Finjo que estou sério, os músculos de minha face travam.
Ele, imediatamente, abre os olhos assustados e, com a boca fechada, olha
fixamente para mim. Se eu começo a conversar com ele, mesmo não entendendo
nada, presta atenção como se nosso diálogo fosse coisa mais importante do
mundo. Invariavelmente, Miguel (meu garoto de oito meses) dedica toda sua
atenção para algo ou alguém. Indiferença é uma característica que ele ainda não
desenvolveu. Miguel me fez pensar que, ao contrário do que dizemos, criança é a
pessoa que mais leva as coisas a sério. Mesmo que estas coisas sejam sua
refeição, seu brinquedo ou seu sono. Não importa. Para ela, a vida é intensa e
não dá para compreender quem a ignora. O mistério se intensifica ao refletirmos
sobre o incidente registrado em Mateus 21.16 no qual as crianças louvam a Jesus
no templo e os líderes religiosos protestam; Ele responde como de costume
mencionando as Escrituras:
“Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus:
Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito
louvor”?
Quando procuramos no Antigo Testamento pela passagem
mencionada por Jesus aí encontramos em Salmos 8.2 o seguinte:
“Da boca de
pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários,
para fazeres emudecer o inimigo e o vingador”.
Por que louvor e força são intercambiáveis? Por que Jesus
entendeu “suscitar força”, como, “tirar o perfeito louvor”? Eu acho, que como o
Miguel, as crianças levaram Jesus a sério. Como o Miguel, indiferença era uma
característica que elas ainda não tinham desenvolvido. E foi por isto, que
àquela altura do drama, quando tudo se encaminhava para uma morte horrenda, no
momento que Jesus mais precisava de incentivo, de palavras de encorajamento, e
sim, de força, foi das crianças que ele recebeu o perfeito louvor.
Por Lissânder Dias, pai do Miguel.
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; APEGUE-SE À FORÇA DAS CRIANÇAS.
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