MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

domingo, 31 de julho de 2016

E OS FILHOS DE DEUS OLHARAM PARA AS FILHAS DOS HOMENS.

Andarão dois juntos se não estiverem de acordo? (Amós 3:3).

Gênesis cap. 6 é, sem querer fazer um trocadilho, o divisor de águas na história dos antediluvianos, pois nele se pode entender a causa da corrupção total gênero humano. Os seus versos iniciais dizem que por se multiplicarem os homens sobre a face da Terra e lhes nascerem filhas, os filhos de Deus “viram” que as filhas dos homens eram formosas, e as tomaram como esposas. Então entendemos claramente que a corrupção geral da raça humana se dá pela sedução dos homens tementes a Deus que foram atraídos pelas belas filhas dos homens, visto que até aquele ponto ainda existia uma diferença entre luz e trevas, entre figos e abrolhos, entre vides e espinheiros, entre água doce e amargosa, entre os filhos de Deus e os filhos dos homens.

É preciso notar que a completude da carne do homem se dá na mulher, pois ela é osso dos seus ossos e carne da sua carne, é chamada de varoa porque do varão foi tomada, e porque deixará o homem seu pai e sua mãe e unir-se-á a sua esposa, e serão ambos uma carne (Gênesis 2: 21-24). 

Portanto o desejo carnal do homem se satisfaz na mulher, por isso Deus disse à mulher: “... o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará” (Gênesis 3: 16). Sendo assim, fica evidente a atração natural que existe nos homens pela beleza feminina, a qual impulsiona o mundo masculino às muitas empreitadas na busca pela sua satisfação sexual na mulher.

Outra coisa importante observada na história de Adão e Eva com relação à sua queda, é que os “seus olhos” se abriram somente quando Adão comeu do fruto proibido; veja: E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; TOMOU DO SEU FRUTO, E COMEU, E DEU TAMBÉM A SEU MARIDO, E ELE COMEU COM ELA. ENTÃO FORAM ABERTOS OS OLHOS DE AMBOS, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. (Gênesis 3: 6,7).

Se Adão não tivesse comido o fruto com ela, o pecado da desobediência não se teria consumado, isto é algo para se meditar.

A atração e afeição chegam, algumas vezes, à beira da irracionalidade, isto fica evidente na comoção do homem pelo choro de uma mulher, assim como Sansão que revelou seu enigma à sua esposa por causa dela o importunar durante sete dias chorando aos seus ouvidos (Juízes 14: 16,17). Aliás, Sansão é um bom exemplo da fraqueza masculina aos atributos femininos, pois ele foi enganado pela mulher que tomou para si, sabendo que ela descendia de um povo inimigo (Juízes 13: 1; 14: 1,2), e sendo ele um nazireu designado por Deus para ser santo (Juízes 13: 5), deitou-se com uma prostituta (Juízes 16: 1) e depois disso afeiçoou-se à Dalila, e revelou-lhe o segredo de sua grande força, ato que antecedeu a sua ruína (Juízes 16: 17-21).

Outro fato narrado nas Escrituras que denotam o desvio de um homem por causa da mulher, neste caso específico, "mulheres"; é a vida de Salomão, o qual amou muitas mulheres estrangeiras e as desposou. Elas perverteram o seu coração fazendo-o curvar-se aos deuses dos pagãos. O rei mais sábio da história tornou-se insensato ao se deixar seduzir pelas beldades moabitas, edomitas, heteias, sidônias e amonitas.

E o rei Salomão AMOU MUITAS MULHERES ESTRANGEIRAS, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias, das nações de que o Senhor tinha falado aos filhos de Israel: NÃO CHEGAREIS A ELAS, E ELAS NÃO CHEGARÃO A VÓS; DE OUTRA MANEIRA PERVERTERÃO O VOSSO CORAÇÃO PARA SEGUIRDES OS SEUS DEUSES. A estas SE UNIU SALOMÃO COM AMOR. E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e SUAS MULHERES LHE PERVERTERAM O CORAÇÃO. Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, SUAS MULHERES LHE PERVERTERAM O CORAÇÃO PARA SEGUIR OUTROS DEUSES; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor seu Deus, como o coração de Davi, seu pai, porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom, a abominação dos amonitas. (1 Reis 11: 1-5).

