiquemos as boas obras àqueles que nos querem mal. Pois "se o teu inimigo tiver fome, dai-lhe de comer; e se tiver sede, dai-lhe de beber (Provérbios 25: 21; Romanos 12: 20), e assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mateus 5: 16).

Os textos acima tratam de bom testemunho cristão diante dos homens, e isto por meio da fé em Jesus Cristo; sabendo de antemão que a vingança pertence a Deus, e Ele disse: "Minha é a vingança, Eu retribuirei... (Hebreus 10: 30).

É falsa a pregação da ideia de que o "sentimento de amor pelas almas perdidas" seria o impulsor dos cristãos para a evangelização do mundo, isso é mentira; o que nos move à evangelizar os perdidos, seja com palavras ou sem o uso delas (a pregação da Palavra e o bom testemunho cristão) é o amor a Deus. Algo assim como está contido nesta frase: "QUE O CORDEIRO QUE FOI IMOLADO RECEBA A RECOMPENSA DO SEU SACRIFÍCIO"! Esta frase foi exclamada por dois jovens missionários moravianos quando zarparam de navio rumo a uma colônia britânica; eles se entregaram como escravos perpétuos de um lorde inglês ateu, para então poder evangelizar os outros escravos dessa colônia os quais pertenciam a esse lorde.

Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram. E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Coríntios 5: 14,15).
L. M. S.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

A VIGÍLIA DOS CEM ANOS - OS IRMÃOS MORÁVIOS.



Alguém de certo estranhará o título desta mensagem. Mas foi isto exatamente o que aconteceu numa pequena vila da Saxônia, na Alemanha, chamada "Hernnhut", que significa "A Vigília do Senhor". O nome foi dado por um grupo de crentes que ali formaram uma colônia de refugiados em virtude de perseguição em sua terra, a Morávia, na Checoslováquia, também chamada Boêmia. Estes eram remanescentes de um avivamento liderado por João Huss, padre católico que se influenciou com as doutrinas de John Wycliffe, da Inglaterra; as quais enfatizavam a autoridade das Escrituras. João Huss começou a traduzir tais obras, mas teve de fugir da capital, Praga. Depois, apesar do salvo conduto do Imperador Sigismundo, compareceu ao Concilio de Constança para responder por suas supostas heresias. Foi aprisionado. Chamado a renunciar suas crenças, recusou categoricamente. Condenado à morte, foi queimado vivo na fogueira, em praça pública, no ano de 1415. Desapareceu o líder, mas o movimento continuou apesar das muitas perseguições que obrigaram os fiéis a procurarem refúgio onde pudessem. Foi assim que, 300 anos depois, um grupo deles apareceu nas terras de um jovem de 22 anos de idade, o conde Zinzendorf, fervoroso crente em Jesus, que os acolheu. Entre os crentes havia luteranos, batistas e também da Igreja Reformada. O jovem conde deu prova de um verdadeiro herói espiritual.

O Avivamento em Hernnhut.

Desde a idade de 16 anos, o conde se distinguira como universitário e na formação de locais de oração, tática esta que aplicou em Hernnhut. No dia 12 de maio de 1727 foi celebrado solenemente o famoso “Pacto Fraternal", com inteira dedicação ao Senhor e ao estudo assíduo da Bíblia. Pequenos grupos se reuniam diariamente para a oração. O resultado foi um grande avivamento quando o espírito de intercessão tomou conta de todos os presentes. Até as crianças foram envolvidas no extraordinário movimento espiritual que sacudia a vila de Hernnhut. Oravam até altas horas da noite. No dia 27 de agosto, firmados na lembrança do fogo do altar do Tabernáculo – “O fogo arderá continuamente sobre o altar, não se apagará” (Lev. 6:13) – vinte e quatro irmãos e vinte e quatro irmãs iniciaram a famosa vigília horária, dia e noite, semana após semana, a qual durou mais de cem anos, sem parar; realmente o fogo ardeu continuamente sobre o altar.

Parece que em toda a história do Cristianismo nunca houve coisa igual. Assim, distante de qualquer orientação carnal, foram verdadeiramente inspirados pelo Espírito Santo, e tudo prosseguia sobre os moldes dos genuínos avivamentos, como no Dia de Pentecostes, na Igreja Primitiva, onde até a casa em que estavam reunidos tremeu (Atos 4.31). Hoje falamos muito em avivamentos. Queremos a evangelização do mundo. Há muitas organizações que a isto se dedicam. Porém a maneira mais certa para a evangelização do mundo é a descoberta do poder da oração e da intercessão.

Os Resultados do Avivamento.

A reconciliação tornou-se desconhecida entre os crentes (reconciliar-se do quê, se todos tinham se afastado da verdade de Jesus Cristo?) – caíram por terra as divergências doutrinárias, todos voltaram seus corações a Cristo. Zinzendorf escreveu que “todo o lugar tomou o aspecto da visível habitação de Deus”. E a oração constante era mantida, dia e noite, a favor de um avivamento em todo o mundo, era uma chama que ardia até na alma das crianças. Todos do grupo eram bem jovens. Dentro de seis meses de vigília foram impulsionados a enviar missionários para as Ilhas do Mar das Antilhas, Groenlândia, Turquia e Lapônia. Surgiram as dúvidas, mas Zinzendorf insistiu. Vinte e seis morávios ofereceram-se como voluntários para a evangelização do mundo. As proezas da fé e a coragem constituíram os monumentos mais auspiciosos na história da Igreja. Nada pôde, pois, segurar Zinzendorf e seu grupo de intrépidos soldados de Cristo. Prisões, naufrágios, perseguições, zombarias, epidemias, pobreza e muitas ameaças de morte não os puderam deter.

Os primeiros missionários chegaram às Antilhas em 1732, e, no decorrer dos dois anos seguintes, 22 desses morávios morreram. Outros vieram substituí-los. Um dos primeiros foi Frederich Martin. Ele e os companheiros foram presos por pregarem aos negros, permanecendo encarcerados por três meses. Mas uma atitude exemplar os distinguiu quando se deram intensamente à intercessão, como Paulo e Silas na prisão em Filipos. Um número de 700 convertidos reuniu-se o mais perto possível da prisão para cantar hinos e ouvir sermões inspirados dos dois denodados pastores. E surgiu um glorioso avivamento.

