MANANCIAL

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"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada". (Cânticos 4:12)

sábado, 24 de fevereiro de 2024

OS DONS ESPIRITUAIS E O PROPÓSITO DELES NA IGREJA – Parte 1.

OS DONS ESPIRITUAIS E O PROPÓSITO DELES NA IGREJA – Parte 1. (13 de Fev. 2024).

Textos: 1 Coríntios 12:1-14 e 27-31.

Paulo inicia sua doutrina no cap. 12 de 1 Cor com esta observação: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes”. Depois, Paulo explica: “Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados”. Ou seja, o modo de culto pagão não é o mesmo modo bíblico, isto é, cristão; os coríntios eram, antes de se converterem a Deus, pessoas levadas a adoração de ídolos, e a liturgia do culto idólatra, sempre permeada de ritos escandalosos, não servem de parâmetro para o culto cristão. Pois pela história, tanto a bíblica [2Crôn.33:1-7] como a secular, podemos conhecer as práticas da idolatria em seus ritos, tais como: sacrifícios de crianças e de adultos, prostituição cultual – no tempo de Paulo, na cidade de Corinto havia essa prática – a sodomia, automutilações, êxtases – que são contorções espasmódicas decorrentes de possessões demoníacas – as feitiçarias – que se destaca pelo uso de poções e encantamentos – a necromancia – que é a consulta aos mortos, como no espiritismo – agouros – que são profecias e adivinhações do futuro por meio de observações dos eventos naturais, de nuvens ou das estrelas – o culto aos astros e aos animais e etc.          

Sendo a superstição associada aos rituais pagãos, o culto cristão não pode se igualar aos ritos daqueles que servem aos demônios [1Cor.10:19-21]; mas infelizmente por falta de doutrina bíblica, principalmente nas igrejas neopentecostais e até em algumas pentecostais, vários costumes idólatras têm-se infiltrado no meio dos evangélicos como se fossem práticas bíblicas. É comum ver coisa do candomblé e da umbanda sendo associadas à liturgia das igrejas, tais como: dançar girando em roda, músicas com ritmos próprios das religiões africanas, espasmos, êxtases, “cair no poder”, profecias e visões sem sentido bíblico, práticas semelhantes a da necromancia (já houve casos de crentes que foram a túmulos de servos de Deus para adquirir a “unção” que o morto tinha em vida, e para justificar esse absurdo, esses crentes místicos usam a passagem de 2 Reis 13:21), as feitiçarias como o uso de sal grosso, de “óleos ungidos” específicos para cada situação, levar uma rosa ungida para abençoar o lar, beber ou mergulhar na água do rio Jordão para curar as enfermidades, as peregrinações a lugares “sagrados”, usar textos bíblicos fora de seu contexto e\ou até usá-los como amuletos – exemplo: manter a Bíblia aberta no Salmo 91 para abençoar o lar – e etc.  

Diante dessas idolatrias comuns de pagãos, onde os seus deuses se contradizem, Paulo enfatiza: ³ “Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo”. Então, no meio cristão, só Jesus é o Senhor e não podemos misturar a verdade de Cristo, com a mentira da idolatria; os deuses do mundo se fundem em confusão e se contradizem, porém os seguidores de Jesus Cristo, não vivem em meio à confusão, pois seguem a verdade e amam a verdade (Ef.4:14,15), pois somente a verdade liberta do pecado e dos falsos deuses (João 8:32).

Os dons – em grego: “carisma” – “presentes”; são concedidos pelo Espírito Santo, ou seja, não são por merecimento, pois são presentes, e presentes são recebidos por meio da doação, isto é, o Espírito Santo doa, segundo a graça de Deus, os “carismas” para os crentes fiéis, a fim de capacitá-los para serviço na obra de Deus; os reis de Israel e os sacerdotes eram “ungidos” com óleo sagrado para desempenharem suas funções, pois sendo Israel um reino sacerdotal, os seus líderes careciam do Espírito de Deus sobre eles, capacitando-os para guiar o povo eleito do Senhor, portanto, na Igreja, o Israel de Deus, também o Espírito Santo concede dons aos ministros e os demais que servem na Casa de Deus, preparando-os e moldando-os para serem úteis na obra evangelística do mundo e nos demais serviços da Igreja; portanto, os crentes devem buscar do Senhor, a capacitação necessária para cumprirem seus ministérios.  

⁴ Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Os dons são dádivas do Espírito Santo. ⁵ E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Os ministérios pertencem ao Senhor Jesus, e são outorgados por Ele aos seus servos fiéis, mas só depois do Espírito Santo tê-los habilitados para o serviço eclesiástico; porque diz a Escritura: “Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens... ¹¹ E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas e outros para pastores de mestres, ¹² querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo” [Ef.4:8,11,12]. 

⁶ E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. - Estas “operações” são os resultados, isto é, o Espírito capacita o servo, o Senhor Jesus chama-o para o serviço, e Deus Pai opera os resultados finais. Explicando melhor, temos o texto de 1Cor.3:6 que diz: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento”; ou seja, o fato de alguém ter dons espirituais, e de ter sido chamado para o serviço na Casa de Deus, não lhe confere o mérito do sucesso, mas quem dá o “energeo” (energia: poder para produzir bons resultados na obra – Fl.2:13) é Deus, pois todo poder necessário para o desempenho vem dEle.  

⁷ Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. - Nenhuma capacitação vinda de Deus é sem propósito, os dons são distribuídos conforme necessidade da Igreja, a sua utilização deve sempre glorificar a Jesus, o Cabeça da Casa de Deus, e também ao dono da Seara, isto é, a Deus Pai; por isso mesmo que alguns que aleguem possuir dons espirituais diferentes dos descritos nas Escrituras, tais dons são falsos; pois que utilidade tem o “dom de rir”, ou de “cair no poder”, ou de imitar animais, ou do “sapatinho de fogo”? As visões de Deus sempre se deram para despertar e instruir os crentes sobre a justiça e os propósitos divinos, mas nunca sem um destes sentidos; se alguém tem uma visão ou sonho e acredita que são manifestações dadas pelo Senhor, que então procure a interpretação racionalmente bíblica, pois se não houver uma, então, trata-se apenas de cansaço da carne (Ecl.5:3a. “Da muita ocupação vêm os sonhos...”). 

⁸ Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; - Certo pastor disse: “A diferença entre ‘sabedoria’ e ‘conhecimento’; é que, o conhecimento nos diz que o tomate é uma fruta, mas a sabedoria nos capacita a não pôr tomates em uma salada de frutas”. Mas, de certo modo, a palavra do conhecimento é a capacidade do crente de descobrir mistérios escondidos nas Escrituras, ou nos sonhos e nas visões, e assim revelá-los aos crentes com o propósito da edificação do Corpo de Cristo; já a palavra de sabedoria envolve o aconselhamento bíblico e secular na compreensão das mais diversas situações da vida; como exemplo temos o caso de José no Egito, que interpretou os sonhos de faraó e também o instruiu como seu reino poderia sobreviver aos sete anos de seca que estavam por vir [Gn.41]; também, o outro exemplo que temos nas Escrituras é o de Daniel em Babilônia, pois quando este deu a interpretação do sonho da “grande árvore” a Nabucodonosor, Daniel o aconselhou ao arrependimento [Dn.4:20-27].    

