No capítulo quarenta e nove de Gênesis que descreve as
bênçãos proféticas de Jacó aos seus filhos, lemos a referente ao seu filho Dã
que diz assim: “Dã julgará” seu povo como uma das tribos de Israel. “Dã será
serpente” “junto ao caminho”, uma víbora junto à vereda, que “morde os talões”
do cavalo e “derruba o seu cavaleiro por detrás”. A “tua salvação” espero, ó
Senhor (Gên. 49:16-18).
Quando Raquel, mulher de Jacó, viu que Léia tinha filhos
a e ela não, resolveu então entregar sua serva Bila para coabitar com seu
esposo a fim de ter filhos por meio dela. E quando Bila concebeu e deu à luz,
Raquel chamou a criança de Dã, e disse: “Deus me julgou”... (Gên. 30:1-6). Portanto,
nome Dã vem de “julgar”, por isso Dã é “juiz”.
Voltando à bênção de Jacó ao seu quinto filho, devemos
ponderar que se trata de uma profecia, portanto se faz necessário a
interpretação bíblica dessa profecia que usa termos como: “julgará seu povo”,
“será serpente”, “junto ao caminho”, “víbora junto à vereda”, “morde os
talões”, “derruba o seu cavaleiro”, “a tua salvação espero”. Juntando todos
estes “itens” fica mais fácil entender ou decifrar o mistério escatológico da
bênção de Jacó.
1. Dã
julgará o seu povo como uma das tribos de Israel:
a. Sansão era danita e foi um juiz de Israel; ele julgou
as tribos israelitas por vinte anos (Juízes 13:2-5,24, 16:31);
b. O Sinédrio, apesar de não ser composto de danitas,
julgava o povo como uma das tribos de Israel, e foi esse conselho judicial de
Israel que julgou e condenou a Jesus por blasfêmia (Mateus 26:57-66).
2.
Dã (o juiz) será serpente junto ao caminho, uma víbora junto à vereda:
a. Raça de víboras! Exclamou João Batista. Porque muitos
dos saduceus (linhagem sacerdotal) e dos fariseus (escribas e doutores da Lei),
os quais eram integrantes do Sinédrio, vinham ao seu batismo, mas sem
arrependimento sincero em seus corações (Mat. 3:7; confira com o cap. 23:33-35),
b. Voz do que clama no deserto: Preparai o “Caminho do
Senhor”, endireitai as “Suas Veredas” (Isaías 40:3; Mateus 3:3);
c. Respondeu-lhe Jesus: “Eu Sou o Caminho”... (João 14:6)
d. O Senhor é o meu Pastor... Guia-me pelas “Veredas da
Justiça”... (Salmos 23:1,3).
3.
Que morde os talões do cavalo, e derruba o seu cavaleiro por detrás:
a. E porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua
descendência (raça de víboras – geração da serpente) e o seu descendente
(Cristo Jesus). Este (Jesus) te ferirá a cabeça, e tu (a serpente) lhe ferirás
o calcanhar (morde os talões do cavalo – traição) (Gênesis 3:15);
b. Vós, porém,
negastes o Santo e o Justo... Matastes o Autor da vida... Jesus Cristo, o
Nazareno, a quem vós crucificastes... Este Jesus é a pedra rejeitada por vós,
os edificadores... Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro... Deus
o exaltou a “Príncipe e Salvador” (Atos 3:14,15, cap. 4:10,11 e cap. 5:30,31) –
E derruba o “cavaleiro” (o Príncipe) por detrás.
4. A
tua salvação espero, ó Senhor!
... Porém Deus O ressuscitou dos mortos, rompendo os
grilhões da morte, porque não era possível que Ele fosse retido por ela (Atos
2:24 e 32, 3:15, 4:10 e 5:30).
“Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído
pelas nossas iniquidades, o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e
pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53:5).
L. M. S.
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