Foi nesse tempo que, inesperadamente, chegou o conde Zinzendorf a bordo de um veleiro, na sua primeira viagem missionária, acompanhado de dois casais que vinham reforçar o número de obreiros. Ao aproximar-se da Ilha, disse o conde aos novos missionários: “E se não encontrarmos ninguém? Se todos os missionários tiverem sido assassinados?” A resposta logo se fez seguir por parte de um dos missionários: “Mas então nós estamos aqui!” Esta disposição muito impressionou Zinzendorf, que exclamou: “Geens aeterna diese Maehren!” (“Essa raça eterna, esses morávios”!). O conde conseguiu a libertação dos dois pastores, que estavam doentes e padecendo fome. E foi grande a surpresa no tocante à obra do Senhor, que se tornou maior que em Hernnhut. Deus continuava a levantar obreiros, cada vez mais, à medida que os morávios na pequena ilha intercediam diante de Seu tono, sem parar, dia e noite, década após década, durante 100 anos. No ano de 1792, William Carey (considerado o “Pai das Missões”) propõe uma reunião em Kettering, Inglaterra, uma missão para ir à Índia. Nesta época, quando os morávios já haviam enviado 300 missionários, Carey lançou sobre a mesa um exemplar de um periódico contendo as “aventuras” dos morávios, dizendo: “Olhem aqui, vejam os que os morávios já fizeram! Por que não podemos seguir o seu exemplo, e, em obediência a nosso Mestre celestial, sair por todo o mundo e pregar o Evangelho aos pagãos?”

Os historiadores da Igreja relatam as maravilhas do avivamento do século XVII como o “Grande Despertar” espiritual na América do Norte e na Inglaterra conduzindo dezenas de milhares para Cristo. Uma das figuras principais neste avivamento foi John Wesley, fundador da Igreja Metodista. Mas nem todos sabem quem foram os modestos morávios que o ganharam para Cristo. É oportuno lembrar que foi no ano de 1736 quando dois irmãos anglicanos John e Charles Wesley se encontravam a bordo de um navio a caminho da América e surgiu um terrível furacão ameaçando suas vidas. Eram pastores, mas não convertidos. Apavorados, procuraram alguns morávios que também viajavam com eles. E a calma destes e o espírito de confiança em Deus no meio da tormenta muito impressionaram os dois pastores, os quais não tinham paz na alma. Pregavam para outros, mas eles mesmos precisavam da certeza da justificação pelo sangue de Cristo. Contudo, somente dois anos depois, em 1738, numa reunião dos morávios em Londres, é que o pastor Peter Boehler foi usado por Deus para levar a plena luz da conversão, do novo nascimento e a conseqüente segurança da fé em Cristo para o jovem John Wesley. Este ganhou seu irmão Charles para a mesma experiência de fé. E deste modo, pregando a salvação pela fé nos méritos do sacrifício de Cristo, tornou-se um ganhador de almas. Por sinal, a primeira pessoa a quem testificou foi um preso, condenado à morte. Não demorou muito quando John ganhou para Cristo sua idosa progenitora, Susana, mãe de 19 filhos. 

Os metodistas e os morávios frequentemente se reuniram para estudo da Bíblia e oração. O grande pregador George Whitfield, companheiro de Wesley, que foi tão grandemente usado por Deus no despertamento da América, recebeu um grande impacto em sua alma pelo contato com os morávios. Acerca de uma dessas reuniões escreveu Wesley em seu diário: “Por volta das três horas da madrugada, enquanto continuávamos em oração, o poder de Deus desceu intensamente sobre nós de tal forma que muitos choraram e muitos caíram no chão. Quando me refiz um pouco daquele grande impacto da presença da Majestade suprema, uníssonos cantávamos: “Nós te louvamos, ó Deus; nós de reconhecemos como Senhor”. O grande líder John Wesley formou o Metodismo, que salvou a Inglaterra da desgraça da Revolução Francesa. Foi o impacto do Espírito Santo e o ensino bíblico que trouxe tão grandes resultados espirituais no oportuno exemplo desses irmãos morávios, inspirando-se na Vigília dos Cem Anos.
Missionário Lawrence Olson – Revista “A Seara”.


"QUE O CORDEIRO QUE FOI IMOLADO RECEBA A RECOMPENSA DO SEU SOFRIMENTO"!
Dois jovens morávios para poder evangelizar escravos de uma colônia britânica, deram a si mesmos como escravos perpétuos de um senhor inglês. Na partida, dentro do navio, eles gritaram: "QUE O CORDEIRO QUE FOI IMOLADO RECEBA A RECOMPENSA DO SEU SOFRIMENTO"; nesta frase eles resumiram todo o conceito do que é ser um cristão, pois, pela compaixão de Deus, eles apresentaram os seus corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, em um culto racional; e não se conformaram com o mundo, mas transformaram-se pela renovação de suas mentes, para provar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12:1,2).
L. M. S.

sábado, 18 de agosto de 2018

JESUS CELEBROU A PÁSCOA COM SEUS DISCÍPULOS ANTES DA PÁSCOA DOS JUDEUS.


OBSERVEMOS O QUE MATEUS ESCREVEU:

Mateus 26: 1 E aconteceu que, quando Jesus concluiu todos estes discursos, disse aos seus discípulos: 2 Bem sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado. 3 Depois os príncipes dos sacerdotes, e os escribas, e os anciãos do povo reuniram-se na sala do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás. 4 E consultaram-se mutuamente para prenderem Jesus com dolo e o matarem. 5 Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja alvoroço entre o povo... 

MATEUS 26: 17 E, "no *primeiro* dia da festa dos pães ázimos", chegaram os discípulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? 18 E ele disse: Ide à cidade, a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos. 19 E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa.

A PALAVRA TRADUZIDA COMO *primeiro* NO VERSÍCULO ORIGINAL DO GREGO É *prótos* É UM ADJETIVO QUE SIGNIFICA: "PRINCIPAL", "ANTES", "MAIS IMPORTANTE"; É TAMBÉM UM NÚMERO ORDINAL, POR ISSO FOI TRADUZIDO POR "PRIMEIRO"; PORÉM, SE COLOCARMOS ESTE TERMO À LUZ DOS EVENTOS NARRADOS EM JOÃO 13:1-5, 29,30 E 18:28 (VER TAMBÉM JOÃO 12); PODEREMOS ENTENDER QUE *prótos* QUER DIZER DE UM DIA ANTES DA FESTA DOS PÃES ÁZIMOS, ISTO É, NA VÉSPERA, NA PREPARAÇÃO ONDE TODO O FERMENTO ERA RETIRADO DAS CASAS. 


