MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

quinta-feira, 30 de abril de 2015

A FESTA DA LUA NOVA EM ISRAEL (ROSH CODESH)

O significado

Quantas vezes ao lermos a Bíblia não tropeçamos em expressões ou termos que não compreendemos? E quantas vezes optamos por prosseguir a leitura, sem saciar a dúvida? Por exemplo, se tivermos conhecimentos para ler “Rosh Codesh” no texto hebraico, ou então se ouvirmos um judeu referir-se a “Rosh Codesh”, compreendemos ao que é que ele está a referir-se?… E se, no contexto bíblico, (e agora já em português) nos depararmos com a expressão “Lua Nova”,… sabemos do que se trata? É que, na Bíblia, “Lua Nova” está longe de se referir apenas e somente a uma fase da Lua. Na verdade, não sendo um enigma bíblico, também não tem um sentido totalmente transparente e óbvio, a menos que façamos uma pequena viagem pelo mundo bíblico.

Na verdade, “Rosh Codesh” e “Lua Nova” estão relacionados. Literalmente, Rosh Codesh significa “cabeça do mês”, já que a palavra “Rosh” tem a conotação de “primeiro”, ou “cabeça”. O Rosh Codesh (que aparece no texto bíblico) ou “cabeça do mês” (literalmente) será, então, nem mais nem menos que o início do mês, o primeiro dia de cada mês.

“O dia é permitido!”

Obviamente que naquela época o conceito de medição do tempo já era minimamente conhecido. Mas não era um bem onipresente e sofisticado como é hoje. A informação relativa ao tempo ou aos tempos, não entrava pelas casas de Israel com os cumprimentos da NASA, nem por acesso com fibra óptica à Internet. Mudar de mês significava tudo menos virar a folha de um calendário, ou comprar a revista preferida. Para se determinar o momento em que a lua se encontrava na fase de “nova”, havia dificuldades a vencer e critérios específicos a seguir. Na verdade, podemos dizer que eram três os passos principais no tratamento dessa informação.

Em primeiro lugar, o avistamento da lua tinha de ser testemunhado e reportado ao Sanhedrin (Sinédrio) em Jerusalém, o mais depressa possível. Nesse passo específico, o testemunho de um único indivíduo não era válido, mas a palavra de pelo menos duas testemunhas já era aceite como verdadeira, dentro do espírito das normas Mosaicas que regulavam a vida social e religiosa de Israel (Números 35: 30; Deuteronômio 17: 6; 19: 15). O dever de reportar a nova fase lunar era tão importante que no caso de acontecer num sábado, dava à testemunha imunidade em relação às leis restritivas do Shabbat. E não somente a ela, mas também a todos os que tivessem de ajudar, quer com alimentação, proteção ou outro tipo de ajuda, a fim de que lhe fosse possível chegar rapidamente a Jerusalém com aquela informação (há um comentário pertinente em Mateus 12 verso 5 que diz: "Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa"?). A urgência do processo estava, obviamente, ligada aos sacrifícios do Templo relacionados com o Rosh Codesh, os quais deveriam ser realizados na altura certa da Lua. Na cidade, as testemunhas eram recebidas num pátio especialmente separado para elas, onde lhes era provida uma boa refeição, no sentido de encorajá-las a repetir o ato outras vezes no futuro.

Em segundo lugar, logo que o avistamento era validado, entregava-se a informação no Sanhedrin. Muitas vezes a notícia era corroborada por pinturas ilustrativas das fases da Lua, onde as testemunhas identificavam e faziam corresponder o seu próprio avistamento. A informação da altura correta servia para se determinar se o mês seria de vinte e nove ou trinta dias. A frase que todos aguardavam da boca do Príncipe do Sanhedrin era, então, proclamada: ”O dia é permitido!” E, sem demora, todos começavam os preparativos no Templo no sentido de prosseguir com as cerimônias sacrificiais necessárias à ocasião.

Em terceiro lugar, não somente o povo em Israel, mas também a Diáspora (judeus dispersos em outras nações) tinha de ter conhecimento do fato.
Em Israel, a informação era passada através de mensageiros que partiam a cavalo para todos os pontos, mais perto ou mais distantes. Para a Diáspora utilizava-se um sistema bem elaborado de comunicações, que se valia da escuridão da noite. No cimo do Monte das Oliveiras, uma vara de madeira com vários metros de altura era incendiada, como um archote. A sua luz era vista noutro monte pré-definido, onde, por sua vez, e utilizando o mesmo método, se passava a informação a outro monte, atingindo-se com esse método cidades tão longínquas como Pumbedita (Faluja), na Babilônia (Iraque), importante centro talmúdico e berço do Talmude Babilônico. Aí, a informação era recebida com alegria, manifestada por cada família através da imitação do sinal original. Isto fazia com que, de repente, numa cidade a milhares de quilômetros de distância de Jerusalém, centenas de varas flamejantes fossem erguidas na escuridão da noite, acendendo a cidade e os corações dos judeus que nela viviam.
A importância de se saber quando é que cada mês começava, estava ligada à vida de cada homem em Israel. No Salmo 104, no versículo 19, encontramos a declaração de que a lua, criada por Deus, tem a particularidade de apontar para as estações do ano. Não é de admirar, pois, que fosse a regularidade da Lua a fazer de marcador natural aos tempos. 

A Festa da Lua Nova

A alegria que os judeus sentiam por cada novo Rosh Codesh não era um sentimento vazio. À identificação da Lua Nova seguia-se uma Festa e esta, envolvia o próprio Deus. Daí o motivo da alegria nacional.

A Festa da Lua Nova não pertencia ao grupo das três festas principais, aquelas que obrigavam a uma deslocação a Jerusalém. Era uma festa secundária, e, no entanto, igualmente importante. Podemos aquilatar a sua importância pelo fato de ter sido divinamente instituída, sendo que Deus requeria do adorador uma postura espiritualmente honesta e verdadeira. Falhar de forma recorrente levou muitas vezes Deus a manifestar o seu desagrado perante o eterno vazio a que a “religião” sempre conduz.