ENGANOSO É O CORAÇÃO DO HOMEM; QUEM O CONHECERÁ?

Acabe rei de Israel (reino do norte – Samaria) foi um homem controlado por sua perversa mulher Jezabel, filha do rei Etbaal, e princesa dos sidônios, a qual ele desposou em aliança com Sidom. Jezabel tornou-se o braço por traz do trono em Samaria, e Acabe, seguindo pelo mesmo caminho de Jeroboão, e encantado pelas peculiaridades de sua esposa, erigiu casa e altar a Baal estabelecendo o seu culto em Israel (1 Reis 16: 31,32). Apesar de Acabe ser um homem dividido entre as profecias de Elias e a beleza de Jezabel, ele escolheu deixar que sua esposa comandasse o seu reino como bem quis (1 Reis 18; 19: 1-3).

E sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, disse: Há paz, Jeú? E disse ele: Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe Jezabel e as suas feitiçarias são tantas? (2 Reis 9: 22).

Jezabel era mulher perita na arte da sedução, de tanto que até no Livro do Apocalipse ela é citada na carta à Igreja de Tiatira, como símbolo da corrupção dos servos de Deus por seus ensinos e enganos; ensinos estes que levam os crentes a comungar da idolatria e da prostituição (Apoc. 2: 20-22). Mas também no Livro dos Reis de Israel vemos sua má intenção mais evidente, quando Jezabel pinta seus olhos, adorna seus cabelos e olha pela janela para tentar atrair Jeú. No entanto, ele não se deixou cair pela sua artimanha, mas ordenou os eunucos que a atirassem pela janela, e ela, lançada ao chão, foi atropelada por seu carro (2 Reis 9: 30-33).  

Outra curiosidade de Gênesis relaciona-se com a idade que dos filhos de Deus (geração de Sete até Noé) geraram filhos. Vejamos: Sete viveu 105 anos e gerou a Enos, que viveu 90 anos e gerou Cainã, que viveu 70 anos e gerou Maalaleel, que viveu 65 anos e gerou a Jerede, que viveu 162 e gerou Enoque, que viveu 65 anos e gerou Matusalém, que viveu 187 anos e gerou a Lameque, que viveu 182 anos e gerou Noé, que viveu 500 anos e gerou Sem, Cam e Jafé.   

Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e “perfeito em suas gerações”; Noé andava com Deus. (Gênesis 6: 9).   

Gênesis (cap. 5) nos mostra a linhagem dos filhos de Deus, e no cap. 6 está o relato da corrupção pela mistura entre gerações de filhos de Deus e dos homens, mas também lemos ali que havia uma geração não corrompida, a geração de Noé. O texto diz que Noé era “perfeito” em suas gerações (em outras traduções: íntegro = inteiro, completo, incorruptível), isto porque Sete, Enos, Cainã, Maalaleel, Jerede, Enoque, Matusalém, Lameque e Noé esperaram muitos anos até que houvesse mulheres tementes a Deus para desposá-las, diferentemente de seus irmãos que não se guardaram, mas cobiçaram para as formosas filhas dos homens e tomaram-nas para si. Deste ato carnal a humanidade toda se corrompeu, porque embora os pais pertencessem à geração eleita, as mães não. A Bíblia diz que dessa união surgiram os “valentes” da antiguidade, homens de fama, e a Terra encheu-se de violência (Gênesis 6: 4,5).  A decepção do Senhor Deus é visível quando Ele diz em Gênesis 6:3 assim: “Não permanecerá para sempre o Meu Espírito com o homem, pois ele é carnal...”