João 13: 1-5.
1. Ora, "antes da festa da páscoa", sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim.
2. E, "acabada a ceia", tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,
3. Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus e ia para Deus,
4. "Levantou-se da ceia", tirou as vestes, e, tomando uma toalha, cingiu-se.
5. Depois deitou água numa bacia, e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido...
26. Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão.
27. E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa.
28. E nenhum dos que estavam assentados à mesa compreendeu a que propósito lhe dissera isto.
29. Porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa; ou que desse alguma coisa aos pobres.
30. E, tendo Judas tomado o bocado, saiu logo. E era já noite.
31. Tendo ele, pois, saído, disse Jesus: Agora é glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nele.


João 18: 28.
Da casa de Caifás conduziram Jesus ao Pretório. Era de manhã cedo. Mas os judeus não entraram no Pretório, para não se contaminarem e "poderem comer a Páscoa".

Ver também Marcos 15: 42; João 19: 14 e 31 (Parasceve - Paraskeué - Véspera - Dia da Preparação)

VEJAMOS: Levítico 23:4-8 
4. Estas são as solenidades do Senhor, as *santas convocações* (FERIADO), que convocareis ao seu tempo determinado: 5. No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde (18:00HS DO DIA 14, MAS PARA OS ISRAELITAS JÁ SERIA O DIA 15, POIS ELES CONTAVAM UM DIA INTEIRO, DO PÔR DO SOL DE UM DIA ATÉ O PÔR DO SOL DO OUTRO DIA, ISTO É, DE UMA TARDE À OUTRA TARDE), é a páscoa do Senhor. 6. E aos *quinze dias* deste mês é a festa dos pães ázimos do Senhor (A PÁSCOA INICIAVA-SE COM A FESTA DOS PÃES ÁZIMOS, POIS NO DIA 14 DE NISÃ O CORDEIRO PASCAL ERA IMOLADO E TODO O FERMENTO SERIA RETIRADO DAS CASAS DOS ISRAELITAS); sete dias comereis pães ázimos. 7. No *primeiro dia* tereis santa convocação; nenhum trabalho servil fareis; 8. Mas sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia haverá santa convocação; nenhum trabalho servil fareis.

E AINDA: Êxodo 12:14-20
14. E este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por *festa ao Senhor*; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. 15. Sete dias comereis pães ázimos; ao *primeiro dia* (A PALAVRA "primeiro" NO HEBRAICO É *rishon* - É UM NÚMERO ORDINAL, MAS TAMBÉM UM ADJETIVO COM SIGNIFICADO DE: antigo, primeiro, chefe; E DÁ SENTIDO DE UM DIA ANTERIOR, ISTO É, DE VÉSPERA) "tirareis o fermento das vossas casas"; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel. 16. E ao primeiro dia haverá santa convocação; também ao sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra se fará neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para vós. 17. Guardai pois a festa dos pães ázimos, porque naquele mesmo dia tirei vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo. 18. No primeiro mês, aos "catorze dias do mês, à tarde" (AO PÔR DO SOL, ÀS 18:00HS DO DIA 13 DE NISÃ, TODO FERMENTO ERA BANIDO DAS RESIDÊNCIAS E DEPOIS DO AMANHECER DO DIA 14, O CORDEIRO PASCAL ERA MORTO E PREPARADO PARA SER COMIDO APÓS O CREPÚSCULO, ISTO É, NA PÁSCOA), comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde. 19. Por sete dias não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado, aquela alma será cortada da congregação de Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. 20. Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos.

OUTROSSIM: Êxodo 13: 6. Sete dias comerás pães ázimos, e ao sétimo dia haverá festa ao  SENHOR. 7. Sete dias se comerá pães ázimos, e o *levedado não se verá contigo*, nem ainda fermento será visto em todos os teus termos.

CONCLUSÃO: A Ceia do Senhor não tem nada haver com o calendário das festas judaicas, pois Jesus celebrou-a com Seus discípulos, antes da páscoa judaica; Jesus Cristo era o Cordeiro Pascal anunciado pela Escritura, e por isso Ele foi sacrificado no décimo quarto dia do primeiro mês (Abibe ou Nisã), conforme mandava a Lei, mas a Ceia do Senhor ocorreu um dia antes, isto é, após às 18:00hs do dia 13 de Nisã e, segundo a contagem de tempo daquela época, no início do dia 14 de Nisã. Vale lembrar que na véspera da festa dos pães ázimos, isto é, no dia 14 de Nisã, antes das 18:00hs, ou seja, ainda no dia 13 (leia Êxodo 12:18,19) todo o fermento deveria ser retirado das casas, para que no dia seguinte, no dia 14 e na Páscoa, não se encontrasse fermento algum entre os israelitas.
L. M. S.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

O CORPO DE MOISÉS FOI DISPUTADO POR MIGUEL E SATANÁS? ONDE JUDAS ENCONTROU ISTO NA BÍBLIA?

É comum quando lemos algum verso bíblico "obscuro" chegarmos a uma interpretação errônea do assunto, isto acontece porque os caminhos de Deus são mais altos que os nossos caminhos, e os pensamentos DEle são mais elevados que os nossos (Isaías 55:8,9); então, ocorre que surgem "de bandeja" certas explicações que fogem da verdade bíblica; tais equívocos são produtos das divagações da nossa mente ou porque algum teólogo disse. Mas a verdade é que ninguém pode conhecer a mente de Deus sem a revelação dada pelo próprio Deus; portanto, o conhecimento da Sua Palavra deve ser revelado exclusivamente por Ele. "Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus" (1 Coríntios 2:11).

A BÍBLIA INTERPRETA A PRÓPRIA BÍBLIA.

E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações. Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo. (2 Pedro 1:19-21).

Tendo em mente o conceito acima das palavras do apóstolo Pedro, devemos procurar nas Escrituras a sua própria interpretação, isto é, vasculhemos seus textos para que aquela passagem "obscura" seja elucidada.