O Antigo Testamento apresenta-nos cerca de vinte e cinco referências à (Festa da) Lua Nova. Por exemplo, através da leitura do primeiro livro de Samuel capítulo 20, ficamos sabendo que David costumava comer à mesa do Rei Saul nesse dia (20:5). E também que, ao tomar a decisão de não comparecer a esse compromisso importante, fez Saul reagir de tal forma que ficou claramente exposto o ódio que ele sentia por David. Asafe, um dos cantores do Templo, proclamou a Festa da Lua Nova como tempo de alegria, assinalada com o toque do shofar (Salmo 81: 3). Salomão escreveu ao Rei de Tiro informando-o que se propunha construir um Templo em Jerusalém, onde as Festas do Senhor teriam lugar, e mencionando particularmente a da Lua Nova (II Crônicas 2: 4). E o próprio Deus, em dada altura, mostrou-se cansado da hipocrisia de alguns adoradores, afirmando que já não suportava mais as Festas da Lua Nova que o povo celebrava e Lhe dedicava (Isaías 1: 13-14).


Na Festa da Lua Nova, “… nos princípios dos vossos meses…” eram tocadas as trombetas de prata (Números 10: 10), e o shofar (Salmos 81:3). Os levitas faziam as suas ofertas rituais (I Crônicas 23: 31), e os negócios eram temporariamente interrompidos (Amós 8:5). Rosh Codesh, ou Lua Nova, era tempo de regozijo e celebração (Números 10: 10).

O Rosh Codesh era a âncora do tempo, tanto para o agricultor, como para o adorador. Como o homem do campo procederia para determinar o tempo ideal de semear o seu sustento? Da mesma forma, sem um calendário claro, as festas que Deus exigia que fossem celebradas “ao tempo apontado” (Êxodo 23: 15; 34: 18) eram impossíveis de situar e de cumprir. Como celebrar, por exemplo, a Páscoa segundo o requisito divino, em que “no primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde” (Êxodo 12: 18) se não fosse possível determinar o primeiro dia desse mês?

O estratagema usado pelos opressores de Israel no tempo que antecedeu a revolta dos Macabeus foi exatamente esse: proibiam (esta) Festa, fazendo com que as (outras) Festas não fossem possíveis de celebrar, porque ficavam indeterminadas no tempo. Era, pois, uma informação vital, na qual as suas vidas estavam ligadas inexoravelmente pela obediência a Deus.

As novas tecnologias tornaram obsoletos os métodos que levavam à identificação das fases da lua. Hoje, Israel não comemora mais esta festa, e apenas uma pequenina franja de judeus ortodoxos a relembra. Saber como ela se processava, no passado, é apenas um enriquecimento para nós, mas também a oportunidade de criarmos na nossa vida o desejo de renovação. Renovação em cada momento, agora e sempre. Começar de novo, recomeçar, recomeçar sempre de forma melhor. Em Jesus temos esse privilégio, o privilégio de experimentar uma renovação constante. Sem calendário. Sempre que o nosso coração quiser. Pois não foi Paulo quem afirmou que, como crentes em Jesus, “já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.”? (Colossenses 3:9-10).

Eduardo Fidalgo
Beit Israel - Lisboa Portugal.
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segunda-feira, 27 de abril de 2015

E JACÓ FICOU SÓ (Gênesis 32:24).

É impossível falarmos de bênçãos sem trazermos à memória os Patriarcas bíblicos Abraão, Isaque e Jacó. Eles tiveram o privilégio de andar com Deus, de ouvir a sua voz, de receber instruções e avisos por divina revelação, tanto em visões como em sonhos; receberam anjos como hóspedes em suas tendas e também as promessas das bênçãos futuras, tanto para si como para os descendentes. Mas eles não viveram em brancas nuvens. 

Começando por Abraão, ainda Abrão, recebeu a promessa de Deus aos setenta e cinco anos de idade (Gênesis 12:1-3) e o seu herdeiro Isaque nasceu quando ele estava com cem anos, isto é, vinte e cinco anos após a promessa da bênção (Gênesis 21:1-5). E como diz as Escrituras, Abraão não recebeu nem o espaço de um pé da terra da Canaã (Atos 7:5) a não ser o Campo de Efrom que estava em Macpela, defronte a Manre, o qual comprou para a sepultura de Sara sua mulher (Gênesis 23:16-20).


Com Isaque a coisa não foi diferente apesar de ser o "filho da promessa". Ele era o herdeiro da bênção abraâmica e de todas as propriedades alcançadas por seu pai, ele era o "filho da promessa", mas mesmo assim teve que orar ao Senhor “insistentemente” por cerca de vinte anos para que a promessa de Deus se cumprisse, porque Rebeca, a sua esposa, era estéril (Gênesis 25:20-26). Este também viveu como peregrino e estrangeiro na sua própria terra.


Agora temos uma história à parte, ou seja, a vida de Jacó. Digo que a sua história é diferente da história do seu pai e do seu avô, justamente porque Jacó não era o herdeiro, ele não era o primogênito, pois no parto o seu irmão gêmeo Esaú saiu primeiro do ventre materno, talvez por ser o mais forte. Então a vida de Jacó foi duplamente difícil, pois teve que lutar com Deus, com homens e prevalecer para alcançar a promessa que ele tanto amou desde o ventre de sua mãe (Gênesis 25:22-26, 32:28) .

O nome Jacó significa “Agarrar o Calcanhar” (Gênesis 25:26), pois é o que significa no hebraico a palavra Ya'aqov. Poderíamos dizer sem sombra de dúvidas que ele “pegava no pé”, isto é, era insistente, determinado e acima de tudo, Jacó era um crente em Deus e na Sua Palavra.

"... Acaso não era Esaú irmão de Jacó? diz o Senhor; todavia amei a Jacó,
e aborreci a Esaú;... " (Malaquias 1:2-3).