“Não vos prendais a um jugo desigual com infiéis" (2 Cor. 6: 14) quer dizer: não se unam com quem não comunga da mesma fé. Não deis aos cães as coisas santas e não jogueis aos porcos as vossas pérolas, para que eles não as pisem com os pés, e voltando-se não vos despedacem (Mateus 7: 6). “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Provérbios 9: 10). Ler as Escrituras sem esse “temor”, sem esse princípio, será como brincar com “a serpente”; sabem por quê? Porque Eva sabia do mandamento de Deus, mas sem conservar o “princípio da sabedoria”, ela aceitou uma segunda opinião. Parecem claros estes versos agora?

L. M. S.                                            

COMO RESSUSCITAM OS MORTOS? E EM QUE CORPO ELES VÊM? (1 Cor. 15: 35).

Corpos celestes e corpos terrestres (verso 40)

Eclesiastes 12: 7 diz que o pó (carne) volta ao pó, como era antes de ser carne, e o espírito volta a Deus, pois o “fôlego” (espírito) de vida do homem foi dado por Deus quando Ele soprou nas narinas de Adão e este veio a ser alma vivente (Gên. 2). Bem! No cap. 3 de Eclesiastes está escrito que os “filhos dos homens” são como animais em si, que eles têm o mesmo fôlego de vida e vão todos ao mesmo lugar. Veja que quando Salomão usa a expressão “filhos dos homens”, ele está se referindo à geração dos que não temem a Deus, pois são os filhos dos homens que pervertem o direito e praticam as injustiças (no lugar do juízo havia impiedade e no lugar da justiça, iniquidade – verso 16) por isso a porção deles nesta vida é de “alegrarem-se” na embriaguez, na prostituição, na pornografia, nos vícios, nas violências, nas mentiras, no ódio, nos rancores, nas más intenções, nas palavras torpes e nos escárnios, pois eles andam e vivem nos caminhos da morte e não possuem herança para a vida eterna com Deus.

Se compararmos Ecl. 3: 15-22 com Gênesis 6: 1-7,11-13,17; entenderemos o porquê da expressão “filhos dos homens” no Livro do Pregador. Sendo assim, todos vão para o mesmo lugar: do pó ao pó; ou seja, no sangue dos animais está a sua “alma” (vida) e quando morre um destes seres viventes, tanto a sua carne quanto o seu sangue desce ao pó; no homem a sua vida está no seu espírito e na sua alma, pois os animais foram feitos alma vivente pela Palavra de Deus, mas o homem tornou-se alma vivente pelo “sopro” de Deus (Gên. 1: 20-24), então quando morre um dos “filhos dos homens”, o sopro de Deus (espírito) volta a Deus, mas sua alma desce com a sua carne ao pó (terra – inferno – hades), a carne se desfaz no pó e a alma vê a sua corrupção.

Depois da queda de Adão, ele e sua mulher geraram Caim e Abel. Caim matou seu irmão e por isso Deus lhe pôs uma “marca” a qual definiu toda a sua descendência, a saber, a linhagem dos “filhos dos homens”. Após isso, Eva concebe de seu marido e dá a luz a Sete, este mais tarde gera Enos e daí eles começam a invocar o Nome do Senhor, portanto destes saem os descendentes piedosos, a linhagem dos “filhos de Deus” (Gênesis 4: 1,2,8,11,15,16,25,26).

Quando se diz que a partir de Enos se começou a invocar o Nome do Senhor, importa-nos entender que Deus é Espírito e que só O adoraremos verdadeiramente no espírito (João 4: 24), pois o Seu “sopro de vida” permanece em nós desde Adão e este “fôlego de vida” é a ligação entre o homem e Deus, isto é, este “elo” (espírito) é o que nos torna semelhantes ao Pai (Façamos o homem à nossa imagem, “conforme a nossa semelhança” – Gên. 1: 26). Então a descendência piedosa de Sete conservou em si mesmo o fôlego de Deus preservando o espírito doado pelo Criador ao primeiro homem. E foi desta maneira que eles puderam invocar o Nome do Senhor.

