MANANCIAL

MANANCIAL
"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

segunda-feira, 30 de março de 2015

Masturbação é pecado?



A Bíblia diz: “... macho e fêmea os criou..." (Gênesis 1: 27), em outro texto, explicando este, diz: "não havia (para Adão) quem o auxiliasse e lhe correspondesse" (Gênesis 2:20), com isto a Palavra de Deus quer mostrar, que ambos foram criados para satisfação mútua em todos os sentidos, sejam eles físicos ou morais. Mediante esta afirmação, só podemos crer que a satisfação do homem está na sua companheira e a da mulher está no seu companheiro, por que o casamento é uma instituição abençoada pelo próprio Senhor.

Em nossa juventude passamos por muitas tribulações na carne, por isso Deus diz: "não é bom que o homem esteja só" (Gênesis 2: 18), portanto, para vencer as paixões da carne, devemos viver uma vida de comunhão plena com Jesus, meditando na Sua Palavra dia e noite, não seguindo o conselho dos ímpios, não reunir-mo-nos com os escarnecedores e não andar pelo caminho dos pecadores (Salmos 1: 1-2). Jesus nos anima dizendo: "... Eu venci o mundo" (João 16: 33), e em 1° João cap. 5: 4-5 está escrito: Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?

L. M. S.

domingo, 29 de março de 2015

OS LIMITES SOCIAIS



Sabe?! Havia ao lado de uma estrada várias árvores e após elas um desfiladeiro. Com o passar dos anos algumas pessoas quiseram cortar as árvores, pois elas impediam a vista da paisagem, mas os que usavam daquela via para ir para casa todos os dias foram contra. Depois de muitas disputas os que queriam a derrubada da mata conseguiram uma autorização e a executaram. Eles ficaram satisfeitos com o resultado, pois agora todos podiam visualizar a amplitude do cenário sem que nada atrapalhasse. Passado algum tempo vieram as chuvas. O solo desprotegido foi erodido pela água e causou um grande desmoronamento que atingiu a estrada; boa parte dela foi para baixo da ravina impedindo o trânsito dos usuário que voltavam para os seus lares.
Esta história me faz pensar que a sociedade tem certos limites os quais não devem ser ultrapassados. Estes limites são os arrimos estabelecidos pela ética e pela moral, os quais norteiam a nossa vida social e nos dão a segurança que precisamos para voltar para casa. O ser humano precisa e sempre precisou deles em sua vida, por isso criamos regras, leis, costumes e tradições; todas estas coisas têm um só propósito: proteger-nos de nós mesmos.
As religiões estão presentes em todas as civilizações e aquelas que mais disciplinam os homens são as únicas que sobreviveram aos milênios da história humana; elas foram assimiladas por gentes de línguas, épocas e culturas diferentes devido ao seu caráter conservador, cujo papel sempre foi frear os maus intentos das mentes e corações das pessoas.
Alguém disse mais ou menos assim: "O conceito de Deus é tão importante para a humanidade que, se ele não existisse, teria que ser inventado".
As civilizações cavam suas próprias covas quando desprezam as orientações dadas pelas tradições da religião e da família, pois estes esteios são intrínsecos aos conceitos morais de uma sociedade saudável, mas um povo que ignora isto fadar-se-á ao caos, já aconteceu no passado e pode acontecer de novo. 
L. M. S.
(Gênesis 19:1-25)


sexta-feira, 27 de março de 2015

UM PRESENTE PARA DEUS.

UM PRESENTE PARA DEUS.

Um homem retornara de uma viagem muito longa que o fez ausentar-se por muitos dias do seu lar. Ao entrar pela porta da casa, a sua filha, uma garotinha de apenas dois anos de idade, veio correndo ao seu encontro e o abraçou; ele, muito emocionado com aquele gesto, beijou-a, e ela lhe disse: Papai eu tenho um presente para você. O pai curioso respondeu: Que presente? A garotinha meio acabrunhada falou: É que eu aprendi a escrever e agora vou fazer uma carta para você. Então a menina começou a rabiscar numa folha de papel e assim que terminou entregou-a ao seu pai. Ele se pôs a "ler" a tal carta e então comentou: Sua carta está linda!... Que letra maravilhosa!... Que beleza de carta a minha filhinha escreveu para o papai!... A criança depois de receber tantos elogios indagou: É papai?! O que é que eu escrevi aí?! Aquele homem ficou sem jeito com a pergunta de sua filha, mas ainda sob o efeito inebriante daquele amor infantil respondeu-lhe: Minha querida, eu vejo nesta carta que você ainda não sabe escrever as palavras dos homens, mas nestes desenhos reconheço o seu amor e que neles você quis dar o melhor presente para mim.

A história acima nos ajuda a entender um pouco do amor de Deus para conosco, pois assim como uma criança, nós não temos nada a ofertar ao Senhor senão os rabiscos mal traçados das nossas vidas imperfeitas, mas o Pai Celestial não está preocupado com a beleza, ou com o conteúdo da "carta" e sim com o amor pelo qual a ofertamos a Ele.
Jesus não buscou andar no meio dos príncipes de sua época, mas no meio dos pobres e dos pecadores; Cristo andou com os rejeitados deste mundo porque eles precisavam Dele; sendo indagado pelos poderosos de Sua época por causa disso, Ele mesmo respondeu: "Os sãos não necessitam de médico, somente os doentes" (Mateus 9:12).

Na Parábola da Grande Ceia está escrito: "... Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos... ide pelos caminhos e valados e força-os a entrar, para que a minha casa se encha" (Lucas 14:21,23). Ainda hoje nós, os imperfeitos, somos todos convidados para a Grande Ceia do Senhor, nela não precisamos levar nada além de nós mesmos. As vestes, o vinho, o pão, e tudo mais Jesus Cristo já providenciou, basta-nos aceitar o Seu convite de Amor.

Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? "Beberei o cálice da salvação e invocarei o Seu santo Nome"! Salmos 116:12-13

L. M. S.


O CRENTE NÃO TEM RAZÃO.