⁹ E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; - A fé aqui não se trata daquela inicial que temos na nossa conversão, mas trata-se de uma fé superior, daquelas que “movem montanhas” [Mt.17:20], mas ainda que não tenhamos alcançado essa fé classificada como um dos dons do Espírito Santo, isto não quer dizer que ela não está ao nosso alcance, pois Paulo mesmo diz: “Procurai com zelo os melhores dons” [1Cor.12:31]; já no tocante aos dons de curar, quem o possui é também quem prega a Palavra de Deus, pois os discípulos ao serem comissionados e capacitados a pregar o Evangelho, segundo o que Marcos escreveu no cap. 3:13-15, e Lucas 10:1-9, as curas e sinais são uma confirmação do que foi pregado, isto é, o Espírito Santo dá testemunho da verdade das Escrituras, cooperando com o pregador por meio de sinais e curas [Mc.16:20]. Filipe, um dos sete diáconos, por causa da grande perseguição deflagrada em Jerusalém contra a igreja, seguiu para Samaria, e ali “anunciava a Jesus Cristo” para os samaritanos, e as multidões atendiam ao que o evangelista dizia, pois o ouviam e viam os prodígios que Deus operava por meio dele [At.8:4-8]. Portanto, só há cura, sinais e milagres, se houver pregação genuína da Palavra de Deus.  

¹⁰ E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. - Quanto a operação de maravilhas, podemos destacar a multiplicação dos pães em Mt.14:19-21 e 15:36-38, o domínio sobre o clima como em Mt.8:24-26, e sobre os elementos como em Mt.14:26-29; já o dom de discernir espíritos é flagrante nos textos de João 2:24,25 e em Atos 5:1-4; quanto às línguas, o capítulo 14 de 1 Coríntios nos dá maiores detalhes. 

¹¹ Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. - Podemos entender que como servos, não nos compete escolher o trabalho e nem as “ferramentas” para a obra que executamos na seara de Deus, Ele é o Senhor e nós somos servos; mais adiante Paulo dá explicações da razão da distribuição dos dons ser uma particularidade do Espírito Santo: ¹² “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também”. - Isto é, no corpo humano quem comanda os seus membros é a cabeça, se algum dos membros se move sem a ordem da cabeça, então se trata de um reflexo involuntário, um espasmo e isto pode indicar um membro doente; e cada membro tem sua função de acordo com seu propósito no corpo: a mão, o pé, o ouvido, a boca, os demais membros, todos têm as suas funções já de antemão preparadas e aptas para trabalharem pelo bom funcionamento do corpo.

¹³ Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. - Este batismo em um Espírito e o beber de um mesmo Espírito, referidos aqui, diz respeito ao que Cristo mencionou em João 7:37-39 (Se alguém tem sede venha a mim e beba; quem crer em mim... rios de águas vivas fluirão do seu interior; isto disse do Espírito que haviam de receber os que cressem nEle...), então não se trata da “segunda bênção” que é a virtude do alto descrita em Lucas 24:49 e confirmada em Atos 2.

¹⁴ Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. - Deus nos chama, nos capacita, e nos põe em ordem na igreja de forma interdependente, ou seja, os membros são postos no Corpo de Cristo de forma ordenada para que cada crente seja dependente um do outro; não existe super crente, não existe uns mais ungidos que os outros; na Antiga Aliança o sumo sacerdote era ungido, mas os seus filhos eram lavados com água e vestidos com os paramentos sacerdotais [veja: Lv.8:6,7,12,13], ou seja, os filhos do sumo sacerdote estavam debaixo da unção do seu pai; desta mesma sorte, na Igreja de Cristo, somente Cristo é o Sumo sacerdote e nós, como filhos de Deus, estamos debaixo da Sua Unção; mas assim como na Aliança Mosaica havia ministros do Tabernáculo, também na Nova Aliança, a do Sangue de Cristo – a Aliança do Espírito, Jer.31:33 e Hb.10:16 - há servos de Deus separados para ministrar diante do Senhor para o povo dEle, e é por isso que há uma hierarquia dentro da Igreja como vemos em Ef.4:11-13, os apóstolos vem, depois os profetas, logo após os evangelistas, pastores e mestres, e todos estes sevem na Igreja, como as juntas e os ligamentos servem ao corpo humano [ver: Ef.4:16 e Cl.2:19], pois unem os membros ao Corpo de Cristo, e fazem isto por meio da sã doutrina da Palavra de Deus, corrigindo os que se desviam do “Caminho, da verdade, e da vida”, no uso correto das Escrituras, e assim pastorear, conduzir o rebanho do Senhor na edificação e no aperfeiçoamento até a vinda do Senhor. 

1 Coríntios 12:27-31.

²⁷ Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular. - Como já vimos antes, a Unção de Cristo, que é o Seu Espírito Santo, nos dirige e nos move em direção a Cristo, e isto por meio da fé no Evangelho, pois a fé é sempre uma persuasão divina despertada em nosso espírito [Ef.2:8], pois a fé é do Espírito de Deus para o espírito do homem, e ninguém pode ser de Deus sem ter o Espírito Santo habitando nele [João 3:6 e Rm.8:9].

²⁸ E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. - Vemos quão grande é a variedade de serviços e funções designadas por Deus para sua obra neste mundo: 1. Apóstolos - são os “enviados” aos povos para anunciar o Evangelho e fundar congregações; 2. Profetas – de uma maneira geral são os que pregam a Palavra, pois falam em Nome do Senhor, mas também são aqueles que também trazem revelações dentro das congregações [1Cor.14:3]. 3. Mestres – crentes capacitados para ensinar as Escrituras nas congregações. 4. Milagres – como já vimos antes que, além de ser um dos dons espirituais [1Cor12:10], também é uma manifestação do Espírito Santo em cooperação com os pregadores, em testemunho de que a Palavra de Deus foi anunciada, e que ela é a única verdade. 5. Socorros – esta obra é atendida na ministração de suprimentos materiais pelos diáconos [Atos 6:1-7], mas também envolve socorros espirituais, e isto se dá por meio do dom da palavra de sabedoria, para aconselhamento nas dificuldades espirituais ou emocionais dos crentes. 6. Governos - serviços administrativos, os quais visam a organização na obra do Evangelho; Paulo vai dizer mais tarde aos coríntios que ninguém milita as suas próprias custas, e que quem planta deve ser participante dos frutos que plantou [1Cor.9:7], assim a Igreja deve se organizar para que “haja mantimento” [Ml.3:10] e sejam supridas as necessidades que surgirem, mas isto não se resume apenas ao pão cotidiano, mas também nos aspectos legais, morais, éticos e estruturais do povo de Deus; é por isso que a palavra bispo – epíscopos – significa superintendente, ou seja, um administrador.  

²⁹ Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores? São todos operadores de milagres? ³⁰ Têm todos o dom de curar? Falam todos diversas línguas? Interpretam todos? ³¹ Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente. 

Cabe a cada membro do Corpo de Cristo procurar com zelo os dons do Espírito Santo, e se conformar, se ajustar e se sujeitar, em primeiro lugar a Deus e depois àqueles a quem a Igreja de Cristo foi confiada, pois os ministros do Evangelho servem a Cristo para responder pelos santos, tanto aos homens como ao Senhor, tanto agora como no dia do juízo, pois aos líderes, Deus os julgará com maior rigor [Mt.7:22,23 e Tg.3:1]. Amém!

Ev. Levi.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

ORAÇÕES ATENDIDAS – A ORAÇÃO DE JABEZ.

(25 - 02 - 2.024).