Caim e seus filhos quebraram o elo que os ligava ao Senhor e não preservaram neles o “fôlego de Deus”, antes, eles anularam esse “contato” com o Criador entregando-se ao pecado, pois a Bíblia diz que Caim “retirou-se” da presença do Senhor (Gên. 4: 16) e a seguir temos a descrição de sua linhagem até a 5ª geração, a de Lameque, homem bígamo, homicida e blasfemo (versos 19,23,24). Eis os frutos dos filhos dos homens: cardos e espinhos (Gên. 3: 18).

Hebreus 6: 8. Mas a terra que produz espinhos e abrolhos é reprovada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada.

Mateus 7: 16. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?

OS PECADOS DE LAMEQUE.

BIGAMIA – A bigamia é desobediência a Deus, pois contraria o que foi estabelecido em Gên. 2: 18-24 (deixará o homem seu pai e sua mãe e unir-se-á a sua mulher e ambos serão uma só carne – Mat. 19: 5).

HOMICÍDIO – Sendo descendente de um homicida, Lameque fez o que lhe é próprio, e se Caim, seu ancestral, matou um homem, ele, Lameque matou dois, um por feri-lo e outro por pisá-lo. Os medos de Caim se cumpriram nos seus descendentes: “Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e vagabundo na terra, E SERÁ QUE TODO AQUELE QUE ME ACHAR, ME MATARÁ” (Gên. 4: 14). Uma geração de homicidas, a geração dos filhos dos homens.

BLASFÊMIA – Somente os que são de Deus compreendem as coisas de Deus, pois o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido, mas aqueles que não têm o Espírito de Deus não podem discernir Sua Palavra, visto que o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Cor. 2:14,15). Assim é a Palavra de Deus na boca e no entendimento daqueles que não “nasceram de novo”, naqueles que não nasceram da água e do Espírito (João 3:1-21). Lameque deturpou a sentença que Deus determinou a Caim justamente porque o espírito de vida do Criador, o elo, o contato com Deus estava “inerte” nele e por isso ele não entendeu a Palavra do Senhor. “Como o espinho que entra na mão do bêbado, assim é o provérbio na boca dos tolos” (Provérbios 26: 9).

Precisamos entender uma coisa, são as obras que definem ou manifestam quem é quem. É pelo “fruto” que se conhece a árvore; espinheiro não dá uvas, abrolhos não produzem figos; por isso a fé sem as obras é morta, pois é uma falsa fé, da boca prá fora, proclamada, mas não praticada; anunciada, mas não vivida. Nem todo o que chama Jesus Cristo de Senhor o faz de coração, porém aquele que o faz verdadeiramente, O glorificará com as boas obras da fé. Simples assim!

TEMEI AQUELE QUE PODE FAZER PERECER A ALMA E O CORPO NO INFERNO (Mateus 10: 28).

Jesus disse para não temer os matam o corpo carnal, mas não podem destruir a alma, porém nós devemos temer a Deus que pode fazer as duas coisas, matar a carne e fazer perecer eternamente no inferno o corpo e a alma do homem. O autor da Epístola Aos Hebreus escreveu que nós não somos daqueles que retrocedem para a perdição, mas dos que creem para a “conservação” da alma (Hebreus 10: 39).

Paulo também nos diz em sua epístola que tanto o espírito como a alma e o corpo daqueles que têm fé em Jesus serão “guardados” irrepreensíveis para o dia da vinda de Cristo (1 Tessalonicenses 5: 23). Então podemos entender que os ímpios na ressurreição dos mortos não terão um corpo trino (espírito, alma e corpo), mas apenas suas almas (corpo e alma corrompidos) separadas de Deus e condenadas ao sofrimento eterno; contudo, os justos terão um corpo glorificado onde o espírito a alma e o corpo serão ressurretos irrepreensíveis, santos e puros, à imagem de Cristo Jesus o nosso Senhor. Amém!

L. M. S.


A CRUZ.

