MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

quinta-feira, 25 de junho de 2015

DEVE UM CRISTÃO FAZER OU PARTICIPAR DE MANIFESTAÇÕES OU PROTESTOS POLÍTICOS?

A priori a resposta é não; em primeiro lugar porque o reino de Cristo não é deste mundo, logo a Igreja (Ekklesia) que é o povo que foi chamado para fora do mundo, não é deste mundo. Já vi num determinado site alguém contestando o significado da palavra “Ekklesia” por sua etimologia, justificando que o radical de certas palavras não dá o significado real de alguma coisa, tipo a palavra “butterfly” (borboleta) no inglês que é composta de dois elementos: butter – manteiga; fly – mosca. Bem, a língua inglesa não é a língua grega e a questão aqui não se trata de apenas de etimologia e sim de exegese contextual, pois os Evangelhos e as Epístolas são enfáticos em afirmar que os cristãos não são do mundo, mas foram escolhidos e chamados para fora dele ainda que vivendo nele (João 8:23; 10:1-9; 15:19; 17:14,16; 1 João 2:25; Tiago 2:5; 4:4). 

Voltando ao assunto do título, em segundo lugar, como não somos deste mundo, porque a nossa pátria não é terrestre, não militamos com as armas da carne, pois vivemos em espírito pela fé e, como estrangeiros, peregrinamos em terra alheia, assim como Abraão, o nosso pai na fé (Hebreus 11: 9,13). Mas embora haja tantas evidências bíblicas desta verdade, ainda há cristãos que insistem em viver no mundo como se dele dependessem (1 Coríntios 11: 30).

Os governos eleitos democraticamente ou não, as autoridades civis ou militares e os demais cargos de relevância do mundo existem por presciência, propósito e determinação de Deus. Não há autoridade que não seja constituída por Deus na Terra, e não há nenhuma autoridade que não venha Dele, portanto protestos e manifestações contra qualquer autoridade terrena é insubordinação aos propósitos divinos. Veja o que diz Paulo em Romanos 13: 1-7:

Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são motivo de temor para os que fazem o bem, mas para os que fazem o mal. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; porquanto ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador em ira contra aquele que pratica o mal. Pelo que é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa da ira, mas também por causa da consciência. Por esta razão também pagais tributo; porque são ministros de Deus, para atenderem a isso mesmo. Dai a cada um o que lhe é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra”. 

"Mas nós esperamos um Novo Céu e uma Nova Terra onde habitará a justiça de Deus" (2 Pedro 3: 13).

L. M. S.

DAVI, UM HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS (ATOS 13:22).


É intrigante pensar que alguém neste mundo possa ser capaz de agradar, ou ter os requisitos necessários para atender, ou ainda estar em concordância com o coração de Deus, mas as Escrituras afirmam que Deus achou a Davi, o filho de Jessé, um homem “segundo o Seu coração” (Atos 13: 22).

Quando nós nos lembramos da história de Davi, já nos vem à mente os episódios da sua unção pelo profeta Samuel (1 Samuel 16:1-13) e da vitória sobre o gigante Golias (1 Samuel 17), mas também lembramos do seu adultério com Bate-Seba, a mulher de Urias, o heteu (2 Samuel 11 e 12),  do censo ordenado por ele quando teve seu coração incitado por satanás (1 Crônicas 21), da sua condescendência com Amnom mesmo sabendo que Tamar havia sido estuprada (2 Samuel 13), de sua aparente covardia quando Absalão proclamou-se rei em Hebrom (2 Samuel 15: 9-14) ou quando ele, o ungido de Deus fez-se de louco diante de Aquis o rei filisteu de Gate (1 Samuel 21: 10-15). Seja como for, fica difícil entender como o Deus que é Santo afirma que um pecador estaria de acordo com a Sua vontade.

A Bíblia nos mostra que Deus é perfeito e pleno em amor, em misericórdia, em justiça, em sabedoria, em conhecimento, em poder e em santidade, portanto nenhum homem pode sequer pensar ser aprazível diante Dele. Somos como escória e nossa justiça é como trapo de imundície para o Senhor (Isaías 64:6). Então como é que o Senhor diz que Davi estava em conformidade Consigo? A resposta está nas palavras seguintes: “... que executará toda a minha vontade” (Atos 13: 22). Esta é a chave do mistério: “submeter-se a toda vontade de Deus”.

Os episódios da vida de Davi são verdadeiras pérolas que demonstram submissão à vontade de Deus. Se observarmos bem, quando a criança resultante do adultério com Bate-Seba adoeceu, ele jejuou e orou ao Senhor para que ela ficasse sã, mas depois que morreu, Davi recompôs-se aceitando o que Deus determinou (2 Samuel 12: 15-23). O censo ordenado por ele próprio também teve um desfecho maléfico para Israel, pois o profeta Gade foi enviado a Davi com três opções punitivas, embora o rei tivesse reconhecido o seu pecado, não se isentou de culpa aceitando a correção do Senhor (1 Crônicas 21: 8-14).