Quando eu era jovem ouvi minha mãe ou meu pai dizer assim: "O crente não tem razão". Esta frase ficou gravada na minha mente, mas como qualquer adolescente avoado, não entendi a sua profundidade. Hoje, anos mais tarde, a mesma frase ainda fala dentro de mim, mas com uma diferença, pois agora consigo perceber a verdade transmitida por ela.
A Bíblia nos diz: "Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã" (Tiago 1:26). Vejo que a coisa mais comum entre cristãos é a autocomiseração (sentir dó de si mesmo) e por isso, em alto e bom som, clamam aos quatro ventos as suas misérias para que todos ouçam, talvez para se parecer vítima ou um coitado que precisa ser consolado.
Paulo, o apóstolo dos gentios diz: "... sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte" (2 Coríntios 12:10); e Tiago arremata: "Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso" (Tiago 5:11); e o apóstolo Pedro completa: "Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado" (1 Pedro 4:14).
Quem realmente crê em Jesus como o seu único salvador, deve inteirar-se das Escrituras para saber que a sua vida está escondida com Cristo em Deus. Então, se "o Senhor está comigo; não temerei o que me pode fazer o homem" (Salmos 118:6); se "em Deus tenho posto a minha confiança; não temerei o que me possa fazer o homem" (Salmos 56:11); "e assim com confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem" (Hebreus 13:6). Agora eu pergunto: Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Romanos 8:31).
Crer não é apenas uma palavra, mas um verbo, e os verbos indicam ações, e as ações norteiam a vida e o caráter das pessoas, pois nelas pode-se perceber os frutos de justiça ou injustiça, porque se Cristo vive em nós, o corpo está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça Dele (Romanos 8:10); e também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições (2 Timóteo 3:12), portanto não nos deixemos vencer do mal, mas vençamos o mal com o bem (Romanos 12:21).
Quando você se chegar a Deus não reze, ore, quero dizer, fale com Ele e entregue-se de todo o coração, isto é, entregue todas as angústias, os medos, os sofrimentos, as tribulações, as ansiedades e frustrações da vida; espere com paciência Nele que é o Justo Juiz dos vivos e mortos. Pois sim! Isto será agradável ao Pai!
L. M. S.

quarta-feira, 25 de março de 2015

O SINAL DE CAIM (Gênesis 4:15)


Há muito tempo que a história do primeiro homicídio narrada em Gênesis 4 desperta nos leitores da Bíblia, uma curiosidade sobre o sinal que Deus pôs em Caim após o assassínio de seu irmão. Uma marca distinta posta talvez na carne ou talvez na alma de Caim para que ninguém o ferisse ao encontrá-lo. Muitas foram as conjecturas sobre este sinal, mas a famosa marca, apesar de toda especulação, permanece obscura.
Como está escrito em Deuteronômio 29:29 - "As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei".
A Bíblia apesar de não especificar qual, ou o que era o sinal posto no primeiro homicida da história, ela nos dá alguns subsídios para que possamos compreender como ele a herdou.
DEUS PÕE UM SINAL EM CAIM (Gênesis 4:15)
É interessante notarmos que Caim fica com medo porque pecou e também porque novamente Deus amaldiçoa, não como no caso de Adão, pois pelo primeiro pecado, a terra fica sujeita a maldição (espinhos e abrolhos, pão de dores e morte - cap. 3:17-19), mas agora a sentença divina recai sobre o homem desde a terra, isto é, os espinhos e cardos serão uma característica também nos filhos dos homens (geração de Caim) e a terra lhes seria por inimiga quando se diz que ela não mais daria a sua força (cap. 4:11-12).
O cap. 6 de Gênesis faz uma distinção entre os filhos dos homens e os filhos de Deus, depois da multiplicação por sobre a terra dos descendentes de Caim e de Sete. Podemos perceber que na descendência de Adão não consta mais o nome do seu primogênito (Caim), mas apenas o nome de Sete (Gênesis 5:3), isto porque Caim era do maligno, por causa das suas obras que eram más (1 João 3:12). Adão e Eva pensavam que no primeiro filho se cumpriria a promessa divina de esmagar a cabeça da serpente, por isso deram o seu nome de Caim (alcançado, possuído, dádiva). Mais tarde reconheceram o quanto estavam errados porque, quando nasceu Sete (nomeado, reposição) Eva disse: "Deus me deu outro filho em lugar de Abel (vapor, névoa, transitório, vaidade ou nada); porquanto Caim o matou" (Gênesis 4:25).
DISTINÇÃO ENTRE FILHOS DE DEUS E FILHOS DOS HOMENS.
Há muitos cristãos que abusam da liberdade que há em Cristo, e outros, diferentemente, julgam que quase tudo é proibido, mas a verdade é que como crentes, todos nós temos uma atribuição e um compromisso com Aquele que nos salvou das trevas e nos pôs na Sua gloriosa luz. Esse compromisso, essa atribuição é a de refletir a glória de Cristo para os descrentes.
"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas" (1 Coríntios 6:12; 10:23).
Valendo-me dos versos acima quero expor algumas questões que volta e meia surgem no meio cristão tais como: tatuagem, bebida alcoólica, ir à praia, assistir tv, navegar na internet, frequentar uma academia, ir ao cinema, usar certos tipos de roupa, falar em gírias... Estas e outras muitas perguntas sempre permearam a mente de inúmeros crentes. A verdade é que os filhos de Deus diferenciam-se dos filhos dos homens tanto no seu interior - no coração e na mente (sentimentos e pensamentos) - como também no exterior (aparência), pois a semente do Espírito de Deus que brotou no coração dos convertidos a fé em Jesus, promoverá uma transformação da velha natureza em uma nova e tudo se fará novo e as coisas velhas ficarão para trás. Diante disto, os filhos de Deus sendo transformados de glória em glória, deverão refletir a santidade Dele numa vida disciplinada pelas boas obras em Cristo e elas implicam em distinção tanto nos atos de justiça como num exterior moderado, discreto, decente e casto. Assim também o apóstolo Pedro escreveu em sua primeira carta que cada um deve levar a sua vida casta no temor de Deus, valendo-se do incorruptível traje de um espírito manso e quieto, o qual é precioso diante de Dele, e isto vale para homens e mulheres (1 Pedro 3:2,5). Nestes versículos eu aprendo que o Senhor colocou-me numa posição destacada do mundo, isto quer dizer que não posso me parecer e nem me comportar como os filhos do mundo. Agora pergunto eu: "POR QUE UM FILHO DE DEUS IRIA QUERER TER A APARÊNCIA OU O COMPORTAMENTO DOS FILHOS DOS HOMENS? Que cada um responda à si mesmo!
O FRUTO DISTINGUE A ÁRVORE.
"Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos ESPINHEIROS, ou figos dos ABROLHOS"? Mateus 7:16
Caim disse: "a minha maldade é imperdoável, da terra sou expulso, esconder-me-ei da Tua face, serei fugitivo e vagabundo e quem me encontrar me matará" (Gênesis 4:13-14). Eis o "sinal" de Caim: ignorar o perdão de Deus, amar àquilo do qual foi expulso - o mundo; fugir e esconder-se da presença do Criador, viver sem compromisso e irresponsavelmente - vagabundo e fugitivo; ter medo do seus semelhantes, pois são praticantes das mesmas obras: ESPINHOS E ABROLHOS (Gênesis 3:18).
É certo que a descendência de Sete - os filhos de Deus - não fariam as mesmas obras que os filhos de Caim, visto que, sendo uma geração piedosa, não comungariam com os malignos, tanto que depois do nascimento de Enos eles começaram a invocar o nome do Senhor (Gênesis 4:25-26).
"Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno" (1 João 5:19). E tudo o que há no mundo, não vem de Deus (1 João 2:16). Partindo deste raciocínio, nós podemos concluir que todas as coisas do mundo que são preciosas aos homens, pertencem ao diabo, pois ele mesmo as ofereceu aos que prostrados o adorassem (Mateus 4:9). Paulo nos orienta que, como já vivemos o fim dos tempos, de agora em diante os que choram, como se não chorassem; os que folgam, como se não folgassem; os que compram, como se não possuíssem; e os que usam deste mundo, como se dele não ABUSASSEM, porque a aparência do mundo é vaidade (1 Coríntios 7:29-31).
L. M. S.

sábado, 21 de março de 2015

O USO DO VÉU NA IGREJA DE CORINTO (1 Coríntios 11:1-16)


Desde que me conheço por gente tenho ouvido pregadores discorrendo sobre este assunto (uso do véu na igreja), pois, criado num lar evangélico (Assembléia de Deus), ouvi muitas teses apresentadas nas reuniões de culto e também fora delas, mas confesso que todas as dissertações sobre o assunto ficaram sempre superficiais e não chegaram ao fundo da questão.