O que é a cruz? Ela é o símbolo da morte pela maldição do pecado, pois na cruz eram condenados à morte todos os rebeldes às leis, nela os transgressores recebiam a justa punição segundo a justiça humana. Destarte a cruz é a sentença que, na carne, cada homem ou mulher carrega em si, porque ela lança em rosto as fraquezas da carne, e é por isso não há arrependimento verdadeiro, nem conversão genuína, sem que o pecador confesse seu pecado e assuma a sua cruz admitindo a totalidade da corrupção a que se expôs.

Existe uma cruz para cada indivíduo. Existe a cruz do ladrão, a cruz do homicida, a cruz do adúltero, a cruz da prostituta, a cruz do homossexual, a cruz do estelionatário, a cruz do pedófilo, a cruz do drogado, a cruz do fumante, a cruz do violento, a cruz do devasso, a cruz do vingativo, a cruz do pobre, a cruz do miserável, a cruz do rico, a cruz do avarento, a cruz do mentiroso, a cruz do corrupto, a cruz do justo e a cruz do ímpio. Ela é a “marca” da incapacidade do ser humano se justificar diante de Deus.

Jesus nunca disse que nos aliviaria da cruz, nem mandou que nos despojássemos dela, mas tão somente que a carregássemos; e como faríamos isso? Seguindo após Ele. Tem gente que cai pelo caminho com o peso da cruz, alguns desistem e voltam atrás, outros ficam prostrados chorando a miséria da sua cruz, há ainda aqueles que pensam que podem abandoná-la em Cristo, mas não podem, pois Ele mesmo disse: “Se quiser vir após mim, NEGUE-SE A SI MESMO, tome a cada dia a sua cruz e siga-me” (Lucas 9: 23).

A solução para a cruz é olhar somente para Jesus.

Quando estive na escola militar e o meu pelotão era levado para treinamento, eu sabia que iríamos sofrer muito, pois seriam horas de dores, cansaço e de humilhação. Numa das “pistas de treino” havia uma frase de efeito logo à entrada; ela dizia o seguinte: “O SUOR POUPA O SANGUE”; ou seja, o suor no campo de treinamento, poupa o sangue no campo de batalha; ela indicava que quanto mais experimentado, mais chance de sobreviver na guerra.

Então aprendi uma coisa, aprendi a não pensar no peso daquelas horas, mas no fim de tudo aquilo, no fruto que resultaria dali, pois eu ficaria mais forte, mais firme, mais perseverante, mais capacitado e mais hábil. Outro alento animador era que depois de toda a canseira e sofrimento haveria o descanso para mim.   

O apóstolo Paulo diz algo parecido com o que mencionei. Ele diz: “... tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória há ser revelada em nós” (Romanos 8: 18), portanto, não atentando para aquilo que se vê, mas para o que não se vê, porque as coisas que se vêem são passageiras, mas as que se não vêem são eternas (2 Cor. 4: 18), esqueço do que para trás fica, e prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fil. 3: 13,14).

A cruz não é o fardo do pecado, mas a assinatura desse fardo na carne, e em Cristo ela deixa de ser um peso e se torna motivação, isto é, um estímulo para não vivermos mais nos ditames, nas inclinações e nos desejos da carne, porque pela cruz conhecemos as nossas fraquezas e limitações, porque se andarmos segundo as inclinações da carne, nós morreremos, mas se pelo Espírito Santo mortificarmos as obras da carne, então viveremos (Rom. 8: 13), porque a inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz (Rom. 8: 6).

O pecador arrependido convertido ao Senhor e renascido em Cristo, ainda sentirá na carne os desejos do pecado, mas como tudo se fez novo e as coisas velhas já passaram (2 Cor. 5: 17), ele não viverá pelos seus sentidos e sim pela fé naquele que o chamou das trevas para a luz. Por exemplo, um homem imoral, que viveu uma vida de dissolução, mas que arrependido do seu mau caminho volta-se para Jesus, ainda sentirá as marcas da escravidão de outrora na sua carne, contudo, não será mais dominado por seu passado, antes subjugará as inclinações carnais por amor à fé que em Jesus Cristo abraçou, e como já foi experimentado naquelas paixões, reconhece o fim decadente para o qual aquele caminho o levou. Não há mágica, apenas fé; fé que gera obediência; obediência que produz bons frutos; bons frutos que revelam o verdadeiro louvor a Deus.