Quanto ao ocorrido com Amnom, Tamar e Absalão, seus filhos, Davi julgou estar recebendo a paga pelo fruto de seus erros, sendo que Natã, o vidente, pronunciou que o que ele fez em oculto, Deus lhe faria à luz do dia e que a espada não se apartaria da sua casa (2 Samuel 12: 9-12). Em todos os seus sofrimentos Davi não murmurou contra os juízos do Senhor, mas aceitou-os com resignação.          

“Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51: 17).

Davi era falho, mas submisso à vontade de Javé. Podemos dizer com segurança que ele foi circuncidado no coração (Deuteronômio 10: 16), e que diante do Senhor rasgava o seu coração e não as suas vestes (Joel 2: 13), ou seja, o seu arrependimento era verdadeiro, pois se dava em sua alma e por isso aceitava os propósitos divinos mesmos que fossem contrários aos seus, quero dizer que Davi vivia para servir às determinações do Deus de Israel. Que coração!

Na oração do Pai Nosso o Senhor Jesus nos ensina pedir: “Seja feita a Tua vontade”! Será que é este sentimento que tem regido a nossa vida? Será que esta entranhável chama tem provocado um ardor em nossa alma? Será que este viço tem desabrochado o andar e o viver no Espírito?

A Igreja de Laodicéia, a Igreja morna destes últimos dias, prefere servir-se a servir, assim nós também buscamos em Deus a nossa vontade, temos aversão ao sofrimento, às angústias, às necessidades, e consideramos que quem padece delas é pecador e vive debaixo de maldição, somos semelhantes aos fariseus no tempo de Cristo (João 7: 49). Somos a geração que não se gloria na cruz, não a deseja, antes luta pelo conforto mundano, realmente temos uma ideia deturpada do Reino do Céu e do reinar por Cristo. 

Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ensine o que é viver pela fé e pela Sua graça aceitando que todas as coisas concorrerão para o bem daqueles que O amam e que foram chamados por Ele (Romanos 8:28), pois o trigo deve trilhado antes de ser recolhido nos celeiros celestiais. Amém!

L. M. S.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

AINDA HÁ PROFETAS NA IGREJA?

Em Hebreus 10:1 diz que a Lei tinha a sombra e não a imagem exata dos bens que hoje desfrutamos em Cristo. Partindo deste ponto eu creio que ainda há profetas no seio da Igreja de Cristo (a geração eleita , o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido - 1 Pedro 2:9), não como os da Antiga Aliança, mas como parte integrante do corpo de Cristo para edificá-la, não com revelações doutrinárias, mas consoladoras e de orientação, assim como Ágabo quando predisse pelo Espírito Santo, da fome que se abateria ao mundo daquela época, ou quando revelou que Paulo seria preso em Jerusalém (Atos 11:28 e 21:10-11). Para mim, esta é a diferença entre os profetas do Antigo e do Novo Testamento. Justifico minha tese nas Escrituras, pois quem tem o dom de profetizar é chamado por Paulo de profeta em 1 Coríntios 14:32,37,39, e como se sabe, nenhuma doutrina originou-se dos profetas (os que tinham o dom de profetizar) da Igreja de Corinto para regrar a Igreja do Senhor.

Como experiência pessoal posso citar o que ocorreu em 1981 aos meus 19 anos de idade, na Igreja Assembléia de Deus da cidade de Capão Bonito, quando um dos seus membros profetizou que naquela década viria sobre o mundo uma peste tão terrível ou mais que o câncer, que causaria pânico e medo e que afetaria grandes e pequenos. O cumprimento desta profecia deu-se em 02 de outubro de 1985 com a morte do ator Rock Hudson pela aids e perdurou por vários anos vitimando pessoas importantes e meros desconhecidos. Posso afirmar que este aviso veio para alertar aos crentes da importância da santificação do corpo de Cristo. Além deste que mencionei ainda há outros relacionados diretamente à minha vida; foram profecias dadas para exortação, edificação e consolação. Portanto é nisto que eu creio!
L. M. S.

ÁGABO (O PROFETA) TERIA COMETIDO DOIS ERROS NA PROFECIA DESCRITA EM ATOS 21:11?

"Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica". (2 Coríntios 3:6)
Li um comentário sobre os supostos erros na profecia de Ágabo em Atos 21:11, que dizia que os judeus não amarraram a Paulo e nem o entregaram nas mãos dos gentios (romanos), e que se fosse cometido um erro desses no Antigo Testamento, ele deveria ser considerado um falso profeta, mas como eu gosto sempre de frisar, "a sabedoria é justificada por seus filhos" (Mateus 11:19). Acho que é a mania de certos espertalhões de procurar "pelo em ovo". A verdade é que a profecia se cumpriu e o próprio apóstolo Paulo, ao descrever os acontecimentos de sua prisão em Jerusalém, diz o seguinte em Atos 28.17: “E aconteceu que, três dias depois, Paulo convocou os principais dos judeus e, juntos eles, lhes disse: ‘Varões irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo ou contra os ritos paternos, vim, contudo, preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos romanos". Outro fato é que em nenhum momento se diz que os judeus “não prenderam ou amarraram" a Paulo, está escrito que os judeus o arrastaram no alvoroço, que eles estavam ferindo-o e tentando matá-lo (Atos 21.30-32). Portanto no "alvoroço" os judeus bem podem ter amarrado Paulo para matá-lo, mas tiveram que entregá-lo aos romanos (verso 32). Questão resolvida, pois assim disse o Espírito Santo pela boca de Ágabo, e assim a profecia se cumpriu. Amém!
L. M. S.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

SEXO ENTRE NÃO CASADOS.

