MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

O MANÁ (O QUE É ISTO).

O QUE É ISTO? É O PÃO QUE DEUS VOS DÁ PARA COMER.

Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas “que é isto” para tantos? (João 6:9).

“Este é o pão que o Senhor vos dá para comer”, foi o que Moisés respondeu ao povo de Israel quando lhe perguntaram à respeito daquela coisa miúda que o orvalho do céu depositara no deserto, porque eles não sabiam o que era: E chamou a casa de Israel o seu nome MANÁ (que é isto?); e era como semente de coentro branco, e o seu sabor como bolos de mel (Êxodo 16:31).E, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: “Que é isto”?... (Êxodo 16:15).

O paralelismo entre o povo de Israel e nós cristãos é muito significativo de tanto que a história dos israelitas foi-nos deixada como em figura (1 Cor 10:6) e tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito (Rom. 15:4). A saída do Egito, a passagem do Mar Vermelho, peregrinação no deserto, as murmurações, o bezerro de ouro, a água da Rocha, e todas as demais coisas que Israel experimentou antes e depois de atravessar o Jordão são exemplos para que nós fiquemos atentos e vivamos sobriamente.

Ao longo dos séculos, visando precaver-se de todas as possíveis adversidades, as Igrejas se organizaram como uma empresa, como uma instituição secular. Hoje elas possuem gestores, advogados, políticos, riquezas, e muitos outros meios de subsistir em detrimento da sua fé, digo isto porque esses meios pragmáticos afastaram os cristãos do “modelo” original ditado pelo Espírito Santo. Da mesma maneira, o Templo de Jerusalém também distanciou-se do Tabernáculo erigido por Moisés conforme o modelo visto no monte (Êx. 25:9,40 e 26:30; Núm. 8:4; Atos 7:44; Filip. 3:17; 2 Tim. 1:13; Hebr. 8:5). Quando me refiro a “fé” não estou falando de um credo ou religião professada, mas do viver da fé e por meio da fé em Cristo. Saibam que Davi pecou gravemente contra Deus quando fez o censo em Israel. Pecou contra Deus porque pensou em organizar seu poder militar na força de seu exército e não no poder do Senhor dos Exércitos (1 Crônicas 21).

“Dai-lhes vós de comer”... (Mateus 14:16; Marcos 6:37; Lucas 9:13). Duzentos denários de pão não seriam suficientes! Despede-os para que vão até as aldeias e cada um compre pão para si...

Quando Jesus Cristo voltar achará fé na Terra? (Lucas 18:8b).

A pergunta acima é “retórica” (questionamento que não objetiva uma resposta, e sim estimular a reflexão do ouvinte sobre um assunto) e Cristo a faz ao final da Parábola do Juiz Iníquo, com intuito de nos despertar para a realidade cristã no fim dos tempos.

Leiamos a “Parábola do Juiz Iníquo”:

E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer, dizendo: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando, porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? (Lucas 18:1-8).

Creio que o leitor já ouviu de antemão, alguma explanação sobre este assunto, então peço que “ature” mais uma, porém garanto que esta não será como as outras.

Vamos em primeiro lugar analisar alguns pontos da ilustração. Temos os personagens da parábola: um juiz injusto, que não teme a Deus nem respeita os homens e uma viúva oprimida importunando-o; o porquê da parábola: “o dever de orar sempre sem esmorecer”; o enredo da parábola: o clamor por justiça é ignorado a princípio, mas sua insistência molesta o juiz que responde em favor da viúva; a moral da história: quando Cristo voltar pela segunda vez não achará fé na Terra.

Amigos! O que nós temos aqui é uma profecia dos momentos finais da Igreja. Sim! Uma profecia sobre uma Igreja dividida: a Igreja Juiz, que não teme mais a Deus e não ama os desvalidos, e a Igreja Viúva que perdeu o Esposo e está abandonada à sua sorte, por isso vive oprimida pelo adversário.

A Igreja viúva se compõe de crentes sinceros de coração que buscam a Deus na Igreja juiz, porém, inutilmente. Esta última desviou-se de Deus e já não se importa mais com os pecadores escravizados pelo diabo. A Igreja juiz está estabelecida no mundo, ela é a executora da lei e não sua cumpridora, portanto, se fez surda ao Espírito Santo e aos sofredores; já não sente as dores dos pobres, nela não há empatia, pois seu amor se esfriou. Contudo, uma viúva clama diuturnamente e, na sua sede de justiça, importuna os ouvidos dos injustos, pois a retidão dos justos molesta os que não temem a Deus, mas a orientação divina é de orar sempre sem desfalecer, de clamar sem cessar, porque bem-aventurados são os que têm fome e sede de justiça, pois eles serão fartos. “Porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz; Esforça-te e clama, tu que não estás de parto; Porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido” (Gálatas 4:27).

Disse o Senhor: “Se estes se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lucas 19:40).

Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembléia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai as crianças, e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu aposento. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que os gentios o dominem; por que diriam entre os povos: Onde está o seu Deus? Então o Senhor se mostrou zeloso da sua terra, e compadeceu-se do seu povo. (Joel 2:15-18).

“Tocar a trombeta em Sião” significa convocar o povo que pertence a Deus para reunir-se solenemente, isto é, ajuntar-se com devido temor ao Senhor;“apregoar um jejum” tem a conotação de abster-se do mundanismo que foi introduzido ao longo dos séculos no seio das Igrejas; “saia a noiva do seu aposento e o noivo da sua recâmara”, se traduz em instar para que a verdadeira Igreja, a noiva do Cordeiro retire-se do conforto de Babilônia e venha para fora de seu arraial corrompido, porque o Noivo (Cristo) já está a caminho; “chorem os sacerdotes entre o alpendre e o altar” diz respeito ao modo pelo qual o povo de Deus retornará a Ele... Sim! Este é o modelo que fará com que o Senhor se compadeça dos seus escolhidos; um coração contrito não será desprezado. Os que confundem predestinação com apatia espiritual ficarão de fora, não porque são cães, mas porque são tímidos, medrosos, covardes e preguiçosos (Prov. 6:9-11, Apoc. 21:7,8) e não tomam posição por nada, ficam em cima do muro e não na brecha dele (Ezequiel 22:30).

Desde sempre o inimigo das nossas almas tem-se infiltrado no meio cristão com suas variadas idéias e doutrinas, contudo os crentes se fazem de desentendidos. “Um pouco de fermento leveda toda a massa”, já dizia o Mestre, mas o difícil é por na cabeça de alguns crentes esta verdade. Lembremo-nos da mulher de Ló que voltou atrás porque, embora tenha seguido seu marido, ainda amava seu perverso lar; consideremos a atitude e as palavras do servo mau e negligente que enterrou sua fé porque achou o método do seu Senhor severo demais e não funcional.

Conheço pessoas que se chamam pelo nome de Cristo e que abraçaram as mais variadas e absurdas ideologias mundanas. Marxistas, segregacionistas, evolucionistas, universalistas, ecumenistas, e outros “istas” misturados com a fé cristã por aqueles que querem uma nova “cara” para o Evangelho de Jesus, pois o “caminho apertado e a porta estreita” são antiquados na visão que eles têm de Igreja.  

Em nossos dias as lutas sociais foram embutidas no seio eclesiástico. Líderes evangélicos que deveriam ocupar-se da Palavra de Deus e da salubridade espiritual do rebanho do Senhor labutam, atualmente, por justiça social. Eles se embaraçam nas disputas entre classes, nos conflitos raciais, nas passeatas e manifestações políticas usando demagogicamente o Reino do Céu em interesses próprios. “Ai deles! Tomaram o caminho de Balaão, pois ensinaram os filhos de Deus a se prostituírem e a comerem dos sacrifícios aos ídolos”... 

No meio dessa “panela fervente” encontra-se uma igrejinha que está viúva. Os “usurpadores” mataram o seu marido, assassinaram o herdeiro e tomaram posse da vinha. E como o mataram??? Eles apresentaram a esse “povozinho” um Cristo morto, inerte, sem vida, incapaz de cuidar de quem quer que seja. Por isso eles conduzem os pobres de espírito por “atalhos” que os levam de volta ao Egito, de volta à escravidão sob a mão de Faraó. A alma desse pequeno rebanho clama e chora porque está de luto pelo seu Pastor, elas são as ovelhas destinadas à matança e as que estão feridas e caídas nos montes; entretanto, no fim dos dias, o próprio Senhor Jesus Cristo às buscará, Ele enviará os Seus santos anjos (mensageiros) e ajuntará os Seus escolhidos nos quatro cantos da Terra, e porá sobre os que se enlutaram por Ele uma coroa de glória no lugar de cinzas.

Sentados à mesa de Deus, comendo do Maná do Céu, participando do Cálice do Senhor, e mesmo assim ainda há crentes que se perguntam: “que é isto”? Eles não têm a mínima ideia do que é comer da Palavra e viver pela fé nela, porém o Espírito Santo ainda nos instiga: “Dai-lhes de comer”; “toquem a trombeta em Sião”; e não se calem...

“Não temas ó pequeno rebanho, pois o Senhor se agradou em dar-vos o Reino”. Lança o teu Pão! Reparte-o com um, com dois, com três, com sete e ainda com oito porque não sabes o mal que virá sobre a Terra, não sabes o que sucederá amanhã (Eclesiastes 11:1,2).

É por isso precisamos falar com os que não querem ouvir e instar aos ouvidos dos conformados com o mundo, devemos perturbar os moradores da terra para despertar os dormentes e os embriagados do vinho das falsas doutrinas.

Mas o que tenho eu? Cinco pães e dois peixinhos? Mas “o que é isto” para tantos?...

L. M. S.     

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