Não gosto nem um pouco de pregadores que depreciam o caráter de Jacó chamando-o de enganador ou trapaceiro, ele não era nem um nem outro. Jacó foi um homem temente a Deus, ele cria nas bênçãos prometidas por Deus aos seus ascendentes e, portanto, amava-as mais do que qualquer coisa. Já Esaú não estava nem aí com a Palavra do Senhor. Como está escrito: “Esaú era devasso e profano” (Hebreus 12:16). É por isso que ele trocou o seu direito de primogenitura por uma refeição, negligenciando o fato de que a benção do seu pai estava condicionada a esse direito. Então o enganador e trapaceiro foi Esaú que, secretamente, tentou receber a benção de Isaque não cumprindo assim a palavra dada em juramento ao seu irmão (Gênesis 25:30-34).  


A ASTÚCIA DE REBECA.


A Bíblia diz que a esposa sábia edifica a sua casa (Provérbios 14:1) e no quesito sabedoria, Rebeca era nota dez. Ela era uma mulher temente a Deus já desde a casa dos seus pais. Foi uma mulher prudente e submissa, tanto ao Senhor como ao seu marido, mas nem por isso deixaria que Isaque, cego por seu amor a Esaú, comprometesse a promessa divina. Portanto Rebeca foi um instrumento das bênçãos de Deus naquela família (Gênesis 27:5-17).


Em 1 Timóteo capítulo 2, Paulo admoesta ao seu filho na fé, que Adão não foi enganado, mas Eva foi, e sendo enganada, caiu em transgressão (verso 14), daí ele continua com um comentário bastante curioso: "Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação" (verso 15). Para entendermos este versículo precisamos olhar alguns versos anteriores: 


"Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda. Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras. A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva" (1 Timóteo 2:8-13). 


Acho que Paulo trouxe à memória a figura de Rebeca quando escreveu estas admoestações. Sim, pois ela foi uma mulher que fez profissão de servir ao Deus de Abraão seu sogro e de Isaque o seu marido; ela não foi criar caso com seu esposo por ele amar mais a Esaú e nem foi ensiná-lo dos propósitos divinos, mas aprendeu em silêncio com toda a sujeição e no tempo certo deu sustento à sua casa, porque ela "esteve atenta ao andamento da casa, e não comeu o pão da preguiça" (Provérbios 31:27). Então Rebeca foi salva do "engano" quando deu à luz aos seus filhos, pois permaneceu com modéstia na sua fé e no seu amor em santificação, sempre ponderando o comportamento de sua prole, e não aceitou que um fanfarrão como Esaú herdasse a bênção que ele mesmo desprezou. 


A EFUSÃO NO VAU DE JABOQUE (Gênesis 32).


Jacó permaneceu por vinte anos longe da casa dos seus pais, tudo isso porque o seu irmão o queria matar. Nos anos que passou no exílio foi explorado por Labão seu sogro, mas Deus era com ele e fez prosperar o trabalho das suas mãos, de tanto que ele mesmo diz às suas mulheres que elas mesmas sabiam de todo esforço empregado por ele no serviço, mas que seu sogro o enganou e mudou o salário dez vezes; porém Deus não permitiu que Labão lhe fizesse mal (Gênesis 31:6,7). Ainda falando às suas esposas ele diz: "Assim Deus tirou o gado de vosso pai, e deu-o a mim" (verso 9). 


Na sua saída Jacó levou consigo somente o seu cajado e ao retornar veio com dois numerosos bandos de animais e servos e a certa altura da viagem de volta, ele recebeu a notícia de que Esaú vinha ao seu encontro acompanhado de quatrocentos homens e por isso teve medo. Em meio ao seu terror ele dividiu a sua casa em dois bandos para que pelo menos um deles pudesse escapar à fúria de Esaú, depois disso pôs-se a buscar ao Deus de seus pais (versos 9 ao 12) e por último enviou adiante dele pela mão dos seus servos, um presente para aplacar seu irmão (versos 13 ao 21). Vemos que Jacó novamente põe-se a lutar com Deus e com os homens. Então chega o momento extremo da vida dele, o momento de ficar só no vau de Jaboque.  


Creio que a "luta" de Jacó com o anjo foi uma medição de força de ambas as partes, algo como um "agarra e empurra", sem agressões... Creio também que ele nem desconfiava com quem estava lutando, até que o anjo tocou-lhe na juntura coxa deslocando-a e começou a pedir para que Jacó o deixasse ir. Mesmo ferido, o "agarrador de calcanhar" não desistiu e sabendo agora com quem estava a lutar, instou com o anjo para abençoá-lo, e a bênção do Senhor foi o seu novo Nome (versos 24 ao 29). Veja que a expressão "lutar com Deus e com os homens" não quer dizer lutar "contra Deus e contra os homens", pois as Sagradas Escrituras nos ensinam que não devemos pagar mal por mal, antes devemos vencer o mal com o bem, também está escrito que a nossa luta não é contra a carne e o sangue. Quanto ao "lutar com Deus", lemos no Livro dos Salmos assim: "
Esforçai-vos, e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor" (Salmos 31:24). Diante deste verso podemos entender que a vida cristã é uma jornada de intenso esforço, mas que esta busca não é e nunca será infrutífera. "Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes" (Efésios 6:13).   

"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: AO QUE VENCER darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra UM NOVO NOME escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe" (Apocalipse 2: 17). 


"E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne" (Ezequiel 36:26).


O clímax da vida de lutas de Jacó, agora Israel, deu-se em Peniel, pois ali ele viu Deus face a face e a sua alma foi salva (verso 30). Carecemos perguntar para nós mesmos como e quando será o nosso Peniel e se já estamos lutando com Deus e com os homens até que esse dia venha raiar.


"Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho" (Apocalipse 21:7). Amém!


L. M. S.

domingo, 26 de abril de 2015

COMO NOS DIAS DE NOÉ.

"E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem" (Mateus 24:37)


Gênesis 6:12 “E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra”. 

