MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

OS DOIS SERVOS.

Dois homens israelitas empobreceram e não tinham mais como prover-se de pão. Então eles se venderam por servos de um homem rico, para servi-lo em troca do pagamento de suas dívidas [Lv.25:39]. Ambos tinham o mesmo pensamento de que, segundo a Lei, ao passarem os seis anos de serviço, no sétimo ano, eles sairiam forros [Dt.15:12].


O senhor lhes distribuía as tarefas diárias dizendo: “façam isto... vão a tal lugar e tragam-me aquilo... venham para cá e levem isto..."E ao voltarem dos seus afazeres no campo, o senhor lhes dizia: “Lavem-se e sirvam-me o jantar; eu comerei e depois vocês comerão”. [Lc.17:7-10].

A vida deles era trabalhosa, porém eram bem alimentados, não eram maltratados, e só eram repreendidos se fizessem algo errado [Lv.25:40]. Enfim, eles tinham um amo justo, mas muito embora, a essa altura, ambos não pensassem a mesma coisa a dele, pois um deles via o senhor de um jeito, e o outro o via de maneira diferente, porém os dois servos ainda sonhavam com o dia em que receberiam a sua libertação.

Certo dia o senhor quis lhes dar esposas para que eles não se sentissem sozinhos e pudessem desfrutar do casamento e gerar filhos. Eles se alegraram com o presente, mas um dos servos, apesar de contente, não olhou com bons olhos a dádiva que recebera, pois desconfiava do seu mestre, pois sabia que quando terminasse seu tempo de servidão não poderia levar consigo sua esposa e os filhos que dela gerasse, porque a Lei de Moisés assim determinava [Êx.21:4], demais a mais, ele atinava que, talvez aquilo fosse apenas mais uma das recompensas merecidas, tal qual a boa comida e o abrigo que o senhor lhes dava, porque, tudo se devia à dedicação deles no serviço, isto é, o senhor não estava fazendo nada além que retribuir-lhes com um pagamento justo. O outro servo, porém, não entendia assim, mas via as ações do seu mestre através de um sentimento de gratidão, pois acreditava que seu senhor era um homem bondoso por havê-lo acolhido e o alimentado, e que agora, bondosamente, também o abençoara com uma esposa.

Passaram-se os anos, seis no total, e o sétimo ano desejado chegou, enfim teriam a tão sonhada liberdade. O senhor lhes deu alguns bens para recomeçarem suas vidas, porque a Lei diz para não despedir os servos de mão vazias [Dt.15:13,14], e também lhes deu até as esposas e os filhos que pela Lei não sairiam com eles [Êx.21:3,4 e Lv.25:41]. O primeiro, sem pestanejar, pegou seu caminho e foi-se embora pensando consigo mesmo: “Vou antes que ele mude de ideia e queira me tirar a esposa e os filhos”. O segundo, porém, olhou para a sua esposa e para o seu filho, olhou para os bens que recebera, e então olhou para seu senhor... Algo se moveu dentro de seu íntimo, o seu coração bateu mais forte, a comoção tomou sua alma, e sentiu um "nó na garganta"; e com seus olhos cheios de lágrimas exclamou: "Não meu senhor! Não quero sair forro; eu amo ao meu senhor! Eu o servi todos estes anos por amor e não por obrigação, e quero servi-lo até o fim da minha vida". Então o senhor daquele servo, o levou aos juízes, e à porta de sua casa, ali a sua orelha foi furada com uma sovela (aparelho pontiagudo para furar couro), no umbral da porta da casa de seu senhor, e o sangue daquele servo passou a fazer parte para sempre aquela casa. [Êx.21:5,6; Dt.15:16,17].     

MORAL DA HISTÓRIA - Se o caminho da vida que nos foi aberto por Cristo, pelo véu rasgado na cruz, isto é, por sua carne [Hb.10:20] for trilhado por obrigação e não por amor, seremos apenas os servos inúteis, pois só obedeceremos porque nos foi mandado (Lucas 17:7-10). 