 Pr Airton Evangelista da Costa                                                                           

   Apresentarei os requisitos bíblicos que condenam a prática sexual fora do casamento, ou seja, que limitam a intimidade sexual ao matrimônio.

   Gênesis 2.24 diz que homem e mulher se tornam uma só carne quando se casam, ou seja, quando deixam pai e mãe e vão viver juntos. A prescrição divina para o casamento é de um só homem e uma só mulher unidos pelos laços do casamento. Não há como admitir a relação sexual, que é a maior intimidade entre um homem e uma mulher, sem que haja o mútuo compromisso, diante de Deus e dos homens, de consolidação da vida a dois.

   A simples intenção de casar-se, ainda que com o vínculo do noivado, não abre a possibilidade para que os enamorados iniciem, já, a prática sexual. "Deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e SERÃO OS DOIS UMA SÓ CARNE". Aqui está a consumação do casamento.  Somente mediante o matrimônio homem e mulher tornam-se uma só carne, e assim podem desfrutar das delícias do ato sexual.

   Houvesse a exceção para o sexo livre, estaríamos diante de uma situação em que o homem, bem intencionado, praticaria o sexo com sua namorada. Passado algum tempo, se o casamento, por qualquer motivo, não se efetivasse, ele passaria a namorar outra moça com as mesmas “boas” intenções, e também praticaria sexo com esta. Não é outro o costume da sociedade depravada.  

   Em Cantares 4.12, lemos: "Jardim fechado és tu, irmã minha, esposa minha, manancial fechado, fonte selada".  Nota da Bíblia Estudo Pentecostal: "As três figuras de linguagem deste versículo salientam a verdade de que a jovem sulamita permaneceu virgem e sexualmente pura até casar-se. Manter a virgindade e a abstinência sexual  é o padrão bíblico da pureza sexual para todos os jovens, do sexo masculino e feminino. Violar este padrão santo de Deus é profanar o espírito, o corpo e a consciência, e depreciar o valor do ato da consumação do casamento". (cf Ct 2.7; 3.5).

   Jesus disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo: Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração já cometeu adultério com ela” (Mt 5.27-28).   Jesus referiu-se à mulher com a qual o homem não é uma só carne.  Qual seria a intenção impura?  A intenção de com ela praticar o ato sexual. Nesta palavra estaria aberta a possibilidade de o homem fazer sexo com a sua namorada?  Nem com a sua namorada, nem com a mulher de outro homem.

   O entendimento é que a proibição do adultério (Êx 20.14) abrange a imoralidade e todos os demais pecados sexuais. O adultério era punido com pena de morte (Lv 20.10; Dt 22.22).

   O adultério acarreta conseqüências permanentes e graves (2 Sm 11.1-7; 12.14; Jr 23.10,11; 1 Co 6.16-18); o adúltero levará o opróbrio disso por toda a vida: “O que adultera com uma mulher tem falta de entendimento; o que tal faz destrói a sua alma; açoites e ignomínia encontrará, e o seu opróbrio nunca se apagará” (Pv 6.32,33). 

   A imoralidade dentro da igreja não pode ser tolerada: “Já por carta vos escrevi que não vos associeis com os que se prostituem” (1 Co 5.1-13).

   “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas. Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Co 6.12,18).

   Em Atos 15.29, em algumas versões da Bíblia, aparece a palavra fornicação: “Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, 
e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos fará”. De acordo com o dicionário da Bíblia On-line,fornicação significa relações sexuais ilícitas.

   Conforme o dicionário Aurélio, fornicar significa “praticar o coito; copular”. Deus não iria proibir a prática sexual entre casados. A fornicação se estabelece entre não casados. Namoro não é casamento.

   “Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne para descobrir a sua nudez” (Lv 18.6-30; 20.11,17,19-21). A única interpretação que podemos fazer desses versículos é que proíbem “descobrir a nudez” ou “ver a nudez” de qualquer pessoa a não ser entre marido e mulher legalmente casados. Tal proibição inclui, também, as carícias íntimas, ainda que não consumado o ato sexual propriamente dito.

   O “domínio próprio” faz parte do fruto do Espírito, “e os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”. Entre as obras da carne estão a prostituição, a lascívia e a impureza (Gl 5.19-24).