Certa vez ouvi uma história contada por um evangelista que, em missão num país africano, esteve hospedado numa tribo onde as mulheres não cobriam seus seios, isto é, elas andavam naturalmente com os seus seios descobertos, a vista de todos. Para nós ocidentais seria algo vergonhoso e depravado, mas para aquele povo uma coisa normal. Quando outros missionários chegaram àquela tribo em visita, eles ficaram horrorizados ao verem num culto, numa reunião da igreja, as mulheres apresentarem-se com seus seios à mostra. O evangelista que cuidava daquele rebanho, já habituado com os costumes locais, explicou aos seus visitantes que as nativas daquela tribo somente cobriam os seios quando tinham relações com os seus maridos.  

Esta história serve bem para que entendamos quão diferentes são as culturas dos povos do mundo, mas que mesmo assim Jesus Cristo morreu também por aqueles que não seguem as mesmas tradições comuns aos povos ocidentais, ou seja, o Senhor deu a sua vida para remir todos os povos do mundo independente da sua tradição ou cultura e fazer deles um só povo, a saber, o Israel de Deus - a Igreja de Cristo.  

Quando nos deparamos com um texto que nos parece ser contraditório nas Escrituras, nós devemos analisar alguns itens importantes para sua compreensão. Eu, particularmente, prefiro estes: POVO E LOCAL, TEMPO E SITUAÇÃO, REFERÊNCIAS BÍBLICAS, CONTEXTO E APLICAÇÕES; é claro que há muitos outros, mas considero estes, neste caso, a linha de uma interpretação mais correta  do texto bíblico.

POVO E LOCAL - Em Atos capítulo 18 dos versos 1 ao 18, Paulo em sua viagem missionária chega até a cidade de Corinto e encontra Priscila e Áquila, um casal de judeus que dantes habitavam na Itália, mas vieram morar ali por causa de uma ordem do imperador Cláudio (sucessor de Calígula) que ordenara a todos os judeus que deixassem Roma. Como de costume, o apóstolo Paulo dirige-se à sinagoga local onde expõe Jesus como o Cristo das Escrituras e assim converte tanto a judeus como gregos à fé cristã. Então temos dois povos que compunham a Igreja de Corinto, os quais eram gentes com costumes e tradições diferentes, que precisavam chegar a um denominador comum e serem aperfeiçoados na Palavra de Deus. É sabido por muitos cristãos dos costumes judaicos pela Bíblia, mas pouco sabemos por ela dos costumes gregos daquela época, por isso o texto de 1 Coríntios 11 é muito importante para nós, pois ele nos dá algumas pistas de tais tradições. 

Segundo a tradição defendida por alguns judeus, o uso do véu vem de Rebeca que cobriu-se com o ele antes do seu encontro com Isaque quando este saíra ao campo para orar (Gênesis 24:63-65); aqui a matriarca da nação israelita demonstra sua reverência a Deus e também submissão ao seu noivo e futuro marido nesse gesto.  Uma curiosidade que podemos observar em Gênesis capítulo 24 é que quando o servo de Abraão viu a Rebeca ele notou duas coisas, notou que ela era muito formosa e que era virgem; e no quesito virgindade ele acrescentou: "a quem nenhum homem havia conhecido". Como ele pôde saber que ela era virgem? Dos versos 63 ao 65 deste mesmo capítulo temos a resposta, ou seja, as virgens não se cobriam com véu, mas somente as casadas, e da mesma forma Paulo instrui as mulheres judias de Corinto que tinham marido a manter a tradição do uso do véu, um costume de seu povo. O uso do véu pela mulheres casadas demonstrava aos mensageiros (anjos da Igreja) que elas tinham marido e que lhes eram sujeitas. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus (1 Corintios 10:32).


Os judeus cobriam-se com um xale nas orações e na leitura da Torá.

TEMPO E SITUAÇÃO - Nos tempos bíblicos não era desonroso para o homem judeu ter os cabelos crescidos, assim como para a mulher judia não havia desonra em rapar-se, pois no "voto de nazireu" (consagração ao Senhor), tanto o homem como a mulher deixavam crescer livremente os cabelos, mas rapavam suas cabeças ao término do voto (Números 6:1-21). Outra curiosidade é que na cultura da época de Cristo, os judeus cobriam suas cabeças com um talit (xale) na leitura das Escrituras e nas orações. 
Os costumes dos gregos de Corinto conflitavam com os judaicos, pois para os gentios (gregos ou romanos) era indecente para os homens, mas decente para as mulheres usar os cabelos compridos, visto que o costume destes eram cabelos curtos e de suas mulheres os cabelos longos. 
Então do que é que Paulo trata em 1 Coríntios 11? 
1. Está o apóstolo estabelecendo um costume aos cristãos? 
2. Está usando metaforicamente dos costumes judaicos e gregos para doutrinar a Igreja numa verdade bíblica? Certamente a última hipótese é a mais correta.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS - Sabemos que todo o cerimonial da Lei foi abolido em Cristo Jesus e que se alguém está Nele nova criatura é, porque todas as coisa velhas já passaram e tudo se fez novo (2 Coríntios 5:17), já não andamos mais segundo os rudimentos do mundo, mas por fé no Filho de Deus, de sorte que as boas obras dos cristãos provém de Deus e não da carne e de suas aparências (Efésios 2:8), até a Igreja de Cristo não é coisa aparente, ela não etá contida em quatro paredes ou numa denominação, porque o templo do Espírito Santo é o coração daquele que se converte ao Senhor (1 Coríntios 3:16-17, Isaías 57:15). 
Tendo a aparência de piedade, certas práticas tornam-se dogmas (doutrina ou crença) que, adotadas por alguns cristãos, se transmutam em verdadeiros impedimentos à uma fé genuína, pois estas regras ou costumes visíveis negam e contradizem os preceitos da liberdade que há em Cristo Jesus. Isolar versos da Bíblia e tê-los como verdades absolutas é cair em erro e em alguns casos, negar a fé (2 Timóteo 3:5; 1 Pedro 2:8). Não podemos adotar como doutrina algo que fuja do contexto bíblico, por isso temos a obrigação de examinar os fatos e as circunstâncias que levaram os escritores a registrar o tal ensino. Em 2 Coríntios 3:17-18, Paulo escreve que onde está o Espírito do Senhor ali há liberdade de culto e que nesta liberdade, todos nós, com o a cabeça descoberta, refletimos em nossos rostos a glória do Senhor e Nele somos transformados à Sua imagem pelo Seu Espírito que em nós habita. Veja também Colossenses 2:20-23.  