REFLEXÃO - Que espécie de servos de Deus somos nós? Somos iguais àquele que desconfiava do seu senhor e que por isso executava as suas ordens por medo e obrigação, ou somos como aquele que amava ao Senhor e que por isso obedecia a Sua Palavra?

Ev. Levi. 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

A FÉ QUE MOVE MONTANHAS.

Ora sem fé é “impossível” agradar a Deus, porque é necessário que aquele que se aproxima Dele “creia” que Ele existe e que é “galardoador” daqueles que O buscam (Hebreus 11:6).

Quem é Deus para você? Deus é um ser duro e cruel? O Deus Onipresente não está perto de você? Porventura Deus não é seu Pai? Por acaso o Deus que fez o olho é cego? Será possível que o Deus que amou o mundo de maneira indescritível, te excluiu desse amor? Poderia o Deus que não poupou Seu Filho Unigênito para resgatar os perdidos das mãos de Satanás, não querer te salvar? Será Deus surdo aos seus clamores ou indiferente à sua dor? Ou será que a resposta para tudo isto é que você não entendeu quem Ele é? Sim! Você não entendeu ainda que Deus é amor, e que a fé que Lhe agrada é aquela que O reconhece como o único Deus vivo, o único Deus que existe e também o único galardoador dos que O amam e O buscam por amor.

Agora, pois, ó Israel, que é que o Senhor teu Deus requer de ti, senão que temas o Senhor teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e o ames, e sirvas ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, que guardes os mandamentos do Senhor, e os Seus estatutos, que Eu hoje te ordeno para o teu bem? (Deut. 10:12,13).

Ouve ó Israel! O Senhor vosso Deus é o único Deus. Amarás, pois o teu Deus de todo o vosso coração, de todo o vosso entendimento e com todas as vossas forças (Deut. 6:4,5; Marcos 12:29,30). Não terás outros deuses no meio de vós, não fareis para vós imagens de esculturas, não vos curvareis a elas; Eu Sou o Senhor vosso Deus... Eu vos tirei da terra do Egito com mão forte e com braço estendido... (Deut. 5:7-9 e cap. 26:8; Números 15:41).  

A bênção de Deus é alcançada por uma fé que crê que o Deus vivo nos ama acima de qualquer coisa e que não poupará prodígios e maravilhas para atender quem crer Nele desta maneira.

“Pois se vós sendo maus sabeis dar boas coisas aos vossos filhos; quanto mais vosso Pai que está nos céus não vos dará o Espírito Santo a tantos quantos Lho pedirem?” (Mateus 7:11; Lucas 11:13).

Mas, por que Deus não atende a alguns clamores?

De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites. (Tiago 4:1,3).

Se um filho pedir pão, o seu pai lhe dará pão, se o filho pedir ao seu pai um peixe, o seu pai lhe dará um peixe e se o filho lhe pedir um ovo, o pai lhe dará um ovo. Mas, e se o filho lhe pedir uma pedra em lugar pão, ou uma serpente ao invés de lhe pedir um peixe, ou então se pedir um escorpião no lugar de um ovo? Certamente o pai negará e não dará o que o filho pediu. Assim também é com Deus, o nosso Pai, Ele não nos dará nada que venha nos atrapalhar no caminho para o Céu (Mateus 7:7-11).

Estamos peregrinando pelos reinos do mundo, somos estrangeiros neles e estamos buscando a nossa verdadeira pátria, a Jerusalém celestial, o Reino de Deus. Sendo assim, não podemos nos embaraçar com coisas fúteis ou com os negócios desse mundo que combatem contra a nossa fé. As pessoas que querem ser ricos neste mundo caem em muitas tentações engendradas pelos desejos carnais que são nocivos a uma vida espiritual pura. Nessa cobiça, muitos se apostataram e ainda se apostatarão da fé (1 Timóteo 6:9).