   Vejamos alguns exemplos de tradução da palavra grega 
porneia”:

Prostituição – 
“Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: a prostituição, a impureza, a paixão, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria; por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Cl 3.5-6. V.1 Ts 4.3; 2 Co 12.21; Mt 15.19).
Impureza – “Fugi da impureza [prostituição]” (1 Co 6.18; Ef 5.3). 
Relações sexuais ilícitas, uniões ilegítimas, imoralidade sexual, prostituição - Dependendo da versão utilizada, a palavra porneia é traduzida dessa forma. A Bíblia de Jerusalém usa a expressão “uniões ilegítimas” nos versículos de Atos 15.20, 29; 21.25.  Em Mateus 5.32 e 19.9, usa o termo “fornicação”.

   Deus considera legítima a prática do sexo entre namorados, sem o vínculo conjugal? Vejamos o que Paulo diz: “Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (1 Co 7.2). O apóstolo indica o leito conjugal como única forma de evitar-se o relacionamento ilegítimo, seja usado o termo fornicação, impureza ou prostituição. Ou seja: para que não cometam impurezas sexuais, casem-se. Mais adiante (v.9) ele arremata: “Se não podem conter-se, casem-se; porque é melhor casar do que ficar ardendo em desejos [abrasar-se]”. Então, a única forma de darmos curso aos desejos sexuais é no matrimônio:
 “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula, pois aos devassos [os que se dão à prostituição] e adúlteros Deus os julgará” (Hb 13.4). Logo, se os namorados não se sentem seguros na guarda da virgindade; se não há como conter os impulsos sexuais, melhor será que se casem. 
   “Se não podem conter-se...” – Esta condição revela a obrigatoriedade da abstinência sexual antes do matrimônio. Com essas palavras Paulo adverte os solteiros da necessidade de continuarem virgens.  
“Casem-se” – esta é a única forma de o crente satisfazer seus desejos sexuais.

   Não se encontra na Bíblia nenhuma palavra que dê apoio a uma relação sexual fora do casamento.  O conselho do apóstolo é que as “viúvas mais jovens se casem, tenham filhos, administrem suas casas, e não dêem ao inimigo nenhum motivo para maledicência. Algumas, na verdade, já se desviaram, para seguir a Satanás” (1 Tm 5.14). Embora se saiba que o assunto diga respeito a um caso específico na igreja de Corinto, a ênfase está no aconselhamento para que se casem.

   “Esta é a vontade de Deus para a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra; não no desejo da lascívia, como os gentios, que não conhecem a Deus” (1 Ts 4.3-5). Paulo compara a prostituição à lascívia. A palavra grega “
epithymia” é traduzida com o significado de “desejo incontrolado” (Lc 22.15); “concupiscência” (Rm 1.24; 7.8; 13.14; Gl 5.16, 24; Ef 4.22; 1 Pe 4.3; 1 Jo 2.16,17), “inclinações da carne”,  (Ef 2.3), “paixões carnais e mundanas (Rm 6.12; 2 Tm 2.22; 3.6; Tt 2.12; 3.3).  E, como vimos anteriormente, “porneia é traduzida como “prostituição”, “imoralidade”, e “relações sexuais ilícitas”. Logo, não cabe o argumento de que a prostituição se refere tão somente ao comércio do sexo.

   Com o título “Padrões de Moralidade Sexual”, a Bíblia de Estudo Pentecostal assim se define em alguns  tópicos:

   “A imoralidade e a impureza sexual não somente incluem o ato sexual ilícito, mas também qualquer prática sexual com outra pessoa que não seja seu cônjuge. Há quem ensine, em nossos dias, que qualquer intimidade sexual entre jovens e adultos solteiros, tendo eles mútuo “compromisso”, é aceitável, uma vez que não haja ato sexual completo. Tal ensino peca contra a santidade de Deus e o padrão bíblico da pureza”.

   “O crente deve ter autocontrole e abster-se de toda e qualquer prática sexual antes do casamento. Justificar intimidade premarital em nome de Cristo, simplesmente com base num “compromisso” real ou imaginário, é transigir abertamente com os padrões santos de Deus.  É igualar-se aos modos impuros do mundo e querer deste modo justificar a imoralidade.  Depois do casamento, a vida íntima deve limitar-se ao cônjuge.  A Bíblia cita a temperança como um aspecto do fruto do Espírito, no crente, isto é, a conduta positiva e pura, contrastando com tudo que representa prazer sexual imoral como libidinagem, fornicação, adultério e impureza. Nossa dedicação à vontade de Deus, pela fé, abre o caminho para recebermos a bênção do domínio próprio: temperança (Gl 5.22-24)”.

   “
Fornicação (gr. porneia), descreve uma ampla variedade de práticas sexuais, pré ou extramaritais. Tudo que significa intimidade e carícia fora do casamento é claramente transgressão dos padrões morais de Deus para seu povo (Lv 18.6-30);20.11,12,17,19-21; 1 Co 6.18; 1 Ts 4.3)”.