CONTEXTO E APLICAÇÕES - Se voltarmos às linhas anteriores ao verso 4 do capítulo 11 de 1 Coríntios, nós teremos a chave do "enigma". Paulo no início dos versos está descrevendo uma hierarquia no reino dos céus (Igreja), ou seja, Deus cabeça de Cristo, Cristo cabeça do homem e o homem cabeça da mulher. Em grego koiné a palavra cabeça (kephalê) significa autoridade, isto é, o último está em submissão ao imediatamente anterior, mas dependentes entre si no caso da mulher e do homem, pois um não veio existir sem o outro; só depois disso é que a carta leva os leitores aplicarem estes conceitos à vida cotidiana de gregos e judeus convertidos ao cristianismo. Quero dizer que Paulo não impôs costumes a serem observados em todas as Igrejas, ele apenas, como um sábio professor, valeu-se das tradições (usos e costumes de época) para mostrar que as esposas devem submissão aos seus maridos e estes devem honrá-las com amor, e tudo isso visava uma coisa só: "o bom testemunho cristão". Compare com Efésios 5:22,25,33; Colossenses 3:18-19 

Paulo nos diz assim: "Julgai vós mesmos: é decente que a mulher ore a Deus de cabeça descoberta"? 

Baseado na pergunta acima levanto estas questões: 
1. É indecente para nós que as mulheres cortem o cabelo? 
2. É decoroso para a mulher usar o véu em sinal de submissão ao seu marido? 
3. Têm estes costumes alguma consonância com a nossa cultura? 
A resposta é: "não"!  


Se o uso do véu era para ser um mandamento como dizem alguns; por que não há nenhuma referência nas outras cartas? Já a submissão da mulher ao seu esposo é mencionada em várias passagens como: 1 Timóteo 2:11; 1 Coríntios 14:34; Efésios 5:23,33; Romanos 7:2; Colossenses 3:18; Tito 2:3-5 e 1 Pedro 3:1. As falsas doutrinas surgem do isolamento de versículos do seu contexto. Em 1 Cor. 11 nem é necessário uma exegese contextual de outras passagens porque no próprio cap. 11 é possível ter a interpretação correta do ensino de Paulo, se alguém realmente quer entender o que o Espírito Santo está dizendo é somente lê-lo com atenção. Se não quiserem ouvi-Lo, então tentem compreender o que Pedro escreveu em sua primeira carta:

"O enfeite delas não seja o exterior", no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o "homem encoberto no coração"; no "incorruptível traje de um espírito manso e quieto", que é precioso diante de Deus. Porque assim se "adornavam" também antigamente as "santas mulheres" que esperavam em Deus, e "estavam sujeitas" aos seus próprios maridos; como Sara "obedecia" a Abraão, chamando-lhe senhor; da qual vós "sois filhas", fazendo o bem, e não temendo nenhum espanto. (1 Pedro 3:3-6).

CONCLUSÃO.

A igreja de Corinto era composta de gregos e judeus (Atos 18:1-4) e o texto de Coríntios 11 diz respeito aos costumes de ambos os povos, e porque os crentes daquela localidade não deviam dar escândalo nem a gregos e nem a judeus (1 Coríntios 10:32), então foi necessário que se mantivesse tais costumes visando o bom testemunho cristão.

Muitos cristãos pensam como meninos na fé, eles têm sua visão fechada para a Palavra da Justiça, pois vivem se sobrecarregando de ordenanças e preceitos de homens que não tem valor algum diante de Deus. Precisamos ir mais além nas Escrituras do que ficar apenas "arranhando a superfície" delas, nossa visão deve ser ampliada aprofundada nas coisas concernentes a Deus. Oremos e jejuemos antes de buscar o conhecimento da Palavra do Senhor e não aceitemos apenas o que alguém nos disse sobre ela.

Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne. (Colossenses 2:20-23).       
L. M. S.   

terça-feira, 17 de março de 2015

O HERDEIRO E O SERVO (Gálatas 4).


Em Gálatas capítulo quatro, Paulo faz a comparação entre o servo e o herdeiro, entre as duas Alianças (Lei e Graça), entre Hagar e Sara, entre a Jerusalém terrena e a Jerusalém Celestial, entre o monte Sinai e Cristo.
Paulo começa dizendo que todo o herdeiro enquanto menino, em nada difere do servo que vive junto na casa, pois ainda está aos cuidados de tutores e curadores mesmo sendo senhor de tudo, até que chegue o dia da sua maturidade. Igualmente um crente, seja ele um novo convertido ou não, está sob a proteção de outros crentes, no entanto esta guarda não confere desigualdade ou distinção como alguns alardeiam. Alguns acham-se superiores aos outros considerando-se coisa importante no seio da igreja porque foram postos por ministros na casa do Senhor, mas a verdade é que "todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal" (Mateus 20:26), isto quer dizer que os ministros da Igreja estão nela para servirem os membros dela, isto é, servirem as mesas e não serem servidos.
"Eles têm zelo por vós, não como convém, mas querem excluir-vos para que vós tenhais zelo por eles" (Gálatas 4:17).
Como no verso acima, também agem assim os que, aproveitando-se da ignorância de alguns cristãos, posam de autoridades eclesiásticas dizendo-se zelosos do rebanho do Senhor, mas a intenção real é destacarem-se dos demais e parecerem aos olhos dos humildes serem alguma coisa, excluindo, segregando, dividindo, recebendo os primeiros lugares e pondo o povo de Deus à execução dos seus caprichos e serviços.
O Espírito Santo pôs na Igreja uns para apóstolos, outros para profetas, alguns para evangelistas e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério e a para edificação do Corpo de Cristo (Efésios 4:11-12), estes serviçais estão no Corpo com funções e não como dignitários, a única distinção aqui é que alguns estão para servir enquanto que outros, ainda meninos na fé, são servidos pelos ministros. A função de um tutor é de proteger, auxiliar e defender alguém que, devido à pouca idade, não pode fazê-lo por si só; semelhantemente a curatela (função do curador) é o encargo da administração dos bens de uma pessoa não capacitada para tal; por causa disso é que Paulo usa as duas expressões em Gálatas 4:2, ou seja, os mais velhos cuidam dos mais novos como numa família, até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Efésios 4:13).
L. M. S.

sexta-feira, 13 de março de 2015

"ESPERE ISRAEL NO SENHOR, DESDE AGORA E PARA SEMPRE" (Salmos 131:3).