Judas 1:9 é certamente um dos textos obscuros que alguns tendem a loucas interpretações, e isto se deve por causa de uma  suposta menção no apócrifo "A Assunção de Moisés", que Orígenes (185-254 d.C.) afirmava conter a mesma narrativa da disputa entre Miguel e Satanás pelo corpo de Moisés. Bem! Eu li o tal livro e não achei nada que comprove a essa afirmação; porém, dizem que a parte do texto em questão se perdeu, mas, na verdade, tal referência trata-se apenas de mais uma fábula. Demais a mais, Jesus foi claro quando disse a Nicodemos: "Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu" (João 3:13). Esta afirmação de Jesus põe fim a qualquer possibilidade de que alguém subiu ao céu antes de Jesus Cristo, pois o "caminho" ao "Santo dos Santos" ainda estava fechado, porque o "véu" (a Sua carne) ainda não havia sido "rasgado" (Hebreus 10:20); portanto nem Moisés, nem Elias e nem Enoque subiram ao céu antes de Jesus (Hb 11:13).

A verdade é que Judas (1:9) está se referindo ao Livro de Zacarias, especificamente ao capítulo 3; pois é a mesma passagem que ele mencionou. Mas alguns podem dizer: "O texto de Zacarias não fala da disputa do anjo do Senhor e Satanás sobre o corpo de Moisés; fala"?! Para responder a questão precisamos entender do que se trata o tal "corpo de Moisés". 

Estamos acostumados a chamarmos a Igreja de "o Corpo de Cristo", isto é, "a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, aqueles que anunciam as virtudes Daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz..." (1 Pedro 2:9,10). Portanto, assim como a Igreja é o corpo de Cristo, a nação de Israel era o "corpo de Moisés", isto é, no culto, na Lei e na liderança do povo; pois foi Moisés que conduziu o povo de Israel até Canaã, e foi Moisés que recebeu os oráculos de Deus para entregá-los aos israelitas, e foi sob sua liderança que se estabeleceu o culto, o Tabernáculo, o sacerdócio e a Lei de Deus.

Zacarias e Ageu foram os profetas que exortaram o povo pós-exílio na reedificação do segundo Templo; sim, os israelitas que voltaram do cativeiro estavam incumbidos de restaurar o "culto mosaico" em todas as suas ordenanças (confira os livros de Esdras e Neemias); na visão de Zacarias capítulo 3, Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, está representando a restauração do culto em Israel. Então, Satanás aparece para se opor à reabilitação dos serviços do Templo, mas o anjo do Senhor diz: "O Senhor te repreenda, ó Satanás, sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda; não é este um tição tirado do fogo?" (verso 2). Viram? Nada de Moisés subindo ao céu; nada do diabo querendo usar cadáveres para propósitos escusos.

Hebreus 3: 4,5.
Porque toda a casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus.
E, na verdade, Moisés foi fiel em "toda a sua casa", como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar...

No grego a palavra usada por Judas para referir-se ao "corpo" é "somatos", caso genitivo (relação de posse - somatos: o corpo de alguém) de soma, corpo vivo ou cadáver; porém se Judas estivesse citando mesmo o "cadáver" ou seja, corpo morto de Moisés, ele poderia ter usado a palavra "ptóma" que realmente significa  cadáver, carcaça, ou um morto.  

Chega de misticismos na Igreja; chega de fábulas de velhas caducas; chega de adicionar mentiras à verdade. Deus nos deu o Seu Espírito para que creiamos na verdade e tenhamos discernimento do que é a verdade, isto é, para que entendamos a diferença entre a verdade e a mentira. Amém!

1 João 4:5,6. _Do mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos nós o espírito da verdade e o espírito do erro.

1 João 5:18-21. _Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno. E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém.

Efésios 4:29,30. _Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais "selados" para o dia da redenção.

Apocalipse 7:2,3. _E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o "selo* do Deus vivo"; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos "selado nas suas testas os servos do nosso Deus".

Apocalipse 9:3,4. _E da fumaça vieram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o poder que têm os escorpiões da terra. E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que "não têm nas suas testas o *selo de Deus".

*Selo (ê) - Substantivo Masculino.

1. Grande cunho sobre o qual são gravados em côncavo a figura, a assinatura, as armas ou a marca simbólica de um Estado, de um rei, de uma entidade etc., e que se aplica sobre atos ou objetos a fim de autenticá-los, fechá-los inviolavelmente ou marcar uma propriedade; chancela, sinete.

2. Pequeno sinal que se põe ou se apõe às coisas para assinalá-las, identificá-las ou torná-las invioláveis; carimbo.

Quem tem o SELO DE DEUS, isto é, o Espírito Santo, tem a sua mente inviolável, selada, ou seja, fechada para o engano; Satanás não lhe toca, pois não consegue inculcar-lhe suas mentiras; esta é a diferença entre os filhos de Deus e os filhos do maligno.

L. M. S. 

sexta-feira, 20 de julho de 2018

EU CREIO EM MILAGRES.

“Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas” (Provérbios 3:6).

1. Quando minha mãe estava grávida, bem antes de eu nascer, ela teve um sonho de qual deveria ser o meu nome.

2. Alguns dias após meu nascimento – o parto ocorreu em casa – eu tive o “mal de sete dias” (tétano neonatal ou tétano umbilical), doença grave que pode levar ao óbito o recém nascido; meu pai, crendo no que está escrito em Tiago 5: 14; chamou o presbítero da igreja o qual orou sobre mim e me ungiu, e eu fui curado.

3. Quando estava com quinze anos, caí num rio, e sem saber nadar estava me afogando, mas o Senhor interveio e me salvou a vida.

4. Aos meus dezesseis anos de idade, meu irmão mais velho entrou numa briga e eu fui tentar socorrê-lo; estávamos sozinhos entre os desafetos que ultrapassavam mais de dez, e eles queriam com certeza nos espancar, mas milagrosamente não levamos um tapa sequer, pois de repente apareceu uma multidão não sei de onde, e acabou com a confusão; foi novamente a mão do Senhor Jesus que me guardou.

5. Aos dezessete anos de idade, quando morei numa cidadezinha, meu pai teve cólicas renais terríveis e por vários dias sofreu, mas minha irmã e eu resolvemos dobrar os nossos joelhos ao lado da cama dele para orar pedindo ao Senhor Jesus que o curasse; naquela mesma hora meu pai dormiu; coisa que já alguns dias ele não conseguia fazer. Depois que se levantou sentiu vontade de urinar e com a micção, surpreendentemente saiu uma pedra.