   “A 
lascívia (gr. aselgeia) denota ausência de princípios morais, principalmente o relaxamento pelo domínio próprio que leva à conduta virtuosa. Isso inclui a inclinação à tolerância quanto a paixões pecaminosas ou ao seu estímulo, e deste modo a pessoa torna-se partícipe de uma conduta antibíblica (Gl 5.19; Ef4.19;1 Pe 2.2,18)”.

   O sexo livre, descomprometido, interessa ao diabo, que tenta por todos os meios invalidar o casamento instituído por Deus. O diabólico plano do Movimento Nova Era trabalha nesse sentido, pois ensina a criação de colônias ou núcleos onde todas as mulheres pertencem a todos os homens, e os filhos são criados pela comunidade.  Nos anos 60, os hippies deram o primeiro passo nesse sentido.

   Devemos ser guiados não pelo ensino do sistema mundano, pelo deus deste século, pelo 
modus vivendidos devassos, incautos, incrédulos e inimigos da Palavra: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).  O crente deve andar na contramão dos desobedientes. Tentar ajustar a Palavra aos nossos pecados é um sinal de rebeldia e falta de compromisso com Deus. Devemos, ao contrário, ajustar a nossa vida ao padrão da Palavra de Deus, como submissos à Sua soberana vontade.

   “Não imitareis os costumes do Egito, onde habitastes, nem os da terra de Canaã, para a qual vos conduzo, nem andareis segundo os seus estatutos. Praticareis os meus juízos, e guardareis os meus estatutos, para andares neles. Eu sou o Senhor vosso Deus” (Lv 18.3-4).

   Sabemos que a depravação está sem limites; que as crianças, desde a tenra idade, passam a receber uma enorme carga de mensagens eróticas; que elas chegam aos doze, treze ou catorze anos com grande desejo de se iniciarem no sexo; sabemos que a televisão, principalmente – afora teatros, livros, revistas, danças e músicas profanas -, ensina e estimula o relacionamento sexual entre não casados. Mas sabemos também que já saímos do Egito; que as vestes do velho homem já caíram; que agora não somos nós que vivemos, mas Cristo vive em nós; que fomos resgatados por elevado preço para um viver santo; para que possamos dizer com Paulo:

   “A minha ardente expectativa e esperança é de em nada ser confundido, mas ter muita coragem para que agora e sempre, Cristo seja engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte, pois para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.20-21). 



Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).



(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)

O HOMEM NATURAL NÃO COMPREENDE AS COISAS DO ESPÍRITO DE DEUS.

Tem muitos que leem e não conseguem entender as Escrituras Sagradas, porque seus escritos se discernem espiritualmente (1 Coríntios 2:14). As páginas da Bíblia narram a história dos povos da antiguidade sem omitir seus erros e acertos, seus pecados e as consequências resultantes. A confusão mais comum é que muitos acham que tudo que está escrito Nela é a vontade de Deus, isto é, os ignorantes pensam que, se está escrito na Bíblia é mandamento ou ordenança divina. Como exemplo disso temos o caso incestuoso das filhas de Ló, onde já vi até pregadores cometerem o erro de julgar que o episódio foi ordenado pelo Senhor. Mas como está escrito: "Errais por não conhecer as Escrituras e nem o poder de Deus" (Mateus 22:29).
Que o Senhor Deus nos ilumine e nos abençoe para que possamos compreender as Escrituras e o Seu poder.
L. M. S.

UM MANDAMENTO COM PROMESSA.

O QUINTO MANDAMENTO.

Êxodo 20:12 “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá.”

Deus mandou que o povo de Israel HONRASSE seus pais e mães, mas o que significa: “honra teu pai e tua mãe”? Veja como John Gill define isto: “Esse era um plano ordenado por Deus, escrito com sua própria mão, e foi entregue por Moisés a eles (Israel); era um mandamento de natureza moral e de obrigação eterna, deve ser entendido, não simplesmente como uma elevada estima que os filhos deveriam ter em relação aos seus pais, ou pelo uso de uma linguagem e gestos respeitosos diante deles, nem apenas uma alegre obediência a ser cedida, mas também de honrá-los em substância, isto é, alimentação, vestimenta, e os suprindo nas suas necessidades, quando eles estivessem necessitados; um serviço razoável por todo o cuidado, despesa e problemas que os pais sofreram pelos filhos neste mundo” (Exposição de toda a Bíblia de John Gill, Dr. John Gill 1690-1771).

Deuteronômio 5:16 “Honra a teu pai e a tua mãe, como o SENHOR teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias [promessa 1], e para que te vá bem na terra que te dá o SENHOR teu Deus [promessa 2].”

Paulo repete o mandamento em Efésios 6:2-3: “Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa; Para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.” Paulo diz que esse é o “primeiro mandamento com promessa”, isto é, o primeiro mandamento que Deus deu e que continha uma promessa era o mandamento de honrar nossos pais! É realmente uma grande promessa! Você viverá muito tempo sobre a terra e te irá bem! Se você quer ter vida longa sobre a terra, se você quer viver bem, eis aqui a receita: "honre seus pais", e isto vai acontecer!