O AGUILHÃO DA MORTE É O PECADO (1 Cor. 15: 56).

Aguilhão é uma ponta de ferro fixada na extremidade de uma vara usada para conduzir bois infligindo-lhes dor. Isto quer dizer que o pecado é como uma ponta afiada golpeando a carne para guiá-la à morte, impondo à alma as dores da corrupção.   

Assim Deus disse a Caim: Se não fizerdes o bem, o pecado jaz à porta (da mente e dos sentidos), e sobre ti será o seu desejo (o desejo do pecado é envolvente), mas sobre ele deves dominar (o domínio próprio reside na obediência a Deus) (Gên. 4: 7). 

UM DISCURSO DIFÍCIL DE ENGOLIR.

“A minha carne é verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida” (João 6: 55).

Os contemporâneos de Cristo escandalizaram-se quando ouviram o discurso do “Pão da Vida” onde Jesus disse com todas as letras que o judaísmo, as tradições e as leis da nação de Israel não poderiam salvá-los da morte, e que todas estas coisas eram como o maná que os pais comeram – mas não conheceram – e morreram. Que faremos para realizar as obras de Deus? Perguntaram os judeus. Jesus lhes disse: A obra de Deus é esta: “creiam naquele que por Ele foi enviado” (versos 28 e 29). Jesus disse: “Eu Sou o Pão da Vida” (verso 48). Eu Sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que Eu darei pela vida do mundo é a minha carne (verso 51). Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu sangue, não tendes “vida” em vós em vós mesmos (verso 53). Quem de Mim se alimenta, por Mim viverá (versa 57).

Os judeus não entenderam o conteúdo desta mensagem e hoje os cristãos também não entendem, pelo menos a maioria dos que se dizem cristãos. Jesus levou na sua face murros, bofetadas e cusparadas, nas costas recebeu chibatadas, nos seus ouvidos insultos e zombarias, mas não revidou nenhuma afronta que sofreu, Ele negou-se a Si mesmo, pois sendo Deus, não usurpou ser igual a Deus, antes, se esvaziou de Sua glória e assumiu a forma de servo, e na forma de servo, humilhou-se a Si mesmo e foi fiel até a morte na cruz (Fil. 2: 6-8).

“Não é o servo maior que o seu Senhor”; alguém se lembra disso? Basta que ele seja igual ao seu Senhor (Mat. 10: 24,25); e se ao madeiro verde fizeram tudo que quiseram; que será do madeiro seco? (Lucas 23: 31). “Comer a carne e beber o sangue” não se limita a uma cerimônia (Ceia do Senhor), mas no viver por intermédio da carne e do sangue de Jesus Cristo, no estar crucificado com Ele para ser ressuscitado por Ele no último dia; no andar, no sentir, no olhar, no pensar, no falar e no agir da mesma maneira que Ele o faria; essa é a verdadeira vida esse é o verdadeiro “caminho”; “andai por Ele”.   

Tenhamos este mesmo sentimento: “Aquele que padeceu na carne, já cessou do pecado” (1 Pedro 4: 1).

L. M. S.


    

sábado, 23 de julho de 2016

O POVO QUE SE CHAMA PELO NOME DO SENHOR.


O POVO QUE SE CHAMA PELO MEU NOME.

E se o meu povo, QUE SE CHAMA PELO MEU NOME, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. (2 Crônicas 7:14-14).

Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: DEUS CONOSCO. (Mateus 1:23; Isaías 7:14).