1 Crônicas 4:9,10.

9. Jabez foi mais ilustre do que seus irmãos; a sua mãe deu-lhe o nome de Jabez, dizendo: "Porque com dores o dei à luz." 10. Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Oh! Quem dera me abençoasses e expandisses o meu território! Que a tua mão esteja comigo! Preserva-me do mal, para que não me sobrevenha aflição! E Deus lhe concedeu o que ele tinha pedido.

Genealogia é coisa enfadonha; e quando na leitura da Bíblia nos deparamos com uma genealogia, nós quase passamos por cima dela, isto é, até lemos, mas não prestamos atenção para o que o texto diz; e é aí que podemos perder certas “preciosidades escondidas” no meio das listagens; porque alguns assuntos bíblicos podem ser entendidos na “árvore genealógica” de algum personagem bíblico, tal como acontece com Gênesis 5:6-32 (a genealogia de Sete até Noé) que nos dá a chave para entender Gênesis 6:1-10; pois o longo período da piedosa linhagem de Sete para gerarem filhos é a chave; ou seja, eles esperavam por filhas de Deus piedosas, para se casarem com elas e assim se manter uma descendência íntegra, não contaminada, e separada dos filhos de Caim; porém alguns desses “filhos de Deus” vendo que os descendentes de Caim se multiplicavam sobre a Terra, e como lhes nasceram muitas filhas, os filhos de Deus não quiseram esperar muito tempo para gerarem seus filhos, e vendo que as filhas dos homens eram formosas, férteis e que não se importavam com a poligamia de seus maridos, pois Lameque, tetraneto de Caim, havia instituído a poligamia entre eles [Gn.4:19], então, os descendentes de Sete – e talvez os próprios irmãos Noé – tomaram para si de todas as que escolheram, e assim se corrompeu a humanidade, pois não havia mais uma distinção entre os santos e os ímpios, e daí o dilúvio veio sobre a Terra.

Também em Gênesis 36:20-30 temos outro texto de genealogia, mas agora a de Seir, príncipe dos horeus; e que dentre os nomes dos seus descendentes se destaca a breve história de Aná, filho de Zibeão, e das fontes termais que ele descobriu no deserto quando apascentava as jumentas de seu pai; ali vemos que essas fontes do deserto mudaram a sua vida para sempre. E assim como em Gn.36:20-30; o texto de 1 Crônicas 4:9,10, também faz uma pausa na genealogia da linhagem de Judá para destacar uma pequena parte da vida de Jabez.

À primeira vista o texto não parece dizer muito, mas se meditarmos no assunto é possível tirar dali informações práticas para nossa vida cristã. Pois, em primeiro lugar, o nome “Jabez”, no hebraico, significa “triste” “ou tristeza”. Bem; se analisarmos com cuidado e se “conversamos com o texto”, nós veremos que o nome Jabez surge em razão de um parto difícil; pois sua mãe o justificou quando disse: "Porquanto com dores o dei à luz" (1Crô.4:9) ...

No início do versículo 9, o tradutor preferiu usar a palavra “ilustre” para o termo hebraico “kabad”; contudo, “kabad” tanto pode ser traduzido por ilustre, como também por “pesado” ou “incômodo” ... Uma das curiosidades que vejo acontecer várias vezes nos textos bíblicos é que o escritor após narrar um fato, logo em seguida o explica ou dá mais detalhes sobre ele. Então nós lemos no versículo 9 de 1 Crônicas 4, que diz: “Jabez foi mais ilustre que seus irmãos”; mas logo em seguida, o escritor explica que o nome dele provém de um parto difícil ...

Ora! Vamos considerar que Jabez, que significa "triste” ou “tristeza", teve um fim “mais ilustre que seus irmãos”, mas com certeza não foi mais ilustre no dia do seu nascimento; pois no dia do seu parto ele foi “mais pesado” e “mais incômodo” para sua mãe do que os seus irmãos; talvez tão pesado e tão incômodo que pode ter custado a vida dela. Eu sei que o texto bíblico não diz isto, mas se compararmos com outros casos da Bíblia, cujas mães morreram devido a parto difíceis, tais como Raquel, mulher de Jacó, que morreu ao dar à luz seu filho Benjamim [Gn.35:16-19]; e também a nora de Eli, a mulher de Finéias, a qual morreu num penoso trabalho de parto [1Sm.4:19-22]; porque nessas passagens bíblicas podemos compreender as muitas dificuldades daquele tempo quando surgiam complicações nos partos; pois as condições eram precárias, eles não tinham as comodidades da medicina moderna. Hoje em dia, em casos de partos difíceis, muitas vezes os médicos recorrem às cesarianas para evitar a perda da vida da criança e da mãe.

Ainda fazendo inferências no texto, devido ao seu nascimento complicado, Jabez pode ter nascido com alguma sequela física, que poderia tê-lo “limitado” desde a sua infância; paralisia facial ou de algum membro, problemas cognitivos causados por hipóxia – falta de oxigenação nas células – são algumas das possíveis sequelas decorrentes de partos traumáticos. Lembremo-nos que Jabez em sua oração pede que Deus o abençoe alargando seus termos, ou “expandindo os seus limites”.

Não estou inventando nada, mas colhendo dados do texto e argumentando fatos possíveis. Mas é na sua própria oração que Jabez se considerou incapaz para fazer as coisas sozinho, por isso recorreu ao Senhor seu Deus...

O texto nos diz que ele “invocou” o Deus de Israel, ou seja, não foi uma simples oração, mas uma súplica, um clamor com choro e em voz alta, pois ele gritou em prantos ao Senhor; e assim Jabez pediu que o Senhor o abençoasse para que os seus “limites” se expandissem, e que a mão do Senhor fosse com ele para que do mal não fosse afligido, ou seja, que as suas incapacidades não lhe fossem um empecilho contanto que a mão de Deus o guardasse, o protegesse e o guiasse... E Deus concedeu o que Jabez lhe pediu (1Crô.4:10).

LIÇÃO DE VIDA.

O que eu aprendo aqui é que assim como Deus foi propício a Jabez, e atuou na sua história para ajudá-lo a vencer suas dificuldades e fazê-lo conquistar sua herança entre os filhos de Judá; o Senhor quer fazer parte da nossa vida e nos capacitar para a luta, mas não somente isso, Ele também quer que o convidemos para lutar conosco nas nossas lutas; mas para tanto, devemos desejar que o Senhor que venha guerrear as nossas guerras como está escrito em 2 Crônicas 32:8, pois quando Jerusalém foi ameaçada por Senaqueribe, o rei Ezequias acalmou todo povo, ao dizer que o Senhor estava com os judeus para guerrear por eles. Que o Deus de Israel venha ampliar os nossos termos e estender as nossas fronteiras mesmo em meio às nossas limitações, quer sejam as físicas, quer sejam as espirituais... É Deus quem adestra as minhas mãos para a peleja, e os meus dedos para a guerra [Sl.18:34 e 144:1]. Deus não é indiferente às nossas aflições, Ele sabe o que é o sofrimento; pois o Eu Sou sempre esteve, e sempre estará conosco, porque Ele é o Emanuel. 

Vejamos o que o Senhor disse a Moisés no monte Horebe: “Disse ainda o Senhor: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento; 8. por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel...” (Êx.3:7,8).

Ou seja, Deus não apenas “viu a aflição do seu povo”, mas também “ouviu o seu clamor” e “conheceu o seu sofrimento”; e por conhecer as aflições dos filhos de Israel, o Senhor desceu dos Céus para livrá-los do jugo da servidão.