Um colega de serviço me falou de um velho ditado judeu que diz mais ou menos assim: “Peregrinando no caminho para Jerusalém, só se deve levar consigo aquilo que se pode carregar”; a verdade desta frase pode ser aplicada aos que buscam a verdadeira Jerusalém, a Celestial, pois se nos sobrecarregarmos de coisas inúteis, fatalmente ficaremos para trás. Se nós fomos escolhidos por Deus para habitar nas regiões celestiais; porque O provocaremos a zelos com os ídolos* do mundo? Deus nos chamou para uma santa vocação e é por isso que os que são de Cristo crucificaram a carne com suas concupiscências, isto é, a partir da cena do calvário ignoramos os desejos das coisas nocivas do mundo que antes da fé nós cobiçávamos, pois esses ídolos que nos dominavam ficaram para trás cravados na cruz. Portanto esqueçamo-nos daquilo que para trás ficou e avancemos para aquelas que estão adiante de nós, pois Deus, o nosso Pai e Jesus Cristo, o Seu Filho e o nosso Senhor, querem nos abraçar naquele glorioso dia que está por vir. (1 Cor 10:22; Gál. 5:24; Fil. 3:13; 2 Tim. 1:9).

*Ídolos – São quaisquer coisas que adoramos, cobiçamos ou buscamos do mundo entregando-lhes nosso coração por amá-las mais do que amamos a Deus.

Deus nos dá o que precisamos para viver aqui, Ele nos concede coisas úteis e necessárias para o tempo que ainda nos resta na carne (1 Pedro 4:2); se queremos ser curados de enfermidades, se precisarmos de algo útil, se necessitamos de trabalho honesto e de condições para saldar nossos compromissos, sejam petições de coisas boas para nós ou para os outros, peçamos tudo a Deus em Nome de Jesus crendo Nele, e tendo-O como o único Deus, e sabendo, com inteireza de fé, que Ele é o nosso Pai amoroso e que é por esta causa que o Senhor nos responderá. Porque se pedimos alguma coisa segundo a Sua vontade, isto quer dizer, se pedimos algo que não nos fará nenhum dano, Deus nos ouvirá. Pois a Sua vontade é boa perfeita e agradável e Nele não há treva nenhuma (Romanos 12:2; 1 João 1:5).   

O Pai vos ama (João 16:27); pedi e dar-se-vos-á, buscai e o achareis, batei e abrir-se-vos-á; porque ao que pede recebe, e ao que busca acha, e ao que bate se abre (Mat. 7:7,8; Lucas 11:9,10). Até agora não pediste nada em Meu Nome – o nome de Jesus significa uma identidade e não uma palavra mágica; pedir “em Nome de Jesus” é identificar-se com Ele, é ser seu irmão mais novo, é comungar do Seu sangue e corpo; também significa estar envolto no amor de Deus, pois Jesus é o amor de Deus que se fez carne, o crente deve entender que a nova criatura gerada em Cristo vive nesse amor, desse amor e para esse amor – pedi ao Pai para que a vossa alegria seja completa e o vosso gozo se cumpra (João 16:23,24).

A fé que opera pelo amor (Gálatas 5:6).

É nisto que muitos pregadores falham ao anunciar o Evangelho de Cristo Jesus. Os preguiçosos, os presunçosos, os ignorantes, os amantes do mundo e os que não têm o Espírito dizem que os sinais e prodígios foram somente para a era apostólica ou para o povo judeu; os descrentes e ignorantes da Palavra dizem que a falta de fé é a causa, pois eles afirmam que só se alcança curas com grandes demonstrações de fé, mas isso não verdade.

Deus quer verdadeiros adoradores, adoradores que O adoram em Espírito e em verdade, e esses verdadeiros são aqueles que o amam de espírito, alma e corpo, pois só assim fé do crente será um instrumento do amor de Deus e um tributo a Sua honra e glória, porque jamais a fé que produzirá os sinais e prodígios servirá à soberba humana. 

Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus. E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele. (1 João 4:15,16).

Pai nosso que habitas no Céu. Santo! Santo! Santo é o Teu Nome. Oh! Venha o Teu Reino e seja feita a Tua vontade. Dá-nos o pão da nossa necessidade. Perdoa-nos e nos ensine a perdoar como Tu nos perdoaste. Livra-nos do mal e das tentações; concede-nos a bênção de sermos fiéis a Ti até a morte. Porque somos o Teu Reino para a Tua glória e Tu és o dono de todo o poder no Céu e na Terra para todo o sempre. Amém! 


L. M. S.