A palavra "violência" na bíblia é HAMAS, que significa, "injustiça, ser violento com, tratar violentamente". A palavra é usada freqüentemente como ideia de violência pecaminosa. É também sinônimo de extrema impiedade. Observamos que a primeira ocorrência desta palavra na Escritura ocorre em conexão com outro termo muito forte: Shahat, que significa cova, destruição, túmulo (corrupção). A palavra liga-se com o conceito de Sheol (mundo dos mortos). Em Gênesis 6.11 lemos: "A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência". Aqui, literalmente, a terra (mundo) está na cova, no túmulo e se parece muito com o Sheol e por isso ela encheu-se de violência pecaminosa! A associação feita entre "corrupção" e "violência" é assustadora e demonstra que o estado do mundo determina seus aspectos vivenciais e também atrai a ira de Deus! No verso 13, o Deus Criador ordena o fim de todas as coisas. O motivo: a violência (hamas). O resultado: "... as desfarei com a terra...". A palavra aqui traduzida por "desfarei" é Shahat e significa "levá-los ao túmulo, à morte". Deus havia decidido acabar com tudo isso (o mal sobre a terra) e dar-lhe a retribuição por seus atos pecaminosos violentos: a morte eterna! Isso fica claro aqui, pois somente oito pessoas (Noé e sua família) são salvos da grande catástrofe que vem sobre a humanidade!

O sentido no original hebraico para a expressão "corrompido o seu caminho" é a “inversão de valores”.

Eis uma relação de sete valores que se inverteram na sociedade atual:

1) Coisas valem mais que pessoas
2) Conquistas valem mais que o caráter
3) Sucesso tem mais valor que família
4) O virtual tem mais valor do que o real
5) O material vale mais que o espiritual
6) Quantidade vale mais que qualidade
7) O ter vale mais que o ser.

A nossa sociedade está terrivelmente corrompida como nos dias de Noé.

L. M. S.

sábado, 25 de abril de 2015

AS VARAS LISTRADAS DE JACÓ.

Tenho ouvido muita coisa sobre a passagem de Gênesis 30:37-42 do estratagema que Jacó usou, isto é, das varas descascadas em listras e postas nos bebedouros do rebanho  para que as ovelhas e cabras concebessem filhotes listrados, salpicados e malhados, sendo que nenhuma explicação me convenceu, até que deparei-me com este comentário a seguir do Site Torre de Vigia:
    
Jacó enriquece antes de partir de Harã. 

Tendo cumprido seu contrato de trabalho de 14 anos, para a obtenção de suas esposas, Jacó mostrou-se então ansioso de retornar à sua terra. Mas Labão, vendo como Jeová o havia abençoado por causa de Jacó, insistiu com ele para que continuasse a supervisionar os seus rebanhos. Labão disse a Jacó que este poderia até mesmo estipular seu próprio salário. Então Jacó disse: "Hoje passarei por todos os seus rebanhos e tirarei do meio deles todas as ovelhas salpicadas e pintadas, todos os cordeiros pretos e todas as cabras pintadas e salpicadas. Eles serão o meu salário" (Gênesis 30:32); portanto ele pediu que apenas as ovelhas e as cabras de cor ou marcas incomuns lhe fossem dadas. “Ora, isto é excelente!” foi a resposta de Labão e, a fim de manter o salário de Jacó tão baixo quanto possível, Labão retirou dos rebanhos todas as cabras listradas, salpicadas e malhadas, e todos os carneiros novos, marrom-escuros, e entregou-os aos cuidados de seus próprios filhos interpondo uma distância de três dias entre eles, para impedir qualquer cruzamento entre os dois rebanhos. Apenas os animais nascidos com cor incomum, no futuro, seriam de Jacó (Gênesis 30:25-36).

Assim, Jacó começou a cuidar apenas das ovelhas de cor normal e das cabras sem sinais. No entanto, trabalhou muito e fez o que achava que iria aumentar a quantidade dos animais de cor incomum. Pegou varas frescas de estoraque, de amendoeira e de plátano, descascou-as de modo a lhes dar um aspecto listrado e malhado. A estas colocou nas calhas dos bebedouros dos animais, aparentemente pensando que, se os animais olhassem para as faixas quando no cio, haveria uma influência pré-natal, que faria com que a cria fosse de cor malhada ou incomum. Jacó também teve o cuidado de colocar as varas nos cochos apenas quando os animais mais fortes e robustos estavam em cio (Gênesis 30:37-42).

O ARDIL DE LABÃO FALHA.
 As crias com marcas ou de cor incomum, e que, por conseguinte, seria o salário de Jacó, mostraram ser mais numerosas do que as de cor uniforme, normal, que seriam de Labão. Visto que o resultado desejado foi conseguido, Jacó provavelmente imaginava que o responsável por isso era seu estratagema com as varas listradas. Nesse particular, ele provavelmente comungava da mesma concepção errônea, comum a muitas pessoas, a saber, que tais coisas podem influir na prole. No entanto, num sonho, seu Criador o instruiu a pensar de outra forma.
Em seu sonho, Jacó veio saber que certos princípios genéticos eram os responsáveis pelo seu êxito e não as varas (Gênesis 31:10-12). Ao passo que Jacó cuidava apenas dos animais de cor uniforme, a visão, todavia, lhe revelou que os cabritos eram listrados, salpicados e malhados. Como poderia isto acontecer? Pelo que parece, eram híbridos, embora tivessem cor uniforme, sendo o resultado de cruzamentos feitos no rebanho de Labão antes de Jacó começar a ser pago. Assim, determinados animais dentre estes traziam, na sua genética, os fatores hereditários que resultariam em futuras gerações malhadas e salpicadas, segundo as leis da hereditariedade descobertas por Gregório Mendel.
Nos seis anos em que Jacó trabalhou sob este arranjo, Deus o abençoou e o fez prosperar imensamente, aumentando não só os rebanhos dele, mas também o número de seus servos, de seus camelos e de seus jumentos, e isto apesar de Labão mudar dez vezes o salário em que ambos haviam concordado. Por fim, o “verdadeiro Deus de Betel” mandou Jacó retornar à terra dos seus pais Gênesis 30:43, 31:1-13,41).

O texto acima dá uma visão satisfatória para a interpretação do que ocorreu no episódio das varas de Jacó e nos mostra que os planos de Deus para aqueles que o amam já foram traçados antes de sermos formados no ventre materno.

“Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente” (Salmos 71:6).

L. M. S.



sexta-feira, 24 de abril de 2015

CHARAGMA O SINAL (Apocalipse 13:16-17)

"E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome" (Apocalipse 13:16-17).