Marcos 7:10 “Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá.” O verbo “maldizer” aqui é o verbo grego “kakologeo” que significa “falar mal”. Quem quer que falasse mal contra seu pai ou mãe era condenado à morte. Fonte: Site Verdades Bíblicas.

Gênesis 9:20-27
"E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos no lado de fora. Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os seus rostos estavam virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai. E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera. E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo".

Li um comentário sobre o texto acima no qual o autor alegava que Cão tinha "descoberto a nudez de seu pai", dando a entender que Cão tinha praticado um ato incestuoso, mas tal observação é improcedente, pois o texto não fundamenta tal ação.

Vejamos as Considerações Contextuais e Linguísticas: O que, muitas vezes, é esquecido é o fato de que a frase “descobrir a nudez” não é encontrada em Gênesis 9:18-27. O que encontramos é um Noé bêbado, que, depois de ficar inconsciente tirou a roupa achando-se “nu dentro de sua tenda” (verso 21). Segundo o dicionário hebraico, o verbo "galah", nesse caso em particular, significa “expor-se a si mesmo”. Nada no contexto sugere que Cam "descobriu" seu pai. Essa frase, portanto, não deveria ser importada para essa história para esclarecer o pecado de Cam, isto torna praticamente improvável a sugestão de incesto. O significado da frase “ver a nudez” deveria ser determinado pelo contexto imediato. Em Levítico, "descobrir a nudez", refere-se a relação heterossexual, nunca relações homossexuais. Isso elimina a suposição de que Cam tenha violado seu pai. Na narrativa, o verbo “ver” é entendido no sentido literal. É dito que Noé estava nu e Cam o viu. É dito, ainda, que seus dois irmãos tomaram precaução para não ver a nudez do pai. Eles tomaram “uma capa, e puseram-na sobre os ombros, e andando virados para trás, cobriram a nudez de seu pai” (verso 23). O texto acrescenta: “tendo os rostos virados, de maneira que não viram a nudez de seu pai”. É impossível argumentar que o verbo “ver” seja usado em sentido figurado. Os irmãos fizeram tudo que podiam para evitar ver o que Cam havia visto. Esse é o sentido básico do texto e não apóia qualquer outra interpretação. Fonte: portuguese.adventistworld.org

Hoje é tão comum não honrar pai e mãe que as pessoas acham um absurdo a maldição de Noé lançada na descendência de Cão por sua irreverência. Na verdade o que Noé fez foi somente uma afirmação profética de um mandamento que ainda estava nas entranhas de Deus: UM MANDAMENTO COM PROMESSA.
L. M. S.

terça-feira, 9 de junho de 2015

ANÁ E AS FONTES TERMAIS NO DESERTO (GÊNESIS 36: 24).

A leitura da Bíblia enriquece o leitor com informações e interrogações, e quando nos exercitamos à apreciação das suas letras, certas questões põem nossa mente em curiosa inquirição, ainda mais se nos deparamos com pequenos detalhes de uma grande narrativa bíblica. Uma pequenina nota que numa olhadela passamos por cima sem dar uma devida atenção, pode conter um grande ensinamento para a uma vida simples e comum, ou seja, para todos nós, visto que, como a maioria das pessoas, não somos os de destaque do mundo e nem deixaremos, como os grandes personagens, uma marca na sua história.      

Fazendo uma leitura das Escrituras no Livro de Gênesis topei com esta frase: ... “este é o Aná que achou as fontes termais no deserto, quando apascentava os jumentos de Zibeão, seu pai” (Gênesis 36: 24). Trecho curioso! O capítulo está descrevendo descendência de Esaú, os nomes das suas mulheres, o local onde eles foram habitar, e aí aparece a menção desse tal Aná e do seu achado no deserto e eu me perguntei: por quê?! Bem! Para que algo seja digno de nota na Bíblia Sagrada há um motivo, pois tudo que Nela foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança (Romanos 15:4).

O que se sabe a respeito de Aná é que ele era heveu (descendentes de Canaã filho de Cão), não era o primogênito, tornou-se um dos príncipes (chefes tribais) dos horeus (habitantes das cavernas) em Seir, era filho de Zibeão e pai de Oolibama, portanto sogro de Esaú (o irmão de Jacó) (Gênesis 10: 6, 15, 17; 36: 2,20-21,24 e 29). No seu nome e na sua vida não se constata nenhum feito heróico nos anais do Antigo Testamento e o que se sabe do seu povo (heveus) é que eles não praticavam a circuncisão (Gênesis 34: 2 e 14). O nome Aná significa: “Que ouve, que concede”. Crê-se que o verso 34 do capítulo 26 de Gênesis é uma referência ao mesmo Aná, mas ali ele é chamado pelo nome de “Beeri”, cujo significado é “Meu poço”. Se assim for, toda a vida de Aná teve uma reviravolta a partir do dia que ele encontrou as caldas no deserto. Nos tempos bíblicos os acontecimentos importantes na terra podiam causar a mudança do nome do lugar ou da pessoa que se achavam envolvidos no fato, portanto o nome de Aná pode ter sido mudado para Beeri, quando este achou a fonte termal. É interessante notar que até a sua filha tem seu nome mudado de Oolibama (“minha tenda em lugar alto”) para Judite que quer dizer: “louvada”.