É maravilhoso lêr as Escrituras Sagradas com nossos sentidos estimulados pelo Espírito Santo; pois buscando a sua luz, nos libertaremos da escuridão intelectual humana, e assim o Senhor proporcionará que vejamos e compreendamos a Palavra de Deus na dimenção do seu Espírito (Ef. 3:18).

Hoje, logo após alguns minutos de oração, buscando a sabedoria que vem do alto, eu abri a minha Bíblia no capítulo Três de Gênesis; pois há muito tempo que a questão do "fruto proibido" tem causado algumas inquietações em minha mente; mas como qualquer fiel que se propõe a estudar os textos bíblicos, não me detive apenas no capítulo em questão, mas voltei ao capítulo anterior e depois avancei para o posterior; pois me lembrei de uma frase que dizia assim: "Deixemos a Bíblia interpretar a Bíblia"; porém, para minha surpresa, não obtive nenhuma resposta. 

O capítulo 3 de Gênesis narra a desobediência de Adão, o qual não acatou o mandamento de Deus e deliberadamente comeu da "Árvore da Ciência do Bem e do Mal"; já o capítulo 2 faz um resumo da criação e também detalha que Deus plantou um jardim e pôs no meio dele a árvore do futo proibido. Pois bem! A pergunta é: "Por que Deus colocou uma ÁRVORE PROIBIDA no meio de um jardim de delícias"? Mas assim como muitos já se perguntaram do porquê desta incongruência, alguns outros se propuseram respondê-la.

Lembro-me de que quando estava na escola, na 5ª série, numa aula de Educação Moral e Cívica - matéria extinta no currículo escolar atualmente - a professora tentando responder a questão acima, disse que aquela árvore fora plantada para testar se o homem era digno de habitar ali. Na concepção daquela professora, Deus queria ver se o homem merecia viver no jardim do Éden. Parece até um bom argumento, porém inconsistente; pois tudo o que recebermos de Deus, e isso vale para Adão também, nunca será por merecimento, mas por graça, misericórdia e bondade do Pai Celestial; porque Deus é bom! (Mt 19:17; Mc 10:18 e Lc18:19).

Além deste exemplo que presenciei na minha juventude, também ouvi algumas pregações sobre o tema, mas elas não trouxeram luz ao texto. Na leitura que fiz hoje não foi diferente, pois a resposta permaneceu oculta à minha mente; então, imediatamente, lembrei-me do Salmo 131 que diz: "1. Senhor, meu coração não se elevou, nem meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos nem em coisas muito elevadas para mim. 2. Decerto, eu fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma para comigo”... 

Sim! É isto mesmo; eu fiquei semelhante a uma criança, um recém desmamado que chora pelo leite materno, e que sendo ainda um menino precisa se calar e sossegar por algum tempo. Daí, mesmo pouco conformado, segui a orientação do salmista contida no verso três do mesmo Salmo: "Espere Israel no Senhor, desde agora e para sempre" (Salmos 131:3). Deste modo, fechei a minha Bíblia e "esperei com paciência no Senhor" (Salmos 40:1).

Quando a tarde chegou, eu liguei o meu computador para ver alguns estudos bíblicos na internet. Ao analisar alguns trechos de um estudo sobre o Livro de II Reis e de II Crônicas, o escritor aderiu uma referência bíblica da Epístola aos Hebreus no tema; agora vejam só quão maravilhosa é a Palavra de Deus: "Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento. Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para DISCERNIR TANTO O BEM COMO O MAL" (Hebreus 5:12-14).

Grandioso e Soberano Deus, a Ele toda a glória e honra para os séculos dos séculos, amém! O Senhor já havia dado a resposta no Salmo 131, mas eu não entendi; e então Ele me levou até a Epístola aos Hebreus, e ao capítulo 5, e aos versos 12, 13 e 14, e abriu o meu entendimento nas Escrituras.

Portanto, o motivo da Árvore da Ciência do Bem e do Mal estar no meio do Jardim do Éden, e o porquê do Senhor proibir a Adão e sua mulher de se alimentarem do seu fruto; a resposta é obvia: ADÃO ERA MENINO. Não estou referindo-me na compleição física de Adão, mas à sua mente, ou seja, ELE NÃO ESTAVA EXPERIMENTADO NA PALAVRA DA JUSTIÇA, e por isso não poderia comer dele; ou como o escritor de Hebreus disse: ALIMENTO SÓLIDO É PARA OS PERFEITOS, OS QUAIS JÁ ESTÃO ACOSTUMADOS COM ELE, POIS TÊM OS "SENTIDOS EXERCITADOS" PARA DISCERNIR TANTO O "BEM COMO O MAL"...

Em suma, a ÁRVORE DA CIÊNCIA DO BEM E DO MAL estava onde devia estar, isto é, no meio jardim; mas o homem, ainda menino, deveria esperar pacientemente no Senhor até a sua maturidade e daí ter a permissão divina para comer tanto do fruto dela como também do fruto da ÁRVORE DA VIDA. Vejam que Gn 3:8 diz que o Senhor visitava o jardim na "viração do dia" (ao anoitecer); isto quer dizer que Deus vinha à tarde encontrar-se com Adão; portanto, por meio dessa comunhão, o homem atingiria a maturidade espiritual tornando-se apto a discernir tanto o bem, quanto o mal. 

Fica aqui no relato de Gênesis capítulos dois e três, um alerta a todos nós de que quando encontrarmos um texto bíblico difícil, e se mesmo depois de examiná-lo minuciosamente ainda não alcançarmos o entendimento da passagem, não significa que alguma coisa está fora do lugar nas Escrituras, mas somos nós que ainda não temos a MATURIDADE ESPIRITUAL necessária para "comer do maná escondido" nos tesouros da Palavra de Deus (Ap. 2:17); portanto devemos continuar orando e estudando para crescermos Nela. 

Não é a vontade de Deus que saibamos tudo sobre Ele neste mundo (Deut. 29:29), mas estou certo de que devemos nos contentar com a "porção de costume" que Ele nos dá hoje (Prov. 30:8), visto que no dia em que entrarmos no céu, na Sua gloriosa presença; o que vemos hoje é por espelho e em enigma, mas lá veremos face a face; e o que agora conhecemos em parte, conheceremos como também somos conhecidos (1 Coríntios 13:12). Amém!

L. M. S.

terça-feira, 10 de março de 2015

AS VÁRIAS FORMAS DE CORAGEM.