Creio que há muitas possibilidades para a "marca da besta" além do bio-chip, da biometria e do código de barras. Em Mateus 5:29-30 está escrito: "Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno"; se compararmos com Apocalipse 13:16-17, faz-se nestes trechos uma concordância entre a mão direita e o olho direito que escandalizam e a mão direita ou a testa que recebem a marca ou sinal dos adoradores da besta. A palavra "marca" do grego "charax" (charagma) significa: "pôr estaca dentro de", "aderir dentro de" ou "entalhar". 

O sinal, ou o nome, ou o número da besta realmente tem a ver com adoração. Vejam o que Jesus disse: " Ninguém pode servir (ADORAR) a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar (ADORAR) o outro, ou se dedicará (ADORARÁ) a um e desprezará o outro. Não podeis servir (ADORAR) a Deus e a Mamom" (ou as riquezas) (Mateus 6:24). "Nenhum servo pode servir (ADORAR) dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar (ADORAR) o outro, ou se há de chegar (ADORAR) a um e desprezar o outro. Não podeis servir (ADORAR) a Deus e a Mamom" (ou as riquezas do mundo) (Lucas 16:13). O apóstolo João completa: "Não ameis (ADOREIS) o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama (ADORA) o mundo, o amor do Pai (JESUS CRISTO) não está nele" (1 João 2:15).

Em outras pesquisas encontrei isto: "A marca deve ser algum tipo de tatuagem ou estigma, semelhante às que recebiam os soldados, escravos e devotos dos templos na época de João. Na Ásia Menor, os seguidores das religiões pagãs tinham prazer em exibir essas tatuagens para mostrar que serviam a um determinado deus. No Egito, Ptolomeu IV Filopátor (221- 203 a.C.) marcava com o desenho de uma folha de trevo os judeus que se submetiam ao cadastramento, simbolizando a servidão ao deus Dionísio (cf. 3 Macabeus 2.29). Esse significado lembra a antiga prática de usar marcas para tornar pública a fé religiosa do seu portador (cf. Isaías 44.5), e também a prática de marcar os escravos a fogo com o nome ou símbolo de seu proprietário (cf. Gl 6.17). O termo charagma ("marca") também era usado para designar as imagens ou nomes dos imperadores, cunhadas nas moedas romanas e, portanto, poderia muito bem aplicar-se ao emblema da besta colocado sobre as pessoas" (Revista Chamada da Meia Noite).

No Livro de Levítico capítulo 19 verso 28 diz assim: Pelos mortos não dareis golpes na vossa carne; nem fareis "marca" alguma sobre a vossa carne. Eu sou o Senhor.
O que no português João Ferreira de Almeida traduziu como "MARCA", em hebraico está escrito: "KAKA". A palavra "KAKA" significa literalmente "TATUAGEM".

Acho que poucos se tocaram que a "Besta" descrita no Apocalipse 13 já atua no mundo há muito tempo (veja Gênesis 10:8-10 e Daniel 7), então ela não está por vir. Em Mateus 6:24 e Lucas 16:13, Jesus afirma que ninguém pode servir a dois senhores (Deus e Mamom) sendo que a busca pelas riquezas deste mundo é antagônica à busca do reino do céu.

O verichip é atualmente o ápice da tecnologia censora, isto é, qual é o rei que que, indo à guerra, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? (Lucas 14:31). Tudo começou com o intuito de recensear os súditos de um reino fosse para fins tributários ou de alistamento militar. Esta prática foi condenada por Deus em 1 Crônicas 21:1-7, pois a mesma foi incitada pelo próprio satanás.

O recenseamento humano tem haver com o controle e o poder dos governantes sobre os governados e durante milênios os métodos foram sendo aperfeiçoados: números, carteiras de identidades, impressão digital, código de barras, senhas e chips eletrônicos. As discussões sobre o verichip distanciam-se da verdade quando omitem que a aceitação de seu implante na mão ou em outro lugar diz claramente que o implantado aceita as condições para o seu uso; será que ninguém lê um contrato quando assina? Veja que quando alguém abre uma conta em um banco, adquire um cartão de crédito ou faz plano de saúde, os contratos possuem uma cláusula das "condições de uso", as quais devem ser aceitas pelo proponente, senão não poderá usufruir do benefício. Será a mesma coisa com implante do chip RFID, quem concordar em recebê-lo também concordará com as suas "condições de uso", porque ninguém pode servir a dois senhores, ou há de amar um e aborrecer o outro, ou vice e versa. Fiquem alerta!   

Os métodos de identificação funcionam como laboratório para uma tecnologia de abrangência mundial que será adotada por todas as nações visando a substituição do dinheiro físico (papel moeda) nas transações e também um controle total do Estado sobre os cidadãos. Veja o vídeo abaixo.

L. M. S.




quarta-feira, 15 de abril de 2015

DIGA A VERDADE E TE ODIARÃO.

"Meus irmãos, não vos maravilheis, se o mundo vos odeia" (1 João 3:13)
Desde criança nos dizem para somente falarmos a verdade, pois quem diz a verdade não merece castigo. Aí chega a idade escolar e lá aprendemos que não podemos dizer a verdade se ela comprometer os outros, pois quem assim o faz é um "dedo duro" passível de punição pelos que querem esconder-se na mentira.
Com o passar dos anos vamos nos acostumando com a mentira e para ser mais confortável à nossa consciência, não chamamos de "mentira", mas de "desculpa". Ficamos tão "bons" nisso que mentimos até para nós mesmos.
A verdade é que nos tornamos amantes da mentira. A mentira nos consola, nos anima, massageia o ego, diz palavras suaves aos ouvidos, encobre os erros, dita as regras da etiqueta e por pior que seja o nosso procedimento, nos fará aceitáveis no meio de uma sociedade que gosta do que é aparente e superficial. Por esse motivo abandonamos nossos princípios porque são vistos como preconceito, reprimimos e amoldamos o que cremos frente ao modismo que está em voga e engolimos à seco os ditames de um mundo politicamente correto.
Alguém escreveu assim: "O politicamente correto é uma forma de censura ao livre pensamento que visa sua anulação em nome de um falso bem"; eu acrescentaria que também visa a anulação da verdade, em outras palavras, ser politicamente correto é ser mentiroso para si e para outrem.
O que mais se vê hoje em dia são pessoas adequadas ao meio, elas são tão superficiais que não querem o confronto com os formadores de opinião, sendo portanto, mais fácil aceitar conceitos impostos do que construir suas próprias ideias, talvez seja por medo ou por comodismo.
"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".(João 8:32)
Morremos no espírito quando sufocamos a verdade, por isso deixemos toda a mentira, e falemos a verdade cada um com o seu próximo (Efésios 4:25). A verdade liberta o homem dos falsos amigos, atrai os que são sinceros e torna inescusáveis os dissimulados.
L. M. S.