6. Aos dezoito anos eu fui nadar num lago e acabei pegando uma virose que me deixou alguns dias acamado; meu pai orou por mim e eu fui liberto da enfermidade.

7. Quando estava na escola militar, meu pelotão foi levado de micro-ônibus até certo local para exercícios; quando descíamos a serra o veículo perdeu os freios e ganhamos velocidade, o motorista tentou reduzir as marchas, mas em vão, chegamos a uma curva e então batemos, todos nós fomos jogados para cima e para baixo dentro do ônibus; o pára-brisa arrebentou e sargento foi lançado para fora; por incrível que pareça, ninguém se machucou; Deus nos guardou.

8. No trânsito e no trabalho, em acidentes que eram certos, Deus já me livrou várias vezes.

9. Recentemente, isto é, hoje, o Senhor Jesus realizou mais um de seus milagres em minha vida. Eu estava com um boleto de contribuição de um ministério que ajuda cristãos necessitados em outros países, ou seja, crentes perseguidos por sua fé em Cristo; pois bem! Estava eu ponderando se devia ou não fazer aquela oferta - visto que já faço uma oferta regular mensalmente à causa - quando o Espírito Santo me trouxe à mente o que está escrito em 2 Coríntios 9 versos 6 e 9 que diz: “O que semeia pouco, pouco ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará... Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre”; (confira também Salmos 112: 9). Diante disto, paguei o boleto. Nas minhas contas eu deveria ter ficado com um valor “X” de saldo no banco, mas ao conferir o extrato estava sobrando mais.

Deus é fiel à Sua Palavra, pois não pode negar a Si mesmo ainda que sejamos infiéis. Quer ver milagres acontecerem? Creia na Palavra de Deus, creia em Cristo Jesus, no Verbo encarnado do Deus vivo; viva a Palavra no Espírito Santo, então os milagres acontecerão; glórias a Ele para todo o sempre, amém!

L. M. S.  

2 Coríntios 9:1-15. _1 Quanto à administração que se faz a favor dos santos, não necessito escrever-vos; 2 Porque bem sei a prontidão do vosso ânimo, da qual me glorio de vós para com os macedônios; que a Acaia está pronta desde o ano passado; e o vosso zelo tem estimulado muitos. 3 Mas enviei estes irmãos, para que a nossa glória, acerca de vós, não seja vã nesta parte; para que (como já disse) possais estar prontos, 4 A fim de, se acaso os macedônios vierem comigo, e vos acharem desapercebidos, não nos envergonharmos nós (para não dizermos vós) deste firme fundamento de glória. 5 Portanto, tive por coisa necessária exortar estes irmãos, para que primeiro fossem ter convosco, e preparassem de antemão a vossa bênção, já antes anunciada, para que esteja pronta como bênção, e não como avareza. 6 E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. 7 Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. 8 E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; 9 Conforme está escrito:Espalhou, deu aos pobres;a sua justiça permanece para sempre. 10 Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; 11 Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus. 12 Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus. 13 Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão, que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos; 14 E pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há. 15 Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável.  


BÍBLIA ALMEIDA CORRIGIDA FIEL.   

quinta-feira, 5 de julho de 2018

QUANDO VELHOS, AINDA DARÃO FRUTOS... (Sl 92.14)


A glória do jovem é a sua força; e a beleza dos velhos são as cãs (Provérbios 20: 29).


O texto a seguir é uma história contada por alguém que já foi um moço como vocês, mas agora é um ancião como nós.

Numa vez que viajei ao Canadá, permaneci por lá quase um ano inteiro e nesse período tive o privilégio de assistir o espetáculo das mudanças das estações daquele país, pois numa região de clima temperado as estações do ano são bem definidas e assim podemos distingui-las visivelmente.

A primavera certamente é a mais bela, tanto pelo que se vê como pelo que se pode sentir, pois o colorido das flores cobre a terra e os cheiros que elas exalam perfumam o ar. A primavera e o verão evidenciam a vida; as plantas se enfeitam de flores, as borboletas voam desajeitadamente belas, as abelhas incansavelmente polinizam, e no verão os animais garantem, pelo acasalamento, a próxima geração de sua espécie... Enfim, é o tempo da juventude: laboriosa, viva, bela e fugaz.

Quando cheguei ao Canadá a primavera declinava, e quando parti, o inverno já estava perto do seu fim. Um amigo que conheci por lá me disse certa vez, que a primavera é o tempo do despertar; porque as árvores depois dos rigores do inverno, brotam; os ursos saem de suas tocas, e as fêmeas vêm para fora com os seus filhotes. Portanto a primavera, tal qual nossa infância, é o renovo é o nascimento; é o acordar da vida... Porém, o que está vivo não se estagna, mas segue o seu curso, pois assim como as estações do ano estão ligadas num ciclo que prepara a chegada de uma no término da outra, as fases da nossa existência neste mundo também obedecem a esse ciclo preparatório; nós nascemos, crescemos, frutificamos, envelhecemos e adormecemos; uma lei da qual ninguém pode furtar-se.

Apesar da primavera e do verão abarrotar de encantos os meus sentidos, o melhor ainda estava por vir. Se na primavera a terra desperta, no verão ela se embeleza de frutos; mas é no outono que esses frutos crescem e amadurecem, e é no fim dele que esses frutos são colhidos.

Como eu já disse antes, o final de uma estação é a preparação para o início de outra, e é marcante a visão dos carvalhos e bordos derrubando suas folhas vermelhas e amarelas para cobrir o chão com um manto colorido de uma colcha de retalhos; é como se eles quisessem, despindo-se de sua beleza, proteger o solo do frio que está chegando.


As últimas chuvas caem, a temperatura também, e a branca neve cobre todo o cenário. O inverno chegou! Olhar toda aquela brancura de motivo de cartões de natal e sentir o frio dezembrino, bem diferente dos países tropicais, a vontade que dá é de ficar quieto no aconchego duma cama ou talvez numa poltrona em frente a uma lareira crepitante munido de uma boa xícara de chocolate quente esperando o sono chegar... Bem! Esse é o final típico de todos os anos; não há nada a produzir, a terra hiberna e não há fruto nem renovo no solo; contudo, uma espécie de bordo, uma árvore caduca chamada Acer, cuja folha decora a bandeira daquele país, que apesar da aparência ressequida pelo clima invernal, o seu interior está a produzir algo fantástico, um licor doce como mel, rico em nutrientes e que pode salvar vidas em tempo de escassez. Deus é maravilhoso! Ele faz que uma planta velha e sem folhas no meio de um frio gélido produza um xarope revigorante quando do solo não brota mais alimento, e isto é para que os viajantes, os andarilhos, os perdidos na floresta - aqueles que estão longe de um abrigo - tenham como repor suas forças.