Olhem para o que está escrito no Livro dos Salmos:

Salmos 113:5-9.

5. Quem há semelhante ao Senhor, nosso Deus, cujo trono está nas alturas, 6. Que se inclina para ver o que se passa no céu e sobre a terra? 7. Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado, 8. Para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo. 9. Faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de filhos. Aleluia!

O Deus Santo conhece o nosso sofrimento; Ele mesmo deu seu Único Filho para uma morte horrenda, vergonhosa e muito sofrida numa cruz, num castigo de morte angustiante reservado somente aos criminosos no tempo dos Césares. E Jesus Cristo, o Santo de Deus, o qual nunca fez mal a ninguém, mas somente o bem a todos [Atos 10:38], e que da sua boca nunca se achou palavra enganosa [1Pe.2:22], mas somente a verdade da Palavra de Deus; porém Jesus sofreu a nossa condenação e a pena de morte que se destinava a nós pecadores ... Sim o Emanuel sabe o que é sofrimento; contudo nós ainda não sabemos ou não entendemos uma “fagulha” das riquezas incompreensíveis de Cristo [Ef.3:8].

Há muitas pessoas sofrendo com limitações físicas ou espirituais, oprimidas pelo mundo e pelo diabo, mas elas nem se dão conta de que acima dos Céus há um Deus amoroso que vê e que conhece o sofrimento de cada ser humano desta Terra. Portanto, se alguém está sofrendo, talvez por ter perdido um ente querido e ainda não conseguiu superar a dor da separação, ou que tenha nascido enfermo, ou foi acometido por alguma enfermidade, ou ainda padece por qualquer outro mal, talvez, como Jabez padeceu; saiba que, em Cristo, as limitações não serão mais problemas, o Senhor pode aumentar os teus termos, Ele pode ampliar os teus territórios, mesmo em meio aos males da vida; Deus te sustentará com Sua poderosa mão, e o mal jamais prevalecerá sobre ti. Deus vê a tua aflição, Cristo conhece o teu sofrer... Contudo, para que o Senhor Jesus Cristo venha lutar as tuas lutas e te ajudar a ser vitorioso sobre o mal que te aflige, você tem que convidá-lo a entrar na tua história e a participar dela; Deus quer que você clame a Ele, que invoque o Seu Nome, que confesse-o como seu único Salvador e, assim, grite-o ao mundo; então Ele concederá o desejo do teu coração.

Salmos 37:4-7. “Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração. 5. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nEle, e o mais Ele fará. 6. Fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia. 7. Descansa no Senhor e espera nEle ...”

Provérbios 16:1. “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta dos lábios vem do Senhor”. Deixe o Senhor Jesus ser a resposta dos teus lábios; confesse-o agora como seu Senhor e viva a plenitude do Senhor. Amém!

Ev. Levi.

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

DO EGITO PARA A TERRA DA PROMESSA.

 DO EGITO PARA A TERRA DA PROMESSA. (09 de Janeiro de 2.024).

 

As quatro propostas indecentes de faraó são as mesmas que o nosso tempo tenta impor à igreja de Cristo.

 

1. Proposta de faraó - Liberdade de culto.

 

Êxodo 8:25-27. 25. Então chamou Faraó a Moisés e a Arão, e disse: Ide, e sacrificai ao vosso Deus nesta terra. 26. E Moisés disse: Não convém que façamos assim, porque sacrificaríamos ao Senhor nosso Deus a abominação dos egípcios; eis que se sacrificássemos a abominação dos egípcios perante os seus olhos, não nos apedrejariam eles? 27. Deixa-nos ir caminho de três dias ao deserto, para que sacrifiquemos ao Senhor nosso Deus, como ele nos disser. 

 

O deus deste século quer impedir a nossa saída deste mundo e faz com que muitos crentes se enganem com a 1° proposta de faraó que é uma falsa liberdade de culto para a igreja. Países democráticos ostentam uma falsa estabilidade legal, isto é, a mentira de que suas instituições, seus poderes (legislativo, executivo e judiciário) respeitam as leis de liberdade religiosa expressas em suas Constituições, mas não é o que acontece nem no Brasil e nem na Europa ou na América do Norte (pessoas foram presas apenas por evangelizarem ou por fazerem orações em público nas ruas de Londres); o mundo não tolera a fé cristã porque o mundo não tolera a verdade; já as religiões pagãs são protegidas pelos governos de países, outrora, notoriamente cristãos, mas que hoje se rebelaram publicamente contra Deus. Mas infelizmente há cristãos dormindo na onda da falsa liberdade de culto para a igreja, estes pensam que se entrarem na política, poderão lutar e manter essa liberdade falsa. Faraó sabia que o sacrifício de bois e ovelhas era abominável para os egípcios, pois eles consideravam esses animais sagrados e, portanto, se os israelitas os sacrificassem seriam até mortos pelos egípcios; assim também acontece hoje com esses movimentos veganos, vegetarianos, ecológicos e outros “naturebas”, para eles a natureza é a sua deusa e por causa dela são capazes de até matar pessoas para “preservá-la” - eles até dizem que o ser humano é o câncer da Terra... 

 

2. Proposta de faraó - Coxear entre dois pensamentos. 

Êxodo 8:28. Então disse Faraó: Deixar-vos-ei ir, para que sacrifiqueis ao Senhor vosso Deus no deserto; somente que, indo, não vades longe; orai também por mim. 

 

A 2° proposta de faraó é quase uma adequação da primeira; pois o diabo, o príncipe deste mundo sabendo que alguns crentes cairão na sua conversinha fiada de liberdade religiosa, ele propõe mais um "puxadinho" nela que é fazer o cristão coxear entre dois pensamentos. Faraó disse: "não vão muito longe"; ou seja, se o crente tem que sair do Egito, do “mundo”, então não deixe o Egito sair de dentro do crente, seja vizinho e amigo do mundo, ou seja, deixe o mundo por perto, dentro das igrejas... Assim têm feito milhares de cristãos que continuam amigos do mundo, mas não sabem que estão se constituindo inimigos de Deus (Tg.4:4). 

 

3. Proposta de faraó - Cativeiro dos familiares.  

Êxodo 10:8-11. 8. Então Moisés e Arão foram levados outra vez a Faraó, e ele disse-lhes: Ide, servi ao Senhor vosso Deus. Quais são os que hão de ir? 9. E Moisés disse: Havemos de ir com os nossos jovens, e com os nossos velhos; com os nossos filhos, e com as nossas filhas, com as nossas ovelhas, e com os nossos bois havemos de ir; porque temos de celebrar uma festa ao Senhor. 10. Então ele lhes disse: Seja o Senhor assim convosco, como eu vos deixarei ir a vós e a vossos filhos; olhai que há mal diante da vossa face. 11. Não será assim; agora ide vós, homens, e servi ao Senhor; pois isso é o que pedistes. E os expulsaram da presença de Faraó. 

 

A 3° proposta de faraó é também uma extensão das 2 primeiras; e digo mais por que o cativeiro infantil é algo proposto pelo diabo, e que é anuído (consentindo) pela inércia dos pais cristãos, pois que pais crentes de comportamento inepto (incoerente com a fé cristã), os quais sequer sabem discernir entre o que é santo e o que é profano; deixam seus filhos à mercê do mundo e de Satanás quando permitem que seus filhos sejam educados pelas novelas, pelos filmes, jogos eletrônicos, etc. Os crentes nem sabem o que seus filhos aprendem nas escolas e muito menos o que as crianças vêm em seus celulares. É assim mesmo que Satanás tem mantido os filhos dos crentes na pornografia, na prostituição, no homossexualismo, nas drogas, no ateísmo, na rebelião contra eles mesmos e contra Deus, pois nesse estilo “laissez-faire” (deixa acontecer) de criação de filhos, esses pais estão permitindo que seus filhos descambem até para os comportamentos e intenções suicidas.

