Já procurei nos dicionários bíblicos, já procurei na
internet e também na opinião de alguns entendidos das Escrituras, mas nunca encontrei
uma resposta satisfatória para esta pergunta: “Por que Jesus refere a si mesmo
como Filho do Homem”?
Recentemente estudei os primeiros capítulos de Gênesis e
lá compreendi que a promessa de Deus destruir Satanás através de um dos descendentes
de Adão e Eva (Gên. 3:15) ficou vívida na mente deles e, portanto, eles esperavam
que a profecia se cumprisse ainda nos
seus dias para serem vingados do engodo da serpente.
Eva, ao dar à luz seu primogênito, pensou que o
“vingador” enviado por Deus havia nascido, pois ela mesma disse: “Alcancei um
varão com auxílio do Senhor” (Gên. 4:1); e o nome de Caim tem o significado de
“possessão” ou “aquisição”. Mais tarde, na idade adulta, o próprio Caim achou
isso e, ensoberbecido, ofereceu “do fruto da terra” o “fruto do seu trabalho”, pois
era agricultor; talvez ele tenha pensado consigo mesmo: “Eu sou o descendente
da mulher, eu sou o escolhido por Deus para ferir a cabeça da serpente”. Mas
Deus não se agradou nem dele e nem da sua oferta, mas atentou para Abel e seu
sacrifício, porque o Senhor olha para o coração, visto que é o altar que
santifica a oferta e não o contrário (Mat. 23: 19). Por isso, invejoso de seu
irmão, o matou. Depois destas coisas Eva concebe novamente de seu marido e dá à
luz Sete, um filho conforme a imagem e semelhança de Adão, fato que renova as
esperanças do primeiro casal de humanos.
A promessa de um “filho do homem”, de um “descendente de
Adão” que derrotaria Satanás, percorre por toda a Escritura Sagrada – a Lei e
os Profetas O anunciaram – mas ela não se realizou nos filhos de Sete, e não se
cumpriu em Noé, pois pela corrupção de toda a humanidade, Deus mandou o
dilúvio. Parecia que o diabo havia vencido mais uma vez.
Após o batismo do mundo, Deus abençoa Noé e seus filhos e
a Palavra de Deus é revivida nos descendentes de Sem, depois em Abraão, em
Isaque, em Jacó e em Israel (nação). Mas, decorridos quatrocentos de anos
silêncio entre o Velho e o Novo Testamento, uma virgem concebe do Espírito
Santo e dá à luz o “Emanuel”; e o anjo do Senhor lhe diz: “E porás o seu Nome
Jesus, porque ELE SALVARÁ O MEU POVO DOS SEUS PECADOS”.
Eis o porquê de Jesus referir-se como “Ben Adam”, o
“Filho do Homem”; o filho esperado de Adão até Noé, de Sem até Abraão, de
Isaque a Israel, dos juízes a Davi, dos profetas a João Batista; e este, sendo
o último dos profetas, ao ver Jesus Cristo declarou: “Eis o Cordeiro de Deus”!
(João 1: 36).
Alguns podem questionar minha afirmação acima, porque dizem
que da “semente da mulher” nasceria o Cristo, isto é, sem a semente do homem,
porém o apóstolo Paulo, em 1 Cor. 11:12, diz que assim como a mulher provem do
homem, o homem nasce da mulher, mas tudo vem de Deus; Eva foi criada a partir
de Adão, então a semente dele estava nela e em todos os que deles descenderam, contudo, no ventre de Maria, o sêmen
corrupto dos filhos de Adão foi substituído pela semente incorruptível de Deus,
visto que o “Ente Santo” gerado era do Espírito Santo (Mateus 1: 20; Lucas 1:
35).
O primeiro homem, Adão, é terreno, o segundo homem,
Cristo, é do céu; não o primeiro espiritual, senão natural; assim como
trouxemos a imagem do natural (Adão) traremos também a imagem do celestial
(Cristo) (1 Cor. 15: 46-49).
Deixemos de apenas “arranhar” a superfície das
Escrituras, pois o Espírito Santo tem muito mais a ensinar do que aquilo que a
mera visão humana pode alcançar.
L. M. S.
Parabéns! Bastante esclarecedora e coerente suas palavras neste texto.
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