O QUE É A VERDADE? (João 18:38)

Esta foi a pergunta de Pilatos a Jesus, quando Cristo disse que a sua missão era dar testemunho da verdade, mas que somente os que eram da verdade o ouviriam.
Hoje, na mente de muitos, a verdade é tida como algo relativo, isto é, depende dos fatores culturais de uma sociedade. Desta maneira a verdade vem perdendo seu valor a cada dia, pois misturada com as paixões converteu-se em adaptações convenientes.
Mas o que é a verdade? A verdade é algo testado e percebido ao longo da história humana, pois o que houve na antiguidade tornou-se um exemplo para as civilizações descendentes, de tanto que os grandes estrategistas militares conseguiram sucesso em suas empreitadas, quando aplicaram em suas campanhas os conhecimentos sobre a história bélica dos povos antigos.
A verdade não muda com o tempo porque ela é linear, mas os costumes não. Os costumes mudam com o passar dos anos e eles tendem a buscar adequações em todos os níveis sociais tais como na religião, na moda, conceitos morais, leis, regras, pontos de vista... Não será por causa da evolução dos costumes que a verdade deixará de ser o que é, embora pensem assim os que dizem que ela é relativa.
A verdade não deixará de ser verdade por que alguns querem ignorá-la; mais cedo ou mais tarde o seu peso se fará sentir. Ela e a justiça andam juntas, pois a segunda não pode existir sem a primeira. Portanto o que é justo depende essencialmente do que é verdadeiro e isto é primordial na vida em sociedade. Então sem a verdade não se pode fazer a justiça.
"Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte" (Provérbios 16:25).
A verdade compõe-se de preceitos atemporais que alertam do resultado final de acordo com os meios utilizados. O homem comum diz: "Errar é humano e todos nós aprendemos com os nossos erros"; já o homem sábio diz: "Aprenderemos mais ainda se também nos guardarmos dos erros cometidos por outros".
Temos uma existência sequencial, linear, mas nem todos aprendem com suas experiências ruins, muitos vivem desregradamente e padecem por isso, tudo porque o seu conceito da verdade está deturpado. A verdade é radical, é raiz na terra e não folha ao vento.
Por isso não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: o justo viverá pela fé. Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta; as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. (Romanos 1: 16-20-25).
L. M. S.

KABED e KABOWD - A DENSIDADE DA GLÓRIA DE DEUS.



Curiosidades do hebraico - A palavra GLÓRIA em hebraico é KABOWD; a palavra DENSO (peso) é KAVED. O curioso aqui é que estas duas palavras são como sinônimos, ou seja, a GLÓRIA de Deus é DENSA - palpável. Partindo deste raciocínio podemos entender o que aconteceu quando da dedicação do Templo no reinado de Salomão filho de Davi.
2 Crônicas 5:13-14.
"E aconteceu que, quando eles UNIFORMEMENTE tocavam as trombetas, e cantavam, PARA FAZEREM OUVIR UMA SÓ VOZ, bendizendo e louvando ao Senhor; e levantando eles a voz com trombetas, címbalos, e outros instrumentos musicais, e louvando ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre, ENTÃO A CASA SE ENCHEU DE UMA NUVEM, a saber, A CASA DO SENHOR; e os sacerdotes NÃO PODIAM PERMANECER EM PÉ, para ministrar, por causa da nuvem; PORQUE A GLÓRIA DO SENHOR ENCHEU A CASA DE DEUS". 
Quando Salomão pôs-se de joelhos e intercedeu por todo o povo de Israel diante do Senhor, novamente a presença gloriosa de Deus manifestou-se: "Assim que Salomão acabou de orar, desceu fogo do céu e consumiu o holocausto e os sacrifícios, e a glória do Senhor encheu o templo. Os sacerdotes não conseguiam entrar no templo do Senhor, porque a glória do Senhor o enchia" (2 Crônicas 7:1-2).
Que cena maravilhosa! Vemos aqui que quando a presença da glória do Senhor se manifesta no meio do povo que se chama pelo Seu Nome, não há espaço para o ministrar dos homens, mas somente do Espírito; homens não permanecem em pé diante de Deus, mas de joelhos, isto é, a soberba vai por terra e quando a carne se põe no seu lugar que é o pó, os verdadeiros adoradores poderão adorar a Deus em espírito e em verdade (João 4:24). Coisa semelhante aconteceu em Atos dos Apóstolos (cap. 2: 1-4) quando veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso que encheu toda a casa, e no cenáculo todos foram cheios do Espírito Santo porque estavam todos "CONCORDEMENTE NO MESMO LUGAR"; ou ainda quando os apóstolos depois de presos e ameaçados pelos príncipes dos sacerdotes por ensinarem o Nome de Jesus no Templo, ao retornarem para os seus, se reuniram e oraram, e o lugar em que estavam "moveu-se", ou seja, a terra tremeu quando o Espírito Santo entrou naquele edifício; e todos foram cheios do Espírito Santo, e com ousadia saíram anunciando a Palavra de Deus (Atos 4:31). É por isso que o apóstolo Paulo exortava aos crentes assim: "Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que DIGAIS TODOS UMA MESMA COISA, E QUE NÃO HAJA ENTRE VÓS DISSENSÕES; antes SEJAIS UNIDOS EM UM MESMO PENSAMENTO e EM UM MESMO PARECER" (1 Coríntios 1:10). Creio que Paulo pela fé, já visualizava a ausência do Espírito Santo no meio cristão, devido ao cultivo das falsas doutrinas provocadoras de divisões; pois Paulo, antes de nomear as sete colunas do Evangelho de Cristo [que são: um só Corpo, um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus Pai] disse: [Efésios 4:1-3] 1. "Rogo-vos, pois, eu, o preso de Senhor, que andeis como é digno da vossa vocação com que fostes chamados, 2. Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3. Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz".
Isaías 6:4 descreve também que a glória de Deus tem peso, pois que o limiar e/ou umbrais, isto é, a soleira e os batentes da porta do Templo se moveram à voz dos serafins quando a glória do Senhor entrava no Templo e enchia toda a Casa. Jesus disse que haveria um fardo e um jugo a serem carregados por seus seguidores [Mateus 11:29,30]; em 1 Pedro 4:14; o apóstolo exorta a todos nós que, se pelo Nome de Cristo somos maltratados, somos então bem-aventurados, porque sobre nós repousa o Espírito da glória de Deus; ou seja, a tribulação por carregar o fardo e o jugo de Jesus, isto é, o Seu Nome neste mundo; é leve e momentânea se comparada com o peso eterno de glória mui excelente que se produzirá em nós; se, contudo, não atentarmos nas coisas que se vêem, mas nas que não se vêem; porque as visíveis são temporais, mas as invisíveis são eternas [2 Cor. 4:17,18].    
Meus irmãos! Quando os crentes estiverem num só coração, num só intento e numa só fé, quando louvarem em UNÍSSONO a Deus com suas vidas, seus trabalhos, seus bens, seus lábios; e quando comungarem tudo com todos os santos irmãos em Cristo, a Glória de Deus será Densa e Palpável onde quer que dois ou três reunirem-se em Nome de Jesus.
(Glória no hebraico é Hesed ou Kabowd. Outros significados para a palavra Hesed, além de glória, também são solidariedade, bondade ou lealdade. Para Kabowd, outros significados são grandeza, honra, presença (de Deus). São sinônimos de Glória: fausto, magnificência, halo, prestígio, resplendor, insígnia, triunfo, aura, fama, notoriedade, renome, brilho).
Ev. Levi.