 

4. Proposta de faraó - Amarras financeiras. 

Êxodo 10:24-26. 24. Então Faraó chamou a Moisés, e disse: Ide, servi ao Senhor; somente fiquem vossas ovelhas e vossas vacas; vão também convosco as vossas crianças. 25. Moisés, porém, disse: Tu também darás em nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao Senhor nosso Deus. 26. E também o nosso gado há de ir conosco, nem uma unha ficará; porque daquele havemos de tomar, para servir ao Senhor nosso Deus; porque não sabemos com que havemos de servir ao Senhor, até que cheguemos lá. 

Já a 4° proposta de faraó é aquela com que o diabo faz miséria no meio cristão. O crente vê o mundo e as glórias dele, e sua cobiça fica excitada; lembremo-nos que Satanás tentou até mesmo a Cristo com essa proposta indecente. Mas o desavisado crente fica abobalhado e fascinado com as riquezas do mundo, e aí o seu coração se afasta da verdade da Palavra de Deus, então o incauto vai e se amarra com dívidas e se embaraça com os negócios deste mundo; o crente cujo deus é o seu ventre, que só pensa em usufruir os bens desta Terra, ainda vai à igreja e dá testemunho de seus bens mal adquiridos; bens que mais tarde poderão até fazê-lo blasfemar de Deus. 

 

Ev. Levi.  

 

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

O CHIFRE PEQUENO - A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.

A HISTÓRIA DO MUNDO NARRADA NA VISÃO DE DANIEL.

1 - O BODE PELUDO É O REINO DA GRÉCIA.

Sabemos pela história que o Império Macedônico se expandiu até a Ásia [o bode se engrandeceu cada vez mais], e tudo isto sob o comando de Alexandre o Grande, ou seja, o primeiro rei, o grande chifre quebrado; porém com sua morte prematura, e sem deixar um herdeiro, os seus quatro generais assumiram o vasto Império de Alexandre; estes são descritos em Daniel como “os quatro chifres que cresceram na direção dos quatro ventos do céu”.

OS QUATRO CHIFRES. Os generais de Alexandre: Selêuco, Lisímaco, Ptolemeu e Cassandro.

¹Os Reinos Helenísticos foram reinos surgidos na Ásia, Egito, Macedônia e Grécia após a divisão do Império de Alexandre, o Grande (ou Magno) por seus generais: Selêuco, Lisímaco, Ptolemeu e Cassandro, após a morte do imperador em 323 a.C. Como Alexandre não determinou um herdeiro, seus generais guerrearam entre si pelo domínio do Império e o dividiram. Ptolemeu ficou com o Egito, Cassandro com a Macedônia e a Grécia, Lisímaco com parte da Península da Anatólia e da Trácia e Selêuco com os territórios da Mesopotâmia e do Império Persa. Esses generais, seus descendentes e outros governadores de províncias estavam constantemente em guerra entre si tentando reestabelecer o Império de Alexandre em toda a sua magnitude. Assim, por exemplo, com a morte de Lisímaco, um de seus oficiais tomou o que restou de seu Império na Anatólia, em torno da cidade de Pérgamo e deu origem a dinastia Atálida. Eles mantiveram o poder sobre o território à oeste do Tigre por algum tempo e controlaram o Mediterrâneo Oriental até a conquista romana nos séculos II e I a.C.

¹Fonte: https://pt.wikibooks.org - Civilizações da Antiguidade:  O helenismo e os reinos helenistas.

²AS 2300 TARDES E MANHÃS DE DANIEL 8:13-14.

Texto: Prof. Édio Mazera.

Daniel 8:8-14. [+ ou - 553 a.C.; quase 3 anos antes do nascimento de Alexandre Magno e 338 anos antes do nascimento de Antíoco IV Epifânio].

8. O bode se engrandeceu cada vez mais [Império Macedônico]. Porém, quando estava no auge do seu poder, o seu grande chifre foi quebrado [morre Alexandre Magno – nascimento em julho de 356 a.C. – morte em junho de 323 a.C. – 3 anos após conquistar o Império Medo – Persa], e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis [seus quatro generais: Selêuco, Lisímaco, Ptolemeu e Cassandro assumiram o Império Macedônico], que cresceram na direção dos quatro ventos do céu [o Império Macedônico foi dividido em 4 partes].

9. De um deles [Selêuco] saiu um chifre pequeno [Antíoco IV Epifânio – nasc. 215 a.C.; morte 162 a.C. - Reinado 175 a.C. - 164 a.C.], que se engrandeceu na direção do Sul, do Leste e da terra gloriosa [Egito, Síria e Judeia – Palestina].

10. Ele se engrandeceu tanto, que alcançou o exército dos céus. Lançou por terra alguns desse exército e das estrelas e os pisou com os pés.

11. Ele se engrandeceu tanto, que chegou a desafiar o príncipe desse exército. Tirou dele o sacrifício diário e “destruiu” o lugar do seu santuário. [Antíoco proibiu – “lançou fora” - o culto mosaico em Jerusalém e impôs a religião pagã helenista em todos os domínios do seu reino].

12. O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões [Malaquias 2:1-3; profecia de + ou – 397 a.C.]. Lançou por terra a verdade, e tudo o que ele fez prosperou. [Em 170 a.C. Antíoco assaltou Jerusalém, saqueou o Templo, e matou a muitos; em 168 a.C. proibiu a prática da Lei de Moisés e profanou o Templo com um sacrifício a Júpiter Olimpo, no Lugar Santo - ver Dn 11.29, 30,31].

13. Depois, ouvi um santo que falava; e outro santo lhe perguntou: Até quando vai durar a visão do sacrifício diário suprimido e da transgressão desoladora? Até quando o santuário e o exército ficarão entregues, para que sejam pisados aos pés?

14. Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs. Depois, o santuário será purificado. [Em Êxodo temos uma explicação sobre o sacrifício contínuo, ou diário: Êxodo 29:38,39. Isto, pois, é o que oferecereis sobre o altar: dois cordeiros de um ano, cada dia, continuamente. 39. Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás à tarde].

Portanto 2300 tardes e manhãs não significam 2.300 anos proféticos (Ezequiel 4:5), mas exatamente 1.150 dias porque são dois sacrifícios por dia, então em 1.150 dias serão 2.300 sacrifícios diários, um de manhã e o outro à tarde. Veja que Antíoco governou Jerusalém de 167 a 164, ou seja, ele deve ter reinado por aproximadamente 3,2 anos que são 1152 dias (ou 1150 dias aproximadamente, já que não sabemos o período exato em meses).

Em 167 a.C. Antíoco IV Epifânio, que regressava de uma campanha ao Egito, conquistou Jerusalém. A cidade perdeu os seus privilégios e passou a ser permanentemente controlada por soldados. Antíoco procurou forçar a helenização deste seu novo território, proibindo o culto judaico. A observância do sábado e das interdições alimentares, bem como a circuncisão foram proibidas. No Templo de Jerusalém seria instalada uma estátua do deus grego Zeus. O objetivo destas medidas era criar uma uniformidade cultural entre os súbditos do seu reino.