Mas qual seria a importância do achado de Aná?

É sabido desde a antiguidade dos benefícios terapêuticos alcançados em fontes termais à saúde dos que se submetem a esses tratamentos. A imersão em águas termais promove uma vasodilatação e o equilíbrio químico e mineral do organismo é restabelecido, as águas quentes também proporcionam ação sedativa auxiliando na função cardiovascular. Outros benefícios são: melhoria no peristaltismo intestinal, aumento da função hepática e ganho na função renal.

Aná não era ainda homem feito quando encontrou no deserto o bem que mudaria a sua vida, pois está escrito que ele apascentava os jumentos de seu pai, isto quer dizer que ele trabalhava para Zibeão, ou seja, Aná não tinha ainda a sua própria casa, não era um chefe tribal e talvez nem tivesse esposa e filhos. Podemos notar que após o “episódio das fontes”, ele tornou-se tão importante para os heveus que o seu nome é citado ao lado do nome de seu pai como um dos príncipes de Seir (Gênesis 36: 20 e 29).

O ensino que posso assimilar aqui é que alguns fatos da vida cotidiana se não forem desprezados, podem fazer com que pequenos tornem-se grandes. Aná não ficou famoso pela força ou pela sabedoria; ele não construiu cidades nem edificou monumentos, mas o deserto reservou-lhe um prêmio pela simplicidade de sua vida e trabalho, uma dádiva que, creio eu, beneficiou não somente ele, mas todo o seu povo.  

Em Tito 1: 15-16 diz assim: “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis... Confessam que conhecem a Deus, mas negam-No com as obras...“  

É muito comum notarmos pessoas infelizes com suas vidas rotineiras e que passam os dias em amargura de espírito; vagueiam frustradas pela vida que têm e pela falta da que desejariam ter. São pessoas sem Deus e consequentemente sem esperança; vivendo pela concupiscência da carne e dos olhos e andando segundo o curso deste mundo, elas procuram satisfazer suas carências entregando-se aos enganos do coração humano. Neste quadro decadente surgem os vícios, as violências, a infidelidade, as trapaças, o ódio e a morte.

Há uma cruz para cada ser humano, ela não pode ser descartada ou negligenciada, ela existe para ser carregada é o nosso fardo terreno. Sejam, pois viciados, homossexuais, ladrões, brigões, mendigos, avarentos, odiosos e os demais pecadores, todos devem carregar as suas cruzes. Portanto a primeira coisa a fazer é negar-se a si mesmo, isto é, dizer não aos desejos da carne repudiando as suas concupiscências e a partir daí seguir a Cristo, pois aquele que não toma a sua cruz, e não segue após Ele, não é digno Dele (Mateus 10: 38). Aná pode ser um exemplo dos que trabalham dia a dia sem almejar nada além daquilo que se pode carregar, pois o próprio peso desta vida já é uma carga suficiente e a fonte do deserto permanecerá no deserto, mas produzirá grandes mudanças naquele que a encontrar.
L. M. S.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

AS ÁRVORES NA BÍBLIA – FIGUEIRA, VIDEIRA E OLIVEIRA.

“Eles têm zelo por vós, não como convém; mas querem excluir-vos, para que vós tenhais zelo por eles” (Gálatas 4: 17).

Em Mateus capítulo 21, Jesus entra triunfalmente em Jerusalém montado numa jumenta com seu jumentinho e é aclamado pela multidão como o herdeiro do trono de Davi (versos 1-11). Ele dirige-se ao Templo, expulsa todos os profanadores e cura muitos enfermos (versos 12-14). Estavam ali crianças que clamavam: “Hosana ao Filho de Davi” (verso 15). Nós cristãos estamos acostumados com várias palavras encontradas na Bíblia, mas nem sabemos direito o que elas significam, assim acontece também com a palavra “Hosana”, pois nós a ouvimos e falamos, porém sem compreendê-la.

No judaísmo “Hoshaná” ou "Hosanna” (grego) significa: “Salve-nos, por favor,” ou “Salve-nos agora”; para os cristãos é o reconhecimento de Jesus como o único Salvador e por isso ela é uma expressão de louvor e de exaltação (verso 16) a Cristo como o Ungido de Deus (Messias).  