Hoje eu estava assistindo novamente o filme Cavalo de Guerra e deparei-me com uma cena maravilhosa na qual há um diálogo entre um homem velho e sua netinha. Na cena a garotinha questiona a coragem do seu avô dizendo que ele nunca havia feito nada corajoso em sua vida, mas o velho em sua sabedoria responde à garotinha assim: "Talvez existam formas diferentes de ser corajoso"! Ao despertar a atenção da sua neta ele continua: "Você sabia que os franceses têm os melhores pombos-correio? Isso pode fazer a diferença na guerra: nossas mensagens serem entregues!" A garotinha enfadada responde: "Não quero ouvir histórias de pássaros". Mas mesmo assim o velho continua: "... Eles são soltos no front mandados de volta para a casa; é só isso que eles sabem! Mas para chegar em casa eles têm que voar por cima da guerra. Pode imaginar uma coisa assim?!... Voar por cima de tanto horror e sofrimento, sabendo que não podem olhar prá baixo e só olhar prá frente, ou não chegarão em casa. Então eu pergunto: existe coragem maior que esta?!"
Esta cena me fez pensar no que os cristãos primitivos passaram em suas aflições, perseguições, prisões, escárnios e até a morte por levarem a mensagem do Evangelho pelo mundo. Assim como aqueles pombos-correio, eles só sabiam fazer isso e por isso passaram por cima de tantos horrores e sofrimentos, eles não podiam olhar para baixo para não perder o foco, olhavam para frente, para o autor e consumador de sua fé, pois desta maneira eles alcançariam o lar. Fazendo minhas as palavras do velho personagem eu pergunto: "Existe coragem maior que esta?!"
Hoje como cristãos, nós nos rotulamos de: evangélicos, protestantes, pentecostais, neo-pentecostais, assembleianos, presbiterianos, batistas, calvinistas luteranos e tantos outros mais, vivemos numa fogueira de vaidades e de exaltação denominacional onde o que se busca são os paramentos. Esquecemo-nos do verdadeiro sentido pelo qual homens e mulheres deram suas vidas e de como tudo isto chegou até nós: "Ide por todo o mundo e levai a mensagem do evangelho a toda criatura (Marcos 16:15). É isso mesmo! Não fomos chamados para construir templos, exaltar rótulos, fazer divisões, criar doutrinas ou embaraçarmo-nos com os negócios deste mundo; Deus nos chamou para simplesmente levarmos a Sua mensagem, pois somente a Luz do Evangelho pode fazer diferença na guerra contra as trevas.
Peço a Deus que ilumine o nosso entendimento com o Seu Espírito Santo e unja nossos olhos com colírios espirituais para que compreendamos, vejamos e experimentemos a boa, agradável e perfeita vontade do Senhor (Romanos 12:2).
L. M. S.

segunda-feira, 9 de março de 2015

José o pai de Jesus Cristo.


Desde criança aprendemos que Jesus Cristo tem dois pais: o Pai do céu, Deus, e o pai da terra ou adotivo, José. Ele os teve e herdou de ambos marcas profundas, daquelas que só ficam nos que vivem intensamente a experiência do encontro e do conhecimento do outro.
Não sabemos precisar o tempo de convivência de Jesus com José, pois os Evangelhos não nos dizem quando ou em que circunstâncias que ele morreu. Sabemos, porém, que o esposo de Maria era um homem bom e justo, cumpridor de seus deveres como judeu e cidadão. Era também trabalhador, exercendo o ofício de carpinteiro. José era noivo de Maria, quando ela recebeu o anúncio do anjo de que seria a mãe do Messias. Isto pressupõe um relacionamento entre ambos e ele teve, obviamente, suas dúvidas. Mas a sinceridade do relacionamento, o respeito que nutria pela noiva e - por que não? - o amor apaixonado que tinha por aquela a quem havia escolhido como esposa fizeram com que a recebesse grávida e a acolhesse em sua casa. Junto com Maria, viveu a espera da chegada do menino e cuidou dos dois, generosamente, nas andanças que se sucederam a partir de Belém.
Pelos Evangelhos sabe-se que José era da linhagem real de Davi (Mateus 1:1-16; Lucas 2:4), mas ele não era um homem de posses (Lucas 2:24), era justo (Mateus 1:19) e de fé (Mateus 1:24; 2:19-21).
Em sua infância, Jesus teve a presença de José. No episódio de sua perda no templo de Jerusalém aos 12 anos, o pai terreno ainda estava lá. Portanto, é provável que nesse período de convivência tenha aprendido muitas coisas de seu pai terreno. Dele recebeu a fé, o zelo pelas coisas de Deus, o respeito aos outros, a compaixão própria daqueles que primeiro tentam entender a razão dos outros antes de pré-julgá-los. Aprendeu, ainda, o ofício que O ajudou a sustentar a mãe viúva até que começasse a sua vida pública. E também herdou o amor à família e aos amigos. José marcou Jesus em sua educação, no sentido mais próprio da natureza do ser humano que isso significa. Foi esta presença paterna, masculina e amorosa que o constituiu como o homem terreno que foi: ciente de seu tempo e pronto para a ação.
O Pai do céu, por sua vez, revelou-Se no mais profundo da intimidade de Jesus com o seu Deus. A experiência de Jesus de Nazaré não ficou retida às dimensões do templo ou das limitações impostas pela fé dos sacerdotes. Para além dessas, Ele experimentou a plenitude da intimidade com Deus, que se revelou primeiramente como Seu Pai e, que Ele apresentaria como o Pai de toda a humanidade. É por essa certeza que Jesus nos ensinou a chamá-lo de Aba! – Paizinho! (Marcos 14:36; Romanos 8:15; Gálatas 4:6).
Aos poucos, Jesus revela que Ele e o Pai são uma só pessoa, ambos unidos na Trindade com o Espírito Santo. Nela está expressa a intimidade de amor vivida pelas Três Pessoas Divinas. Contudo, a dimensão humana experimentada pelo Filho amado de Deus irá aproximar toda a humanidade do amor paterno revelado por Jesus ao mundo.
Ah!... Se pudéssemos olhar para nossos pais – vivos ou mortos – e descobrir em suas vidas a mão amorosa do Senhor que se revela também hoje como Pai para cada um de nós!... Só a experiência humana com Cristo poderá nos aproximar do reflexo do Divino. Portanto, que cada pai terreno possa ser também um testemunho do amor de Deus por seus filhos e filhas.
Autora : Gilda Carvalho

domingo, 8 de março de 2015

Testemunho ou Ostentação?