Daniel 11:28,31,32. (28). Então, o homem vil tornará para a sua terra com grande riqueza, e o seu coração será contra a santa aliança; ele fará o que lhe aprouver e tornará para a sua terra. (31). Dele sairão forças que profanarão o santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a abominação desoladora. (32). Aos violadores da aliança, ele, com lisonjas, perverterá, mas o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e ativo.

Esta situação gerou descontentamento entre os Judeus que eram contra a helenização e que provocaram uma revolta, na qual foram liderados pelo sacerdote Matatias e seus filhos, os Macabeus, os quais expulsaram as tropas de Antíoco IV de Jerusalém. Por fim chegou ao termo da sua vida no ano 164 a.C., sem socorro de qualquer pessoa (Dn 11:45)

²https://nead.pro.br/blog/?p=1364

O CHIFRE PEQUENO E O TEMPO DO FIM (Dn. 7 e 8).

Daniel 7:7,8.

7. Depois disto eu continuei olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. 8. Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.

A QUATRO REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS.

As três primeiras pontas.

1. A Primeira Revolução Industrial - Iniciou-se por volta do ano de 1760, e se consolidou entre o final do Século XVIII (18) e início do Século XIX (19); caracterizou-se pela utilização da máquina à vapor como força motriz na indústria de manufatura (indústria têxtil).

2. A Segunda Revolução Industrial - teve início ente 1850 - 1870 (século XIX); caracterizou-se pelo desenvolvimento da indústria química, elétrica, de petróleo e de siderurgia. É considerada uma nova fase da industrialização, como um aprimoramento da primeira revolução industrial, pois não houve uma ruptura entre elas; novas tecnologias foram empregadas e os processos de produção foram modernizados.

3. A Terceira Revolução Industrial - Compreende ao período pós Segunda Guerra Mundial, a partir da década de 1950 (Século XX); onde ocorreram vários avanços nas áreas tecno-científicas como: robótica, genética, telecomunicações, informática e eletrônica.

O “chifre pequeno” que tem “olhos” e uma “boca que fala com arrogância”. [Dn. 7:8].

4. A Quarta Revolução Industrial - É a da inteligência artificial, da nanotecnologia e da biotecnologia. Ela compreende: a manipulação genética, o transumanismo, e a “singularidade” - união do homem com a máquina.

O ÚLTIMO REINO HUMANO.

Daniel 7:7,19. (7). Depois disto eu continuei olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres... (19). Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro e as suas unhas de bronze; que devorava, fazia em pedaços e pisava aos pés o que sobrava.

O que Daniel vê é a Besta do livro do Apocalipse [cap. 13], e ele descreve esse animal que simboliza o último reino humano da Terra, como um ser híbrido; pois que apesar de ser um animal, mas tem dentes de ferro e unhas de bronze, isto é, uma mistura de carne e metal [ver Dn. Daniel 2:43,44].

A PONTA PEQUENA QUE SOBE.

Daniel 7:8. Estando eu a considerar os chifres, eis que, entre eles subiu outro chifre pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas.

A 4ª Revolução Industrial é a marca do último Reino humano da Terra; é o “chifre pequeno”, do chip de computadores, das nanotecnologias robóticas e da manipulação genética, tudo no nível dos domínios da microscopia; portanto, um “chifre muito pequeno” [Dn. 8:9]. Todas as tecnologias atuais estão sendo desenvolvidas à nível celular e atômico com chips de computador cada vez menores e mais eficientes; a tecnologia eletrônica está presente em quase tudo, e a última barreira a ser vencida será a sua implantação no corpo humano.

A arrogância da humanidade em seus delírios de tentar ser como Deus, não tem limites, pois, o chifre pequeno tem olhos como de homem, isto significa a cobiça humana de saber todas as coisas, de ver e controlar todas as coisas, e de estar em todos os lugares ao mesmo tempo; como se fosse um deus onisciente, onipotente e onipresente; o chifre pequeno também tem uma boca que, “arrogantemente fala grandes coisas”; a ciência é adorada como um deus num mundo sem o verdadeiro Deus; os prodígios da ciência são venerados como se fossem dogmas religiosos, dos quais não podem ser questionados nem revistos; muitas teorias - que não passam de apenas teorias - são aceitas como verdades absolutas e indiscutíveis como a teoria da evolução de Darwin, e o sistema copernicano; e isto sem falar das falsas realizações científicas como a conquista da Lua, a datação da idade da Terra etc.

DANIEL CAP. 7 E CAP. 8 SE COMPLETAM.

Se compararmos o que está escrito em Daniel cap. 7 com o cap. 8, veremos que eles se completam.

Daniel 7:20,21.

20. E também a respeito dos dez chifres que tinha na cabeça, e do outro que subiu, e diante do qual caíram três, isto é, daquele que tinha olhos, e uma boca que falava grandes coisas, e cujo parecer era mais robusto do que o dos seus companheiros. 21. Eu olhava, e eis que este chifre fazia guerra contra os santos, e prevaleceu contra eles.

Daniel 8:8-12, 21-26.

8. O bode se engrandeceu cada vez mais. Porém, quando estava no auge do seu poder, o seu grande chifre foi quebrado, e em seu lugar saíram quatro chifres bem visíveis, que cresceram na direção dos quatro ventos do céu. 9. De um deles saiu um chifre pequeno, que se engrandeceu na direção do Sul, do Leste e da terra gloriosa. 10. Ele se engrandeceu tanto, que alcançou o exército dos céus. Lançou por terra alguns desse exército e das estrelas e os pisou com os pés. 11. Ele se engrandeceu tanto, que chegou a desafiar o príncipe desse exército. Tirou dele o sacrifício diário e destruiu o lugar do seu santuário. 12. O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões. Lançou por terra a verdade, e tudo o que ele fez prosperou... 21. O bode peludo é o rei da Grécia, e o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei. 22. O fato do chifre ter sido quebrado, levantando-se quatro chifres em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão deste povo, mas não com força igual à que ele tinha. 23. Quando se aproximar o fim desses reinos e as transgressões tiverem chegado ao máximo, surgirá um rei cruel e mestre em intrigas. 24. Grande será o seu poder, mas não por sua própria força. Causará destruições terríveis, e prosperará naquilo que fizer. Destruirá os poderosos e o povo santo. 25. Por sua astúcia, fará prosperar o engano. No seu coração ele se engrandecerá, e destruirá muitos que vivem despreocupadamente. Ele se levantará contra o Príncipe dos príncipes, mas será destruído sem intervenção humana. 26. A visão das tardes e das manhãs, que lhe foi dada, é verdadeira. Mas guarde a visão em segredo, porque se refere a dias ainda bem distantes.

 

A BESTA.

Apocalipse 13:1,5-7. 1. E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia... 5. E foi-lhe dada uma boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir por quarenta e dois meses. 6. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. 7. E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação.

O FALSO PROFETA.

Apocalipse 13:11-13. 11. E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. 12. E exerce todo o poder da primeira besta na sua presença, e faz que a terra e os que nela habitam adorem a primeira besta, cuja chaga mortal fora curada. 13. E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens.

IMPRENSA, O QUARTO PODER.