Eu ouço muita gente dizer coisas sobre a Bíblia que na verdade não estão escritas em suas páginas, uma destas coisas é sobre a representação da nação de Israel, isto é, do povo israelita ou judeu, ora como uma figueira, ora como uma videira e ora como uma oliveira. 
Muitos até afirmam que a parábola da “figueira anunciando o verão” em Mateus 24: 32; Marcos 13: 28 e Lucas 21: 29, diz respeito ao Estado de Israel declarado e estabelecido como nação independente em 14 de Maio de 1948. Especulações diversas frutificaram deste falho e anti-bíblico entendimento, e os defensores dessa tese tentam adequar os anos de uma geração, que segundo a Bíblia é de quarenta anos, aos anos da “geração que não passará sem que tudo aconteça” (Mateus 24: 34).

Não sou “preterista”, pois creio que a Palavra de Deus é “viva e eficaz” (Hebreus 4: 12), portanto os acontecimentos profetizados nela, não abrangem apenas um período da história, sendo que o próprio Senhor disse: “As minhas Palavras não passarão” (Marcos 13: 31). Partindo deste raciocínio podemos entender que Cristo referia-se no verso 34 de Mateus 24, à destruição de Jerusalém e a dispersão do povo ocorrida no ano 70 D.C., visto que Jesus disse: “Esta geração não passará”, ou seja, o Senhor estava falando àqueles que o ouviam, pois se fosse o contrário Ele diria: “Aquela geração não passará”; dando assim destaque a uma geração futura. Mas é claro que no texto também há predições futuras da Sua segunda vinda para os Seus escolhidos.

Nos versos 17 e 18 de Mateus 21, Jesus retira-se de Jerusalém e vai provavelmente à casa de Lázaro em Betânia para pernoitar. Quando retorna na manhã seguinte estando já perto da cidade Ele tem fome e avistando uma figueira que, embora frondosa, não tinha frutos senão folhas (verso 19). Cristo amaldiçoa a folhosa árvore por mentir e ela seca-se desde a sua raiz (Marcos 11: 20). Os discípulos ficam maravilhados, mas o Senhor lhes diz: “Se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito” (Mateus 21: 21). Novamente aqui vemos a citação “este” em referência ao monte Sião, à Jerusalém que é escrava com os seus filhos (Gálatas 4: 25). Então o que diz as Escrituras? “Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum herdará o filho da escrava com o filho da livre” (Gálatas 4: 30). O que vemos em Mateus 21 é anulação da Primeira Aliança causada pela incredulidade da nação terrena de Israel e o estabelecimento da Segunda Aliança a qual é Espiritual (1 Coríntios 15: 46; Gálatas 4: 26; Hebreus 10: 9).

Prosseguindo em Mateus 21, nos versículos 28-40, Cristo narra duas parábolas concernentes ao Reino dos Céus. Na primeira a sua prática é sobre um homem - João Batista provavelmente (versos 25 e 32) - que pede ao primeiro filho que vá trabalhar em sua vinha, este diz não, mas depois se arrepende e vai; o segundo diz ao seu senhor que iria cuidar da vinha, mas mentiu e não foi. A pergunta aqui é: Qual dos dois fez a vontade do Pai? A resposta é obvia e a sentença também (verso 31 e 32). Na segunda parábola a história é de um pai de família que plantou uma vinha, cercou-a, fez um lagar, uma torre e arrendou-a a uns lavradores antes de retirar-se para longe daquela terra. Quando chegou o tempo dos frutos, o Pai mandou seus servos para os receberem das mãos dos arrendatários, mas estes mataram e feriram aqueles. Novamente são enviados servos da parte daquele Senhor, os quais são igualmente tratados pelos lavradores maus. Então o próprio Filho vem até a vinha e é morto fora dela pelas mãos dos usurpadores daquela herdade. A sentença é dada pela boca dos ouvintes no verso 41: Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe deem os frutos”.

“PORTANTO, EU VOS DIGO QUE O REINO DE DEUS LHES SERÁ TIRADO, E SERÁ DADO A UMA NAÇÃO QUE DÊ OS SEUS FRUTOS” (VERSO 43).

O tema deste assunto é “ÁRVORES NA BÍBLIA” e é justamente sobre isto que estou escrevendo, embora certos textos bíblicos façam uma analogia entre árvores e pessoas (Juízes 9: 7-20; Daniel 4: 20-22), as boas árvores e as plantações frutíferas aludem ao Reino de Deus e o período em que está sendo ministrado neste mundo e não à nação terrena de Israel ou à Igreja secular. Por esta razão é que a figueira infrutífera secou, isto quer dizer que o período do pacto da Lei estabelecido com Israel findou-se. A era da figueira teve o seu fim após os três anos do ministério de Cristo (Lucas 13:6-9) e daí em diante iniciou-se o ministério da oliveira e da videira, de tanto que Tiago em sua epístola diz que não se pode colher figos da videira e nem a figueira pode produzir azeitonas (Tiago 3:12), destacando assim que a Nova Aliança produzirá o fruto do Espírito pela Graça e não pela Lei. Segundo Romanos 11: 17-18, somos os ramos e não a árvore, pois seja figueira, ou a videira, ou a oliveira, todas elas representam o Reino do Céu revelado na pessoa bendita de Jesus Cristo, o Filho de Deus. Amém!

L. M. S.