TESTEMUNHO
OU
OSTENTAÇÃO











Por Hermes C. Fernandes.
A igreja cristã se perdeu em meio a tantas estratégias e ‘moveres’. Um dos fatos que denunciam isso é a freqüente confusão entre testemunho e ostentação.
Os fiéis se inspiram em seus pastores que exibem suas aquisições materiais como um sinal da aprovação divina de seus ministérios. Ninguém ousa questionar. Se o pastor comprou um avião, é porque ele vive o que prega. Ora, se prega prosperidade, como poderia viver em dificuldade? Esta é lógica perversa que acompanha tais movimentos.
Se um pastor fica doente, ninguém pode ficar sabendo. É segredo de estado. Porque se for ventilado entre os fiéis, sua fé será questionada, e seu ministério desacreditado. Haverá até quem suspeite de que ele esteja em pecado.
Se passar por um problema familiar, o caso é logo abafado. Se ele troca a esposa por uma mais jovem, isso pode indicar o cumprimento da promessa de Deus de que a glória da segunda casa será maior do que da primeira. O jargão “de glória em glória” é usado para justificar qualquer coisa. Trocou o carro por um mais novo. Trocou de esposa. Deixou a comunidade e foi morar numa cobertura de frente pra praia, e por aí vai. E ele conta de púlpito, sem o menor recato, como se fosse um testemunho.
Não sei como ainda não tiveram a ideia de lançarem uma CARAS GOSPEL (espero não estar dando ideia...). Líderes disputariam a tapa um espaço na revista para exibir seu luxo. E o que não faltaria é quem comprasse só pra xeretar e buscar inspiração.
Em vez de se inspirarem na vida de Cristo e de Seus apóstolos, os líderes atuais se inspiram nos executivos de empresas de marketing de rede, como Amway e Herbalife, onde a cada encontro, ouve-se testemunhos daqueles que se empenharam na divulgação dos seus produtos e na expansão de sua rede, e hoje exibem suas aquisições materiais como troféus e comprovação da veracidade da proposta da empresa.
- Estão vendo aqui o meu terno Armani? Jesus quem deu! Nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu tão bem. E Deus não tem filho predileto. Se deu pra mim, pode dar pra você. É só fazer a campanha certinho, dar o seu tudo, e depois será você que vai subir a este altar para testemunhar.
E o pior é que dá certo! Ninguém questiona de onde veio o dinheiro usado para comprar aqueles mimos exibidos pelo pastor. As pessoas ficam cegas por suas próprias cobiças.
O pastor deixa de ser mentor espiritual, para ser guru, coach, ou pelo menos, um exemplo de sucesso.
Aquele pastor que opta pela discrição, ou mesmo por uma vida mais recatada, logo é taxado de fracassado, medíocre, sem visão.
Quando reflito sobre isso, lembro de dois reis com posturas completamente diferentes.
O primeiro é Salomão, que ao ser visitado pela Rainha de Sabá, deixou-a boquiaberta, não pela suntuosidade do seu palácio, nem pelas jóias que usava, mas pela sabedoria de suas palavras, a excelência do serviço prestado por seus servos e a qualidade do culto oferecido a Deus. O texto diz que ela ficou como fora de si (2 Cr.9:1-4). A postura de Salomão e de seus servos era o seu cartão de visitas. Seu testemunho já alcançava os lugares mais longínquos da Terra, atraindo gente de todas as nações.
O segundo rei que vem à mente é Ezequias. Depois de ter sido curado por Deus, Ezequias recebeu a visita de uma comitiva da Babilônia. Amostrado que só ele, resolveu tirar uma onda com os mensageiros babilônios, e assim, mandar um recadinho para o seu rei.
- Vejam toda a casa do meu tesouro. Quanta prata, ouro, especiarias, unguentos. Aproveitem para ver minha casa de armas. É tudo meu! O Senhor me deu! Relatem ao seu rei a grandiosidade do meu reino.
Assim que a comitiva se foi, Isaías, o profeta, veio a Ezequias e lhe perguntou: “Que disseram aqueles homens, e donde vieram a ti? Respondeu Ezequias: De um país muito distante vieram, de Babilônia. Perguntou o profeta: Que viram em tua casa? Respondeu Ezequias: Tudo o que há em minha casa viram. Coisa nenhuma há nos meus tesouros que eu não lhes mostrasse” (2 Reis 20:14-15).
Aquilo foi testemunho ou ostentação? Precisa responder?
Por causa de sua ostentação, Deus lhe mandou dizer que aqueles mesmos babilônios viriam no futuro, e tomariam todas aquelas riquezas, e ainda levariam seus descendentes para o cativeiro.
Isso é que dá ostentar. Deus não tem compromisso com a nossa vaidade.
Já participei de convenções de igrejas que eram verdadeiras feiras de vaidade. Alguns convencionais faziam questão de ficar nos melhores hotéis, pagar motoristas particulares, comer nos mais requintados restaurantes. E quando conversavam entre si, o assunto sempre girava em torno de números. Quantos membros, quantas congregações, quanto isso, quanto aquilo, etc. Ninguém queria ficar por baixo. Se o culto tivesse cem pessoas, dizia-se que tinha quinhentas. Se batizou dez, contava que havia batizado cinqüenta. Era o tal de comer sardinha e arrotar caviar.
Não estou dizendo que tais coisas sejam erradas por si mesmas. O problema está no espírito por trás de toda esta ostentação, pois como está escrito em 2 Coríntios 10:17 - "Aquele que se gloriar, glorie-se no Senhor"; e ainda: "longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo (Gálatas 6:14). 
Se quisermos resgatar a credibilidade da igreja cristã, teremos que repensar nossos parâmetros, e trocar a ostentação pelo verdadeiro testemunho. As pessoas se sentirão atraídas, como aconteceu com a rainha de Sabá, que viajou milhares de quilômetros, só para conferir a sabedoria que Deus dera a Salomão.
A bem da verdade, a ostentação também atrai, só que outro tipo de público. Não os que querem ouvir a Palavra, mas os que querem se dar bem. Os mensageiros da Babilônia sempre voltam, porém com o intuito de saquear, de se apossar dos bens alheios, e depois, terem também o que contar. Com isso, a roda continua a girar, garantindo a manutenção de tais 'moveres'.

A PEDRA REJEITADA.


As pessoas estão cegas por suas próprias cobiças. É um absurdo o número de gente que frequenta esses locais auto-denominados de "evangélicos" ou "pentecostais" atrás de falsas promessas, as quais não têm nada a ver com a Palavra de Deus, pois não evangelizam ninguém e nem podem ser pentecostais porque sem o evangelismo à luz da Palavra, Deus não confirmará a pregação com os sinais e maravilhas (Marcos 16:20), mas como disse, as multidões cobiçosas dos bens deste mundo permanecem em trevas enganadas pelos desejos dos seus corações. Sabe?! Isso me faz lembrar do Salmo 91, onde está escrito que mil cairão ao teu lado e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido (verso 7), e no verso 9 diz: " Porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio, e do Altíssimo a tua habitação"; se continuando nos versos 11 e 12, o salmista escreve que Deus dará ordem aos seus anjos para que aqueles que Nele se refugiam, nunca tropecem em pedra. Ainda me traz à memória este trecho da carta de 1 Pedro 2:6-8: Por isso é que se acha na Escritura: "Eis que ponho em Sião a principal pedra angular, eleita e preciosa, E aquele que nele crê, não será envergonhado". Para vós, portanto, que credes é a honra; mas para aqueles que descreem, "A pedra que os edificadores rejeitaram, Esta foi posta como a pedra angular", e como uma "Pedra de tropeço" e uma "Rocha de escândalo"; porque tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos. Que Deus tenha misericórdia deles. Amém!
L. M. S.

sábado, 7 de março de 2015

AS MINHAS OVELHAS OUVEM A MINHA VOZ, E EU CONHEÇO-AS, E ELAS ME SEGUEM (João 10:27).


"Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz". (João 10:2-4)
O capítulo 10 do Evangelho de João trata do relacionamento íntimo e pessoal entre a ovelha e o Pastor, isto é, entre o crente e Jesus Cristo e o primeiro quesito para ser uma ovelha do rebanho de Cristo é ouvir a Sua voz. Hoje as multidões ouvem várias vozes existentes no mundo; o apóstolo Paulo diz que há, por exemplo, tantas espécies de vozes no mundo e nenhuma delas sem significado, mas se eu ignorar o sentido da voz serei estrangeiro para aquele que fala e o que fala será também um estranho para mim (1 Coríntios 14:10-11). Jesus disse que de modo nenhum as Suas ovelhas seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos (João 10:5), pois a voz do Senhor chama as suas ovelhas para fora deste mundo e as tira dele indo adiante delas, por isso as ovelhas o seguem reconhecendo o Seu chamado (João 10:4).
O profeta Jeremias escreveu: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer? (Jeremias 17:9)". Mas no Livo dos Salmos nos diz: "O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus (Salmos 51:17)".
O significado de contrito é: mortificado, arrependido, triste, compungido e pesaroso.
O significado de quebrantado é: que está sem forças, debilitado, extenuado, abatido, alquebrado, adormecido, confrangido, debilitado, infrato, mórbido, prejudicado e quebrado.
O coração humano é apto para enganar, pois é tão perverso que o seu próprio dono não o conhece. O homem vem sendo enganado pelo seu próprio coração desde o Éden. As palavras agradáveis proferidas por lábios lisonjeiros, vozes que massageiam o ego dos ouvintes e sons dissimulados provocadores de comichões nos ouvidos vêm conduzindo a humanidade por milênios, tudo porque são vozes que o enganoso e perverso coração quer ouvir. A única mareira de deixar os enganos do coração humano será por meio da contrição e do quebrantamento desse coração e isto não se faz pela filosofia, ciência, autoconhecimento ou por qualquer outra faculdade e virtude humana, mas somente pelo Dom de Deus.
AS MINHAS OVELHAS OUVEM A MINHA VOZ!
(Lucas 24:13-32) No dia da ressurreição de Cristo, dois discípulos estavam à caminho de Emaús, um povoado que ficava uns onze quilômetros de Jerusalém. Estes dois conversavam entre si sobre os acontecimentos ocorridos e Jesus pôs-se ao lado deles, e caminhou com eles, e abriu-lhes as Escrituras, mas não O reconheceram; até chegarem na aldeia e sentarem-se à mesa, e num gesto, no partir do pão, seus olhos se abriram e viram que era o Senhor quem os acompanhara. No verso 32 eles disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras? A Voz do Senhor não faz comichões nos ouvidos, não massageia o ego do homem e nem faz lisonjas, pois ela arde como chama nos corações das ovelhas, por causa disto é que as suas ovelhas o reconhecem, não por vista, mas no partir do pão pelo Seu gesto de amor na cruz.
... E EU CONHEÇO-AS!
(João 20:1-18) Maria Madalena foi de madrugada ao sepulcro e viu que a pedra fora removida, então ela correu para avisar Pedro e João os quais dirigiram-se às pressas para o local e constataram que o túmulo estava vazio. Os dois discípulos voltaram para a casa, mas Maria não. Ela ficou perto da porta do sepulcro e começou chorar, e chorando olhou para dentro dele, e viu dois homens sentados onde jazera o corpo do Senhor, e estes dois perguntaram-lhe: "Por que choras?" _"É porque tiraram o meu Senhor e não sei onde o puseram"; respondeu ela e, dizendo isso, voltou-se para trás e viu a Jesus, mas não o reconheceu, pois pensava que era o jardineiro. Jesus fez-lhe a mesma pergunta: "Mulher por que choras? A quem procuras? Ela respondeu-lhe: Se tu o levaste, diga-me onde o puseste e eu o levarei. E Jesus disse: "Maria!" E ela disse-lhe: "Mestre!"
Quão maravilhoso é ser conhecido do Senhor! A Bíblia diz que se alguém ama a Deus, esse é conhecido Dele (1 Coríntios 8:3). No Salmo 71:6 está escrito: "Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente". Em Gálatas Paulo escreve que quando não conhecíamos a Deus, nós, enganados pelos nossos corações, servíamos aos que não são deuses, mas agora conhecemos a Deus, ou melhor, somos por Ele conhecidos (Gálatas 4:8-9) e isso é maravilhoso aos nossos olhos, ouvidos e entendimento.
... E ELAS ME SEGUEM.
"Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me" (Lucas 9:23).
"Eles não são do mundo, assim como eu não sou do mundo" (João 17:16).
"Eu lhes dei a tua palavra; e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo" (João 17:14).
"Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia" (João 15:19).
Seguir a Cristo é:
1. Negar-se a si mesmo, isto é, não fazer a própria vontade, mas sujeitar-se à vontade de Deus, desejar o que é santo, lutar contra os desejos da carne, fazer morrer a velha natureza, é nunca ter razão e nem motivo para o revide ou para a agressão, quer por palavras ou por atos, pois a nossa vida está escondida em Deus e Dele é a vingança, Ele retribuirá a cada um no dia do juízo e este é o nosso consolo;
2. Tomar a cada dia a sua cruz - somos fracos, somos imperfeitos, maus, sujeitos às paixões carnais, inclinados para o mal e débeis na fé, mas Deus nos escolheu justamente por isso, para que a nossa confiança não estivesse na capacidade pessoal, mas na capacidade de Deus, por esta causa Ele escolheu as coisas loucas deste mundo e as que não são para confundir as que são, pois o Seu glorioso poder se aperfeiçoa na nossa fraqueza, quando a Sua graça nos basta (1 Coríntios 1:27-28; 2 Coríntios 12:9);
3. Não ser do mundo assim como do mundo Ele não é, pois se estamos mortos para o mundo, e se já ressuscitamos com Cristo, busquemos as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus e pensemos nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra (Colossenses 3:1-2);
4. Levar a Palavra de Cristo e ser odiado pelo mundo, porque por muitas tribulações nos importa entrarmos no reino de Deus (Atos 14:22) e não deixemo-nos vencer pelo mal, mas vençamos o mal com o bem (Romanos 12:21);
5. Saber que o mundo não nos ama, porque Deus nos escolheu e nos elegeu antes da fundação deste mundo, nomeando-nos para sermos Seus filhos no Seu Amado Cristo, e que quem ignora isto e ama o mundo, o Amor de Deus que é Jesus Cristo não habitará nele (Efésios 1:4; 1 João 2:15).
L. M. S.