A Influência da Mídia na Sociedade: O Quarto Poder (rabiscodahistoria.com)

1. O quarto poder na sociologia é uma expressão que se refere à imprensa e sua capacidade de influenciar a opinião pública e os processos políticos. A ideia é que a mídia, assim como os três poderes tradicionais (executivo, legislativo e judiciário), tem um papel fundamental na construção da democracia e na fiscalização do poder.

2. O conceito de quarto poder foi criado pelo escritor francês Alexis de Tocqueville no século XIX. Ele observou que a imprensa tinha um papel importante na sociedade americana, atuando como um contrapeso aos poderes do governo, e cunhou a expressão “quarto poder” para se referir a essa função.

3. O quarto poder é fundamental para a democracia porque é responsável por informar a população sobre os acontecimentos políticos e sociais, além de fiscalizar o poder e denunciar abusos e corrupção. Sem uma imprensa livre e independente, os cidadãos não teriam acesso à informação necessária para tomar decisões informadas e participar ativamente da vida política.

4. A mídia pode influenciar a opinião pública de diversas maneiras, como através da seleção de notícias, da ênfase dada a determinados temas, da escolha de fontes e especialistas, da linguagem utilizada e da forma como as informações são apresentadas. Além disso, a mídia pode criar agendas políticas e moldar a percepção do público sobre determinados temas.

5. O quarto poder deve atuar dentro dos limites da ética jornalística e dos direitos individuais, evitando a difamação, a invasão de privacidade e outros abusos. Além disso, a imprensa deve ser independente e não se submeter a interesses políticos ou econômicos.

6. A tecnologia tem transformado o quarto poder, permitindo que mais pessoas tenham acesso à informação e criando novas formas de comunicação e interação entre jornalistas e leitores. Por outro lado, a proliferação de notícias falsas e o uso indevido das redes sociais têm representado um desafio para a credibilidade da imprensa.

7. O papel dos jornalistas no quarto poder é o de investigar, apurar e divulgar informações relevantes para a sociedade, com imparcialidade e ética. Eles devem ser capazes de identificar fontes confiáveis, verificar a veracidade das informações e apresentar os fatos de forma clara e objetiva.

8. A liberdade de imprensa é um dos pilares do quarto poder, pois permite que os jornalistas atuem de forma independente e sem censura, garantindo o direito à informação e a transparência na vida pública. Sem a liberdade de imprensa, o quarto poder perde sua capacidade de fiscalização e controle do poder.

9. O quarto poder tem um papel fundamental na promoção da transparência na vida pública, pois é responsável por investigar e divulgar informações sobre as atividades dos governos e das instituições públicas. A transparência é importante para garantir a prestação de contas e a responsabilização dos agentes públicos.

10. O quarto poder pode contribuir para o fortalecimento da democracia ao informar a população sobre os processos políticos e sociais, fiscalizar o poder e denunciar abusos e corrupção. Além disso, a imprensa pode criar espaços para o debate público e para a participação cidadã, promovendo a diversidade de opiniões e ideias.

11. O quarto poder enfrenta diversos desafios atualmente, como a proliferação de notícias falsas, a polarização política, a crise financeira dos meios de comunicação tradicionais e a pressão por audiência e rentabilidade. Além disso, a liberdade de imprensa está ameaçada em muitos países, com governos autoritários e grupos de interesse tentando controlar a mídia.

12. A diversidade de vozes é importante para o quarto poder porque permite que diferentes perspectivas e experiências sejam representadas na mídia. Isso pode ajudar a evitar a concentração de poder e a promover a pluralidade de ideias. Além disso, a diversidade pode aumentar a credibilidade da imprensa e fortalecer sua capacidade de fiscalização e controle do poder.

13. O quarto poder tem uma relação de interdependência com os outros poderes (executivo, legislativo e judiciário), pois atua como um contrapeso ao poder estabelecido e como um canal de comunicação entre os cidadãos e as instituições políticas. A imprensa pode influenciar as decisões dos outros poderes ao expor escândalos e irregularidades, mas também está sujeita à pressão e à influência desses mesmos poderes.

14. O quarto poder pode contribuir para a promoção dos direitos humanos ao denunciar abusos e violações desses direitos, dar visibilidade a movimentos sociais e minorias marginalizadas, e promover o debate público sobre questões relacionadas aos direitos humanos. Além disso, a imprensa pode ajudar a conscientizar a população sobre a importância dos direitos humanos e a pressionar os governos e as instituições para que respeitem esses direitos.

15. A imprensa pode se tornar mais transparente e responsável ao adotar práticas de jornalismo ético, como a verificação de fontes, a checagem de fatos e a correção de erros. Além disso, os meios de comunicação podem criar mecanismos de participação cidadã, como o ouvidor ou ombudsman (profissional com a função de receber críticas, sugestões e reclamações de usuários), para receber críticas e sugestões dos leitores. A transparência financeira também é importante, com a divulgação dos interesses econômicos e políticos por trás das notícias e da propriedade dos meios de comunicação.

 

Ev. Levi.

 

A MINHA CASA SERÁ CHAMADA CASA DE ORAÇÃO. (Marcos 11:17).

 A MINHA CASA SERÁ CHAMADA CASA DE ORAÇÃO. (Marcos 11:17).

Marcos 11:1-21. ¹ E, logo que se aproximaram de Jerusalém, de Betfagé e de Betânia, junto do Monte das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos, ² E disse-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós; e, logo que ali entrardes, encontrareis preso um jumentinho, sobre o qual ainda não montou homem algum; soltai-o, e trazei-mo. ³ E, se alguém vos disser: Por que fazeis isso? dizei-lhe que o Senhor precisa dele, e logo o deixará trazer para aqui. ⁴ E foram, e encontraram o jumentinho preso fora da porta, entre dois caminhos, e o soltaram. ⁵ E alguns dos que ali estavam lhes disseram: Que fazeis, soltando o jumentinho? ⁶ Eles, porém, disseram-lhes como Jesus lhes tinha mandado; e deixaram-nos ir. ⁷ E levaram o jumentinho a Jesus, e lançaram sobre ele as suas vestes, e assentou-se sobre ele. ⁸ E muitos estendiam as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos das árvores, e os espalhavam pelo caminho. ⁹ E aqueles que iam adiante, e os que seguiam, clamavam, dizendo: Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor; ¹⁰ Bendito o reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas. ¹¹ E Jesus entrou em Jerusalém, no templo, e, tendo visto tudo em redor, como fosse já tarde, saiu para Betânia com os doze. ¹² E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. ¹³ E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. ¹⁴ E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto. ¹⁵ E vieram a Jerusalém; e Jesus, entrando no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; e derrubou as mesas dos cambiadores e as cadeiras dos que vendiam pombas. ¹⁶ E não consentia que alguém levasse algum vaso pelo templo. ¹⁷ E os ensinava, dizendo: Não está escrito: A MINHA CASA SERÁ CHAMADA, POR TODAS AS NAÇÕES, CASA DE ORAÇÃO? Mas vós a tendes feito covil de ladrões. ¹⁸ E os escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isto, buscavam ocasião para o matar; pois eles o temiam, porque toda a multidão estava admirada acerca da sua doutrina. ¹⁹ E, sendo já tarde, saiu para fora da cidade. ²⁰ E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes. ²¹ E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, se secou.

Zacarias 9:8,9. ⁸ E acampar-me-ei ao redor da minha casa, contra o exército, para que ninguém passe, nem volte; para que não passe mais sobre eles o opressor; porque agora vi com os meus olhos. ⁹ Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e Salvador, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta. {Mt. 21:5}.

COMENTÁRIO.