Creio que a maioria dos cristãos nem pensa na responsabilidade que estes versos acima significam, pois se pensassem mudariam suas atitudes. Se entendêssemos a responsabilidade de ser o povo chamado pelo Nome do Senhor, então nós mediríamos as nossas palavras, pesaríamos as nossas ações, filtraríamos os nossos sentimentos, mudaríamos o foco dos nossos olhares e a maneira de enxergar as coisas, porque Deus é Santo, e ser portador do Seu Nome, isto é, ser chamado de cristão, não é brincadeira; porque o Pai glorificou a Jesus Cristo, o Seu Filho, e agora nós, os filhos adotivos, devemos glorificar a Cristo, para que, por meio de Cristo o Pai seja glorificado e assim santificado entre os homens.

Curiosidade: O termo “glorificar” que Jesus refere em João 17 (do grego: doxazo – atribuir honra a alguém; honrar; anunciar a majestade do rei; esplendor; brilho), pode também ser interpretado, em sentido figurado, como: “mostrar”, “revelar”, “aparecer”; em suma, glorificar quer dizer: “exaltar uma pessoa por meio de comportamento reverente e honroso”. Com isto, o escritor quer dizer que Jesus mostrou por meio de atos e de palavras a “Face de Deus”, ou seja, a majestade dEle. Então, nós, como discípulos de Cristo, temos a incumbência de sermos o reflexo de Jesus ao mundo. Segundo o dicionário Strong: “Para fazer renome, tornar ilustre, ou seja, para fazer com que a dignidade e o valor de alguma pessoa ou coisa a se tornar manifesto e reconhecido”. 

EMANUEL – DEUS CONOSCO.

Já pensaram no significado de Emanuel? Deus é bom, misericordioso, verdadeiro, justo, amoroso, salvador, sábio, perfeito e conselheiro; Nele não há treva nenhuma porque Ele é a luz e a vida. Então; como vocês acham que deve ser o POVO QUE SE CHAMA PELO SEU NOME? Como deve agir, pensar, ver, falar, sentir e julgar um povo que “se diz chamar” pelo nome de Cristo, o EMANUEL? Acaso o Senhor é mau? É o Pai das luzes injusto? Porventura há mentira em Sua boca ou malícia na Sua Palavra? Tem Ele prazer na violência ou no pecado? Não! Deus tem prazer e se regozija na retidão, no amor, na paz, na fidelidade, na justiça e misericórdia, pois todas estas coisas são obras das suas mãos. Um povo que diz que tem a Deus consigo permanentemente, deve andar como Cristo andou...

1. Jesus significa: Salvador; sim, esse é o “Nome” acima de todo o nome que se nomeia no céu e na terra, porque Deus, o Pai Eterno Lhe deu esse Nome, o qual é acima dos anjos, potestades, principados e domínios, para que todos os joelhos se dobrem diante Dele.

2. Cristo significa: Ungido; isso mesmo, o Jesus Cristo, o único Ungido por Deus para curar, para salvar, para redimir, iluminar, amar, perdoar, livrar, libertar e conduzir o pecador de volta para Deus. Acaso o povo que “se chama” por tal Nome pode ficar indiferente a tais atributos? Pode esse povo agir diferente daquele que lhe foi dado como Senhor? Não, não pode. Pesemo-nos na balança da nossa consciência.

APLICAI O VOSSO CORAÇÃO AOS VOSSOS CAMINHOS (Ageu 1: 5,7).

Essa sentença foi dita aos encarregados da reconstrução do Templo quando, em Jerusalém, após o retorno do exílio babilônico, a casa do Senhor ainda permanecia em ruínas enquanto cada um buscava seu próprio interesse.
Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vestis-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado. (Ageu 1:6).

Alguns até pensam que estão fazendo a obra de Deus, mas o verso acima pode ser o “manômetro regulador” da espiritualidade cristã: semeia seu próprio evangelho, e não se salva ninguém; come da mesa do Senhor, mas ela o não satisfaz e por isso que fartar-se no mundo; pensa estar vestido, mas vive nu despido das vestes espirituais de justiça; não ajunta o seu tesouro no céu, mas recebe o salário do pecado...