O pregador diz: Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento (Eclesiastes 12: 1). Porém, o profeta Isaías escreveu: “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (Isaías 40: 28-31).


Cheguei ao inverno de minha existência. Os meus fracos olhos contemplam as estações de minha vida como “um conto ligeiro”. Neste tempo atual o viço se foi e os frutos maduros foram colhidos, só me resta o frio da idade e a brancura da neve nos cabelos; quero ficar quieto num canto da casa tentando me aquecer na lareira da memória, e aguardar a promessa do Dia do Senhor que virá; e ante ao chamado de Jesus Cristo o meu Deus, serei revestido da incorruptibilidade, e este corpo fraco quando for renovado na ressurreição dos mortos, correrá e não se cansará; por agora, mesmo sem o vigor de minha mocidade, o Espírito Santo me faz produzir um "licor de alento" àqueles que, sem esperança, estão desfalecendo por aí.

Não tenham medo, o melhor ainda está por vir; depois de velhos nós frutificaremos!

L. M. S.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

SERÁ QUE JESUS ERA NEGRO? NÃO! JESUS ERA RUIVO.

Acho que a cor da pele de Jesus é o assunto mais fútil a ser discutido, por outro lado, a questão traz um agravo, a luta de raças e o racismo na Igreja, ou seja, a divisões entre os irmãos; coisa que Deus abomina (Provérbios 6:19; 1 Coríntios 12:25-27).


Compete esclarecer que o conceito de raça não existe na Bíblia, pois essa ideia é coisa de homens soberbos e foi criada por volta do Século XVII (17), por essa razão eu não acredito na divisão da humanidade em raças, porque o conceito bíblico quanto aos aspectos físicos dos humanos é o de povos, tribos, línguas e nações (Apocalipse 7:9). Se eu creio nas Escrituras, não posso aceitar que haja a distinção de raças entre os homens, pois segundo a Palavra de Deus só existe uma raça entre os “filhos dos homens” (Salmos 115:16) que é a "raça humana". As diferenças como cor da pele, cor e formato dos olhos, estatura, tipos de cabelo e demais aspectos físicos, só nos revelam que o Todo Poderoso Criador é um Deus esmerado e detalhista: "Ó Senhor, quão variadas são as Tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a Terra das Tuas riquezas" (Salmos 104:24). Aliás, a própria palavra “raça” quando é usada na Bíblia tem uma conotação pejorativa (Jeremias 8:3; Mateus 23:33).

O problema da chamada questão racial tomar algum vulto entre cristãos, mostra que mais uma “brecha” se abriu nas defesas da cristandade, e que por meio dessa “guarda baixa” Satanás está invadindo e difundindo suas ideias mundanas nas Igrejas (Ezequiel 13:5). Sim, pois, "justiceiros sociais" (joio) se introduzem para promover disputas e divisões, faccionando o Corpo de Cristo.

Por causa desses rebeldes e para que se tapem as "brechas", devo me interpor nesse assunto. Mas... Qual era a cor da pele de Jesus? À primeira vista, a Bíblia não nos dá qualquer informação quanto a cor da pele de Cristo; ou será que ela dá? Bem! Qualquer informação fora das Escrituras é mera especulação. Então vamos nos ater ao que a Palavra nos diz, e só Nela, por meio de inferências, poderemos deduzir as particularidades de Cristo.

É certo que o povo israelita bem cedo se misturou com os cananeus (veja Gênesis 34:29 - os filhos de Jacó levaram cativas as mulheres siquenitas - povos heveus). Judá, de Tamar, uma cananita, suscitou descendência: Perez e Zerá. De Perez veio Salmom, um dos espias enviados a Jericó; este se casou com Raabe, a meretriz; desta união nasceu Boaz que se casou com Rute, uma moabita, e dela gerou a Obede, que gerou a Jessé, que gerou a Davi. Tem gente que diz que Canaã ficou com sua pele escura por causa da maldição de Noé, mas isto não procede, pois os etíopes (faces queimadas ou faces negras) são filhos de Cuxe e não de Canaã, e também porque Davi, tendo em sua linhagem sangue cananita era ruivo e de olhos claros (1 Samuel 16:12).

Quanto àqueles que afirmam que o verdadeiro povo de Israel era negro, em Números 12 há uma passagem curiosa que desmente essa hipótese, pois Miriã e Arão se rebelaram contra Moisés por que ele havia tomado por mulher uma cuxita, isto é, uma etíope. O texto não dá detalhes, mas leva-nos a crer que a coisa toda se dá por causa da cor da pele da nova esposa de Moisés, isto é, porque ela era negra; veja que a punição dada a Miriã foi: "Miriã ficou leprosa, branca como a neve"; diz o texto (Números 12:10). Tudo indica que Miriã, sendo a mais velha, incitou Arão a rebelar-se contra Moisés por causa do seu preconceito quanto a cor da pele de sua nova cunhada, então Deus lhe dá uma justa punição: “Miriã fica branca como a neve”. Também sabemos que Salomão, filho de Davi, não era negro, pois em Cantares 5:10-12; diz que ele era branco e corado, tinha cabelos pretos e crespos ou cacheados, e tinha olhos castanhos por causa da expressão: "Os seus olhos são como os das pombas" (Cânticos 5:12).

Na profecia de Jacó respectiva a Cristo, o descendente de Judá; de Siló se diz: “Os seus olhos serão como o vinho (castanhos), e os seus dentes brancos como leite" (Gênesis 49:9-12). Não parece muito, mas é um ponto de partida, pois o texto em si pode dar a entender que se trata de alguém ruivo tal qual foi Davi (da cor do vinho - banhará as suas veste no vinho*).