Jesus e seus discípulos indo em caminho para Jerusalém, e passando por Jericó, se depararam com dois cegos assentados junto do caminho, os quais clamaram a Cristo que tivesse misericórdia deles, e Jesus lhes perguntou: Que quereis que vos faça? ³³ Disseram-lhe eles: Senhor, que os nossos olhos sejam abertos [Mt. 20:32,33] ... Talvez esta seja a pregação que abrirá os olhos de alguns crentes que, como aqueles dois cegos de Jericó, ainda estão à beira do caminho recebendo a semente da palavra de Deus [Lc. 8:5].

Cristo cumpre mais profecias sobre Ele, e entra triunfalmente em Jerusalém assim como descreveu o profeta Zacarias [9:9], e entra no Templo como descreveu o profeta Malaquias [“... de repente virá ao seu Templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos” - Malaquias 3:1], e depois de ver tudo ao redor, mas como já era tarde, retira-se para Betânia. Já no outro dia, saindo de Betânia, Jesus teve fome, e vendo de longe uma figueira que “tinha folhas” foi ver se nela havia frutos, mas chegando-se a ela Cristo achou somente folhas, e o evangelista Marcos observa: “Porque não era tempo de figos” [verso 13]. Mas Jesus, decepcionado com a figueira, a amaldiçoa dizendo: “Nunca mais coma alguém fruto de ti” [verso 14]. Estes trechos das Escrituras estão entrelaçados, pois Jesus entra em Jerusalém aclamado como seu rei, mas Ele vê tudo e já sendo tarde, não toma nenhuma providência, mas deixa para o outro dia; contudo logo na manhã seguinte, o Senhor retorna à Jerusalém, e tendo fome vê ao longe uma figueira que “tinha folhas”. Isto é muito interessante, pois o figo não é um fruto, mas uma “inflorescência”, uma flor comestível; e para que uma figueira dê seus figos, as suas flores comestíveis, é necessário que ela fique folhosa também, ou seja, uma figueira cheia de folhas é sinal de que tem figos; mas o evangelista observa que não era tempo de figos (contudo é possível colher figos fora da estação, pois pode ser que ela dê frutos chamados de “temporãos”); então o que o texto nos quer dizer é que a “figueira mentiu”... Irmãos, quantos crentes tem mentido à semelhança daquela figueira, quantos crentes têm beleza como aquela figueira, e são tão frondosos quanto aquela árvore, todavia querem aparentar ter o que não têm, e ser o que não são antes do tempo; o Salmo 1 diz que aqueles que meditam com prazer na Lei do Senhor diariamente são como que uma árvore plantada junto a ribeiro de águas, que dá seu fruto na estação própria, cujas folhas não caem, e tudo o que fazem prospera; mas há muitas “figueiras estéreis” dentro das igrejas e quando Jesus vier buscar seus frutos nelas, só vai achar folhas.

Em Romanos 12:3; está escrito: “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um de vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um”. E o apóstolo conclui: “Porque assim como um corpo tem muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação, (5) assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros”.  O que Paulo refere é que Deus pôs na Igreja cada membro no seu lugar certo, onde a mão não pode ocupar o lugar do olho, e o pé não pode ocupar o lugar da boca; pois o crente, no seu devido lugar, para o qual Deus o designou, ali, na sua posição dará seu respectivo fruto; porém se o crente pensar de si mesmo além do que convém, que pode assumir uma função para a qual nunca foi por Deus outorgada a ele, poderá até parecer frutífero aos olhos humanos (contudo Deus não olha para a aparência, e sim para o coração), mas quando aquele que sonda a mente e o coração vier para ver se tem fruto, e ficar decepcionado ao achar só paramentos (enfeites, adornos), Jesus, o Rei da Glória irá secá-lo de vez.

Eu disse que os dois fatos (de Jesus ter visto tudo dentro do Templo e da figueira mentirosa) estavam entrelaçados? Pois bem; Jesus vem ao Templo e ali encontra um verdadeiro mercado: é gente vendendo, é gente comprando, e gente trocando dinheiro, é gente ganhando a vida com a religiosidade do povo... Mas Cristo indignado com aquele comércio na Casa de Deus, dos cordéis de suas vestes faz um “azorrague” e expulsa todos os irreverentes, Ele põe para fora os animais que eram comercializados para as ofertas no altar do sacrifício, e derruba as mesas dos cambistas [João 2:15]. Vejam que assim como a figueira frondosa, mas que sendo estéril desagradou a Cristo, assim também estavam os “adoradores” no Templo, os quais fizeram da fé um comércio, pois encheram a Casa de Deus de coisas que, embora necessárias ao culto, estavam em desacordo com o culto, pois a Casa de Deus é lugar de oração e não casa de venda; tem lugar próprio para se fazer comércio, e a igreja, a Casa de Deus não é esse local.

Hoje tem gente vendendo até roupa dentro das igrejas (ouvi falar de uma que tem boutique dentro dela) é um absurdo, fora aquelas que vendem CDs, Livros, Bíblias, revistas, folhetos, jornal, salgadinho etc. Os crentes de hoje são tão (ou mais) irreverentes do que aqueles judeus que foram expulsos por Jesus do Templo... Eu vi um testemunho de um pastor que foi numa igreja pentecostal e lá tinha uma mulher vendendo “óleo ungido” de várias cores e nomes, o pastor ficou horrorizado com o absurdo e com a anuência do ministério, pois que os ministros nem se manifestaram contra aquela superstição.

Jesus, enfurecido, citou o que profeta Isaías disse a respeito dos gentios: “Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha Casa será chamada Casa de Oração para todos os povos” [Is.56:7]; e depois esbravejou: “Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores” [Mc.11:17].

Em Eclesiastes 5 está escrito: “Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. (2) Não te precipites com tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras” [Ecl.5:1,2]. Infelizmente, nós evangélicos estamos com amnésia bíblica, pois já esquecemos de quem é Deus e de quem somos nós...  

Quando era novo convertido fui a uma igreja num congresso de jovens, e lá vi tanto desrespeito na hora do culto que fiquei abismado; naquele tempo não havia telefone celular, mas via uma irmã que era – se eu não me engano – a presidente do grupo de jovens, a qual estava lendo uma revista moda dentro da igreja, e bem na hora do culto; hoje vemos pessoas nos cultos mandando recados em seus Smartphones, e vendo joguinhos ou conversando no WhatsApp... Os antigos já diziam: “É de pequeno que se torce o pepino”; acho que esse ditado deve ter vindo da tradição italiana, pois pepino em italiano significa: Zezinho; ou seja, se o menino não for corrigido quando criança, não será corrigido depois de adulto; da mesma forma, Provérbios 22:6; discorre sobre essa questão: “Educa a criança no caminho que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”; ou quando exorta aos pais: “Não retires a disciplina da criança, pois se a fustigares com vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com vara, e livrarás a sua alma do inferno” [Prov.23:13,14]; e mais ainda: “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela” [Prov.22:15].

Novos convertidos são como crianças e precisam crescer na disciplina das Escrituras, pois se não forem devidamente corrigidas, crescerão crentes infrutíferos e irreverentes, mas a responsabilidade é dos ministros, pois “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” [Tg.4:17]; assim se nós do ministério não tomarmos conta daqueles que estão chegando na igreja para orientá-los no caminho certo segundo as Escrituras, nós responderemos diante de Deus por eles.

“Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniquidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia” [Ez.33:6].

Ev. Levi.