Filho meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da sua repreensão. Porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem (Provérbios 3:11,12).

PARODIANDO O APÓSTOLO PAULO EM ROMANOS 2: 17-24.

Tu que tens nome de “cristão”, e te repousas no Evangelho de Cristo, e te glorias em Deus; que conheces a Sua vontade e aprovas as coisas excelentes sendo instruído na Palavra da justiça; que estás persuadido de que és o guia dos cegos, a luz para aqueles que estão em trevas, o instrutor dos ignorantes, e o mestre de crianças, tendo nas Escrituras Sagradas a forma da sabedoria e da verdade; tu, pois, que ensina aos outros não ensinas a ti mesmo? Tu que pregas que não se deve furtar, mas furtas? Tu que dizes que não se deve adulterar, mas adulteras? Abominas a idolatria, mas és avarento? Tu que te glorias na Graça de Deus, desonra-O transgredindo a Sua Graça com a iniquidade dos teus atos? Como está escrito: “O Nome do Senhor é blasfemado entre os incrédulos por causa de vós”.

O COMPORTAMENTO DIGNO DE UM CRISTÃO.

Portanto, rogo-vos que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados (Ef. 4:1)... Pois outrora, vós fostes trevas, mas agora sois luz no Senhor, andai como filhos da Luz (Ef. 5:8)... Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados (Ef. 5:1)... E como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é Santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos também em todo o vosso procedimento, porque escrito está: “Sede santos porque Eu Sou Santo” (1 Pedro 1:14-16)... Portanto, não pagueis mal por mal, nem injúria por injúria, pelo contrário, abençoai a todos, pois para isto fostes chamados (1 Pedro 3: 9)... Porque vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido exclusivamente por e para Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a Sua gloriosa luz (1 Pedro 2: 9). Os “mestres” receberão o mais duro juízo (Tiago 3: 1). 

Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar. (2 Crônicas 7:15-15). Mas... Quem deu crédito a nossa pregação?... (Isaías 53:1).  

L. M. S.

terça-feira, 12 de julho de 2016

POR QUE A MORTE DE JESUS NOS ISENTA DO JUÍZO DE DEUS?

Romanos 5:8,18. 

8. Mas Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. 

18. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para a condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação de vida.

Vou contar uma história (fictícia, mas baseada em fatos reais*) em forma de parábola ao sacrifício vicário de Cristo.

Num certo país havia a pena de morte por enforcamento para criminosos. Os homicidas eram julgados dando-lhes o direito de defesa e quando condenados eram sentenciados à forca sem piedade. Naqueles dias aconteceu um crime terrível, um assassinato com requintes de perversidade que não poderia passar impune aos clamores da justiça. Então, buscaram e acharam um culpado segundo o depoimento de testemunhas. Um homem foi preso, julgado como réu de homicídio e sentenciado à morte; a sentença foi executada pouco tempo depois do julgamento. Passado alguns dias, encontraram o verdadeiro assassino o qual era muito parecido fisicamente com o sujeito enforcado pela justiça, isso mesmo, eles condenaram e executaram um inocente. Desse fato resultou uma lei que revogou a pena e morte naquele país beneficiando todos os transgressores da lei.



Perceberam a semelhança? Jesus Cristo, o justo, o inocente, o Santo Cordeiro de Deus sem mácula que, embora fosse parecido conosco – filho do homem – mas sem pecado, assumiu a culpa de todos os pecadores; e em nosso lugar, sendo condenado injustamente, nos isentou do juízo e da condenação à morte imposta pelo pecado, mas aquilo que foi decretado independentemente de fé para os cidadãos daquele país, hoje nos é estabelecido e confirmado por Deus mediante a fé na morte e ressurreição de Jesus Cristo.

*No Brasil, no tempo do imperador Dom Pedro II, a pena de morte foi abolida devido a um erro jurídico que condenou à forca em 1855, na cidade de Macaé-RJ, Mota Coqueiro, um homem inocente.

L. M. S.