*Banhar as suas vestes no vinho e sua capa em sangue de uvas é uma metáfora, e teologicamente tem haver com o sacrifício de Jesus, pois seu corpo e suas vestes ficaram ensanguentados pelas das chibatadas e demais maus-tratos que Ele sofreu.

CURIOSIDADES:

1. Quando a mulher siro-fenícia pediu socorro a Cristo por causa de sua filha, ela dirigiu-se a Jesus como FILHO DE DAVI (Mateus 15:21,22); será que ela quis dizer: ruivo como Davi?

2. Jesus sempre referiu a si mesmo com o "filho do homem", ou seja, ben Adam; a palavra Adão vem da raiz Adom que significa vermelho ou ruivo;

3. O profeta Jeremias relata que os nobres de Judá eram homens de tez branca (Lamentações 4:7).

4. Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança, visto que Adão pode ser traduzido como ruivo, e que o apóstolo João descreve Cristo como a "glória do Pai", isto é, a face de Deus, a imagem exata do seu Ser (João 1:14), então, Jesus sendo o Unigênito do Pai e o segundo Adão (1 Cor 15:45-47), era ruivo também. 

5. Há um detalhe que passa despercebido por muitos leitores da Bíblia no texto de Números 19 que trata de "uma novilha ruiva", ou vermelha; era uma oferta pelo pecado totalmente queimada em holocausto, da qual as cinzas eram misturadas em água para purificação dos pecados da congregação de Israel; tinha que ser uma novilha ruiva, e esta novilha simbolizava Jesus Cristo.

CONCLUSÃO.

Creio que Jesus era ruivo e que tinha olhos castanhos claros (vermelhos de vinho) por todas as provas bíblicas apresentadas acima. Sendo Jesus descendente de Davi por parte de Maria (leia a descendência de Jesus em Lucas 3:23-38), há a probabilidade de descendentes ruivos nessa linhagem. Mas isto não importa, o que é importante para nós cristãos é que só Cristo Jesus revelou o Pai em toda Sua graça, misericórdia e verdade; só Cristo nos resgatou da morte quando se entregou na cruz pelos nossos pecados. Ali, na cruz Ele pagou o preço por todas as ofensas cometidas por nós as quais exigiam sangue dos culpados, e Jesus, sem pecado, se fez pecado por nós. Cristo nos comprou do mundo e nos livrou a condenação eterna, e assentou-se a direita do Pai; esta é a "Face do Unigênito do Pai" que devemos conhecer. Amém!
L. M. S.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

JESUS SE ENGANOU QUANDO DISSE QUE COMER SEM LAVAR AS MÃOS NÃO CONTAMINA O HOMEM?

Pegue todo o texto de Mateus 15, e analise-o:

Mateus 15:1-20
1. Então chegaram ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo:
2. Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos quando comem pão.
3. Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós, também, o mandamento de Deus pela vossa tradição?
4. Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá.
5. Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim; esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe,
6. E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus.
7. Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo:
8. ESTE POVO SE APROXIMA DE MIM COM A SUA BOCA E ME HONRA COM OS SEUS LÁBIOS, MAS O SEU CORAÇÃO ESTÁ LONGE DE MIM.
9. MAS, EM VÃO ME ADORAM, ENSINANDO DOUTRINAS QUE SÃO PRECEITOS DOS HOMENS.
10. E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei:
11. O QUE CONTAMINA O HOMEM NÃO É O QUE ENTRA NA BOCA, MAS O QUE SAI DA BOCA, ISSO É O QUE CONTAMINA O HOMEM.
12. Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram?
13. Ele, porém, respondendo, disse: TODA A PLANTA, QUE MEU PAI CELESTIAL NÃO PLANTOU, SERÁ ARRANCADA.
14. Deixai-os; são cegos condutores de cegos. Ora, SE UM CEGO GUIAR OUTRO CEGO, AMBOS CAIRÃO NA COVA.
15. E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola.
16. Jesus, porém, disse: Até vós mesmos estais ainda sem entender?
17. Ainda não compreendeis QUE TUDO O QUE ENTRA PELA BOCA DESCE PARA O VENTRE, E É LANÇADO FORA?
18. Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem.
19. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.
20. São estas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o homem.

Depois de fazer a leitura, pense bem e responda esta pergunta: “O que Jesus disse tem alguma conotação com a saúde do corpo físico”? Após esta indagação você verá o absurdo daquilo que ensinam os adventistas e judeus messiânicos.

Se quisermos discernir as coisas do Espírito através da fraca compreensão da nossa mente, nós ficaremos confusos, mas se analisarmos as Escrituras submissos ao Espírito Santo, orando para que Deus nos dê a sabedoria que vem Dele mesmo, então compreenderemos as coisas espirituais (1 Cor 2:14; Tiago 1:5).

Vejamos ainda o que está escrito em Marcos capítulo 7, versículo 19: _Porque não entra em seu coração, mas em seu estômago, sendo depois eliminado. Ao dizer isto, JESUS DECLAROU "PUROS" TODOS OS ALIMENTOS.

Se Jesus estivesse falando de higiene pessoal e de salubridade na carne, a afirmação de Jesus seria um disparate total porque se eu, por exemplo, depois de fazer uma bela faxina num banheiro público for comer algo sem lavar bem as minhas mãos, isto poderá me trazer sérios problemas, pois as minhas mãos estarão muito contaminadas com bactérias. Será que o Criador de todas as coisas não sabia disto? Sim, Ele sabia. Portanto, a doutrina de Cristo não se refere à saúde do corpo físico do homem, mas à saúde espiritual do ser humano, os demais versos nos ensinam isto.

Deus não está preocupado se você come ou não carne de porco, ou se você lava as suas mãos antes de comer, ou se você faz alguma dieta. O Senhor quer que nós nos enchamos do Seu Espírito, porque só assim todo o nosso exterior se revestirá de Cristo.

“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17).

L. M. S.

O PRÍNCIPE DO REINO DA PÉRSIA (Daniel 10:12-14).

Daniel capítulo 10 já confundiu a mente de muita gente que tentou pregar o assunto dos versos 12, 13, 14, 20 e 21; aquela parte que diz sobre o tal “príncipe do reino da Pérsia” que resistiu a Gabriel, e este precisou da ajuda de Miguel para vencê-lo.