sábado, 11 de abril de 2015

TER FÉ COMO UM GRÃO DE MOSTARDA.



E Jesus lhes disse: Por causa de vossa incredulidade; porque em verdade vos digo que, “se tiverdes fé como um grão de mostarda”, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível. (Mateus 17: 20)

E disse o Senhor: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda”, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria. (Lucas 17: 6)

E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? (Marcos 4: 39-40).

Há algum tempo atrás ouvi um pregador dizer que certa vez assistindo a um estudo bíblico ele ficou frustrado, pois não aprendeu nada e até no que já sabia ficou com dúvidas. Realmente é assim em muitos lugares, pois a gente ouve erros interpretativos por causa de leituras superficiais das Escrituras. Quantas vezes eu ouvi pregações sobre “a fé e o grão de mostarda” sem me acrescentar nada e ainda pôr dúvidas na minha mente cristã infantil.

UMA COMPARAÇÃO QUE JESUS SEQUER MENCIONOU.

Certos pregadores da Bíblia expõem o texto de Mateus 17: 20 e de Lucas 17: 6 assim: ”Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a este monte: lança-te no mar...” Que bagunça! A suficiência de uma fé do tamanho de um grão?! Espere um pouco! Se eu não preciso ter muita fé, isto é, se uma pequena fé já é suficiente para mover montanhas, então porque é que Cristo sempre repreendia os discípulos chamando-os de homens de pouca ou pequena fé? (Mateus 6: 30,14: 31; Lucas 12: 28, 24: 25; João 20: 27). Por causa de leituras superficiais das Escrituras surgem as falsas doutrinas e daí o entendimento do cristão entra em parafuso!

O GRÃO DE MOSTARDA É O EXEMPLO

Quando lemos os versos corretamente, entendemos que Jesus está ensinando que o grão de mostarda não é referência de grandeza para a o tamanho da fé, mas um exemplo de humildade e simplicidade. Eu quero dizer que o grão de mostarda apesar de ser a menor das sementes, sabe das determinações dadas pelo seu Criador e quando ele é lançado na terra não duvida da germinação e nem do crescimento que acontecerá, transformando-o de um insignificante grão na maior das hortaliças, pois é certo para ele que tal coisa se fará. Isto é fé simples e natural de um coração convertido, esta é a fé como a fé de um grão de mostarda.

“... Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito” (Mateus 21: 21; Marcos 11: 23).
L. M. S.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

O QUE É A GRANDE TRIBULAÇÃO E PARA QUEM ELA SE DESTINA?

Ao entender o que é o TRIBULUM (debulhador) e para o que ele serve, nós vamos compreender melhor o que é a GRANDE TRIBULAÇÃO e qual é o propósito de Deus, para Seu povo e para o mundo.

Tribulum é um instrumento agrícola da antiguidade que tornou-se popular no Império Romano para debulhar grãos como os do trigo e da cevada separando-os da sua palha. Ele era uma prancha de madeira parecida com um trenó, na sua parte inferior era cravejada de seixos afiados ou lâminas de ferro, ou ainda dotado de rodas como no modelo egípcio. Podia ser puxado por bois e o condutor ficava em pé ou sentado sobre o tribulum. Na eira eram trazidos os feixes de trigo e dispostos no chão, aí entrava em cena o tribulum que, passando por cima dos molhos, os trilhavam separando a palha dos grãos sem danificá-los. As ervas daninhas eram separadas antes do processo.

Isaías 28:27-28



“O campo é o mundo; e a boa semente são os filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno” (Mateus 13: 38).

“Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira, e recolherá no celeiro o seu trigo, e queimará a palha com fogo que nunca se apagará” (Mateus 3: 2),

 “Deixai crescer ambos juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro” (Mateus 13: 30).

Se o trigo, a boa semente, deve ser trilhado antes de ser recolhido no celeiro, então como é que podem alguns pregadores defenderem a ideia de que os filhos do reino serão arrebatados antes da grande tribulação? A Bíblia diz que o joio será colhido e atado em molhos antes de serem destinados ao fogo, já o trigo é levado até a eira onde passa pela tribulação para desprender-se da palha que será queimada e o grão limpo irá para o celeiro de Deus.