Por causa de influências “folclóricas” embutidas nas mentes de pregadores que absorveram estudos extrabíblicos (principalmente literatura de origem pentecostal, adventista e Testemunhas de Jeová) o texto em questão parece dar a entender que as orações de Daniel e até mesmo a resposta divina trazida por Gabriel, eram “bloqueadas” por algum tipo de anjo caído, um demônio denominado “príncipe do Reino da Pérsia” e que, portanto, Gabriel, o mensageiro do Senhor, precisou da ajuda de um príncipe dos anjos, isto é, de Miguel, o arcanjo. Mas a verdade é que as orações de Daniel nunca foram impedidas de chegar aos ouvidos de Deus, e muito menos a resposta do Senhor; é só ler o verso 12 para constatar isto. Vejam: “Não temas Daniel, porque desde o 1° dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, SÃO OUVIDAS AS TUAS PALAVRAS; e eu vim por causa das tuas palavras”.

O assunto do capítulo 9 e 10 do Livro de Daniel (lembremo-nos que a divisão da Bíblia em capítulos ocorreu por volta do Século 13) se completam, isto é, a revelação do cap. 9 que se dá 1° ano do reinado de Dario sobre os caldeus (versos 1 e 2) é quando Daniel compreende que o cativeiro de Judá havia acabado, pois Ciro em 539 a.C. ao tomar o Império Babilônico e empossar Dario, o medo, como rei de Babilônia, decretou a volta dos cativos à Jerusalém (é preciso entender que Ciro e Dario governavam o Império Medo-Persa juntos); daí Daniel toma ciência da revelação das Escrituras profetizadas por Jeremias.

Daniel se põe a buscar a Deus com oração e súplicas, com Jejum, vestido de saco e com cinza sobre a cabeça (cap. 9 verso 3); ele clama ao Senhor confessando os pecados da nação e suplica a misericórdia divina sobre os filhos de Israel (verso 4 ao 20). Então Gabriel vem para instruir e para revelar o sentido das “setenta semanas”.

Mais adiante, no capítulo 10 verso 1, diz do 3° ano de Ciro rei da Pérsia; aqui não se sabe se o texto faz referência a 3 anos após Ciro tornar-se imperador da Pérsia, fato que ocorreu em 559 a.C., ou se o texto trata do terceiro ano do seu reinado sobre Babilônia a partir do ano 539 a.C., isto é, três anos após dá 536 a.C.; creio que a segunda opção é a mais plausível; mas novamente Daniel busca a Deus por causa de uma palavra que lhe foi revelada, a qual envolvia um “grande conflito”. A verdade é que sem o auxílio do Livro de Esdras fica difícil compreender o porquê de Daniel suplicar e jejuar em prol do seu povo por causa da revelação que ele teve.

ESDRAS CAPÍTULO 1 ATÉ O CAPÍTULO 4.

Após o decreto de Ciro (539 a.C.), os filhos de Israel voltaram à Jerusalém para reconstruir do Templo. A obra iniciou-se quando os fundamentos da Casa do Senhor foram lançados (536 a.C.); porém, os adversários de Judá e Benjamim, isto é, os povos circunvizinhos de Jerusalém, os samaritanos (povos assim chamados por terem sido transportados à Samaria depois que o reino do norte de Israel foi destruído pelo rei da Assíria – veja a origem dos samaritanos em 2 Reis 17), se opuseram à reconstrução.

Segundo consta em Esdras capítulo 4, os samaritanos intentaram auxiliar na obra, mas Zorobabel e os anciãos de Israel não permitiram; então eles, os povos vizinhos de Judá tornaram-se opositores à reedificação do Templo, e até subornaram autoridades contra os judeus, e isto perdurou todos os dias de Ciro, o Grande, que morreu em 530 a.C., até o reinado de Dario I Histaspes que em 521 a.C., após a morte do impostor Esmérdis, tomou o império.

Em 520 a.C., no 2º ano de Dario I, as obras do Templo foram reiniciadas e em 516 a.C. concluídas, ou seja, do decreto de Ciro até a volta de Zorobabel e o lançamento das bases do Templo são mais ou menos três anos (veja Daniel 10:1 _No terceiro ano de Ciro... foi revelada uma palavra a Daniel... e envolvia grande conflito...), do início da reconstrução do Templo até as oposições impetradas pelos samaritanos as quais paralisaram as obras são aproximadamente mais dois anos; a paralisação continuou até o 2° ano de Dario I Histaspes, o que perfaz um total de 18 anos, isto quer dizer que por dezoito anos as obras do Templo ficaram interrompidas, tudo porque o “príncipe do reino da Pérsia”, que não se trata de nenhum anjo caído, mas apenas do governante do Império Medo-Persa que favoreceu os inimigos de Israel, e por assim dizer, resistiu a influência do anjo do Senhor durante 21 dias, mas Gabriel, que arduamente batalhava pela reconstrução do Templo em Jerusalém permaneceu com os reis da Pérsia até que Dario I tomou ciência do decreto de Ciro (leia Daniel 10: 13,20,21 e cap. 11: 1,2; compare com Esdras 6: 14,22). Faz-se necessário acrescentar que os versos 6 ao 23 de Esdras cap. 4, trata-se de um adendo, pois o episódio da carta difamatória endereçada a Artaxerxes, só ocorreu muitos anos mais tarde, no tempo de Neemias, quando este estava empenhado na reconstrução dos muros de Jerusalém (leia Neemias cap. 4) e não do Templo porque a Casa de Deus já havia sido concluída há anos.    

Fica claro no Livro de Ageu que a elite judaica desanimou frente às demandas dos samaritanos, e daí cada um passou a cuidar dos seus interesses pessoais, por isso Deus levantou Seus profetas Ageu e Zacarias para acusá-los por essa negligência para com Sua obra, e, assim sendo, despertar arrependimento e um novo ânimo à reconstrução da Sua Casa em Jerusalém (Esdras 5: 1,2 e cap. 6: 14; Ageu cap. 1).

CONCLUSÃO.

Quando lemos passagens bíblicas difíceis de entender, oremos a Deus para que Ele nos dê entendimento e depois empenhemos nossos esforços em pesquisar o contexto bíblico e histórico se necessário; não aceitemos os “manjares” estranhos à fé cristã porque o apóstolo João assim nos diz: “Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 João 4:1).

L. M. S.

Fonte de pesquisa: Bíblia De Estudo Indutivo - Editora Vida; e Enciclopédia De dificuldades Bíblicas - Gleason Archer.