E o Senhor vos espalhará entre os povos, e ficareis poucos em número entre as nações às quais o Senhor vos conduzirá. E ali servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram. Então dali buscarás ao Senhor teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma. Quando estiverdes em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o Senhor teu Deus, e ouvirás a sua voz” (Deuteronômio 4: 27 – 30).

Não há nenhum propósito para o ceifeiro trilhar o joio, pois sendo uma erva daninha, não serve para alimento e o seu único fim é ser queimado e virar cinzas com a palha retirada do trigo.

É curioso que as eiras fiquem estrategicamente em locais expostos ao vento, porque passando o tribulum sobre os molhos, o soprar dos ventos leva a palha para longe dos grãos que serão recolhidos com a pá (Salmo 1: 4 “... os ímpios são como a palha que o vento dispersa”). 

Além da tribulação do trigo, os grãos limpos devem ainda passar pelo fogo para uma completa secagem antes de serem guardados evitando que se estraguem no celeiro. Comparemos isto com o que o apóstolo Paulo escreveu: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” (1 Coríntios 3: 11 – 15).

Portanto sigamos o conselho de Jesus Cristo: “E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia. Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra. Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem” (Lucas 21:34-36).
L. M. S.


terça-feira, 7 de abril de 2015

TRIBULUM


TRIBULUM DE RODAS - ISAÍAS 28:26-28
Você nunca sabe o que o espera quando lê a Bíblia! Por exemplo, de repente você se depara com esta passagem: “Porque o endro não se trilha com instrumento de trilhar, nem sobre os cominhos passa a roda de carro; mas com uma vara se sacode o endro e o cominho com pau” (Isaías 28: 27). Assim, o trabalho comum de uma fazenda antiga abre-se diante de nós como um panorama de revelação.
A pequena semente do endro sai com facilidade do seu esconderijo sobre o caule. Uma pequena sacudida deixa-a livre. Para realizar a colheita, necessita-se apenas de uma vara. No entanto, outros grãos são mencionados pelo profeta: trigo e cevada. Estes não se soltam tão depressa. Rodas de carro precisam passar por eles, amassando-os a fim de desprendê-los.   
O profeta também fala de lavrar ou sulcar (verso 24). Uma referência é feita às pedras de moinho: “Acaso é esmiuçado o cereal?” (verso 28). Aparentemente, a ideia global é de que algumas colheitas precisam passar por algum tipo de ataque a fim de produzir alimento. O lavrador deve rasgar o solo e o rastelo deve feri-lo com firmeza. As rodas do carro passam por cima do trigo. A vara sacode o caule do endro.
Mas de que se trata tudo isso? Os anciãos tinham uma palavra que se referia a todo este processo de produzir pão. A palavra era “TRIBULUM”. Em seu sentido exato, significava algum tipo de instrumento debulhador, mas também poderia ser aplicada ao lavrar e sulcar da terra, bem como ao triturar dos grãos pelas rodas do carro. Da raiz, “TRIBULUM”, vem a palavra “TRIBULAÇÃO”. Em outras palavras, o pão que se serve à mesa vem da tribulação!
O profeta aplica a sua parábola: o povo de Deus se havia desviado. Então a sua resposta era o “TRIBULUM”. Ele o estava trazendo de volta – pelo caminho duro! Alguns haviam sido endireitados apenas com uma leve sacudida – assim como a batida leve no caule do endro. Outros precisavam sentir o peso das rodas do carro.
Alguns discípulos modernos parecem pensar que a tribulação é apenas para o povo do diabo! Mas, nas Escrituras, salvo uma ou duas exceções, o termo tribulação é aplicado ao povo de Deus – até mesmo para alguns dos melhores do Seu povo. “Firme nas promessas” é o que muitos afirmam. Mas quantas dessas pessoas têm considerado a promessa um tanto negativa feita por Jesus e que “No mundo tereis aflições” (João 18: 33)?
A igreja primitiva cria nessa promessa, eles estavam cônscios de que seriam pressionados pelo mundo não cristão. Paulo e Barnabé visitaram muitas igrejas, encorajando-as a permanecerem fiéis, lembrando-as de que “através de muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus” (Atos 14: 22).        
Os cristãos primitivos não apenas esperavam a tribulação, mas achavam nela um grande propósito. Ela produzia perseverança, e a perseverança moldava o caráter cristão. De um caráter são emanava uma poderosa esperança (Romanos 5: 3, 4). Jesus predisse que a maior tribulação de todas (Mateus 24: 21) resultaria em inúmeras multidões de pessoas cantando sobre a redenção e libertação (Apocalipse 17: 14).
Além disso, esses primeiros cristãos davam a impressão de ter encontrado alegria, consolo e até mesmo exultação na tribulação! “Sinto-me grandemente confortado”, escreveu Paulo aos Coríntios, “e transbordo de júbilo em toda a nossa tribulação (2 Coríntios 7: 4). Aos Romanos, ele disse que se gloriava em suas dificuldades (Romanos 5: 2).
Em sua parábola, Isaías não indica que o Senhor  Se sente satisfeito com o uso do “tribulum”, a menos que tornem os homens produtivos para a retidão. Ele garante que o “tribulum” terminará quando o seu propósito for cumprido. “O lavrador nem sempre o está debulhando” (verso 28). O profeta nos assegura que Deus não é cruel, pois ”Ele é maravilhoso em conselho e grande em sabedoria” (verso 29).
A vara descansará e as rodas do carro irão parar quando o trabalho for terminado. O processo é duro, mas o Senhor sabe qual é o peso dos portões do inferno, e estes não prevalecerão contra aqueles que Ele tem provado e disciplinado.
Ele está disposto a tornar-nos co-herdeiros com o Seu Filho, a coroar príncipes do universo, e a produzir reis e sacerdotes para Deus (Apocalipse 5: 10)! Ele sabe o que está fazendo,  Jesus tem-nos dado uma oração para os dias de escuridão: “Todavia não seja feita a minha vontade, mas a Tua” (Lucas 22: 42).
LON WOODRUM – THE WAR CRY (O GRITO DE GUERRA).
(FILIPINAS).